quarta-feira, 25 de novembro de 2009

REFLEXÃO ROTÁRIA – 26/11/2009

Fortaleza-Ce, 26 de novembro de 2009.


Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!


A ARTE DE VIVER!

Definitivamente viver não é fácil. Basta observar as fatalidades que poluem as estradas da história. Milhões morreram sem conseguir aprimorar-se na difícil arte de existir. A vida muitas vezes é áspera, arriscada e sempre perigosa. A toada inclemente do tempo, a tensão de ter que conviver com pessoas impiedosas, o peso de ter que decidir entre o certo e o errado exigem cuidados extremos. Não basta viver -- é preciso viver bem e para isso é necessário concentração, bom siso e uma pitada de humildade.
A arte de viver requer que se rompam os confinamentos. Toda marginalização ou reclusão imposta é nitroglicerina que detona a alma e forma abismos que sorvem a alegria de viver. No ventre da história conturbada e triste do século 21, somente artistas e poetas conseguiram recuperar o verbo coexistir de sua insignificante função. Antigamente coexistir descrevia a tolerância como mero dever. Os civilizados precisavam de resignação para agüentar o próximo. De repente, coexistir passou a significar a beleza de reconhecer a dignidade dos que pensam diferente, transmitindo a idéia de que ninguém será discriminado, diminuído ou marginalizado por causa de sua fé, cor da pele ou ideologia política.
As diferentes cosmovisões possuem valor idêntico. Na boca dos poetas, as expectativas dos profetas por um mundo sem cadeias de absolutismo já começaram a acontecer. Eles intuem que em breve a humanidade não suportará racismos, ódios e desprezos sociais. Um dia, os campos de batalha serão arados e semeados com amor para que nunca mais se confunda o choro de crianças com os hinos marciais.
A arte de viver requer que se ame a poesia. Só ela pode apagar o ódio. Os poetas se unirão a homens e mulheres de boa vontade para soterrar os charcos da maldade com benignidade e beleza. Estes serão chamados filhos de Deus, pois carregam o antídoto capaz de salvar o mundo. Nervos gripados de vingança e olhos enrubescidos de brutalidade se confrontarão com a singeleza da Palavra de Deus, mas a ternura triunfará -- quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
A arte de viver requer que sempre se opte pela simplicidade, porque a vida verdadeira se esconde na realidade mais frágil. Os que se encantam com as sofisticações não conseguem enxergar a beleza que mora nas coisas efêmeras; só o insubstancial é eterno. É necessário um olhar singelo para perceber a graça que há no comum. Os pobres de espírito entrarão nos átrios sagrados de Deus. Os puros de coração perceberão na bruma silenciosa a voz do Espírito Santo.
A arte de viver requer integridade. Uma vida abundante precisa juntar os fragmentos da alma para viver com uma santidade não restrita à obediência religiosa ou ao cumprimento de mandamentos moralistas. Não basta resignar-se. Santidade é plenitude do ser, do ser-homem, do ser-mulher. Só os verdadeiramente ‘santos’ eternizam os instantes para, inteiros, saborearem as chances fugazes de felicidade.
A arte de viver requer respeito aos ciclos da vida. As estações se alternam do verão ao inverno, da primavera ao outono, e quem não experimenta cada tempo com suas peculiaridades acaba adoecendo. No tempo de nascer faz-se festa, no de morrer lamento; no tempo de plantar semeia-se esperança, no de colher o que foi plantado lida-se com a derrota; no tempo de matar se aprende a dizer adeus, no de sarar o poder do perdão; no tempo de demolir se despede da onipotência, no de construir adquire-se fé na ressurreição; no tempo de chorar se convive com a fraqueza, no de rir com a força da alegria; no tempo da guerra se percebe o perigo da perversidade, no da paz a felicidade da sabedoria.
A arte de viver requer sensibilidade transcendental. Contentar-se com os horizontes do mundo material e imanente significa abrir mão da vida eterna. Os seres humanos nasceram com sede pelo que está além do céu, além da última galáxia, além do tempo Pulsa no coração humano a litania que repete: “Por que te escondes, Senhor?”. Tudo passa. Todas as emoções perdem o encanto. Todos os prazeres são provisórios, mas a sede pelo divino permanece. Quem beber de um gole d’água da vida, quem receber uma visitação do Espírito Santo e quem ouvir uma só palavra do Cordeiro de Deus (Jesus), jamais se contentará com o brilho deste mundo.
Queridos e mui amados rotarianos, a difícil arte de viver não aceita procrastinação. Quem deseja experimentar o céu e evitar o inferno deve começar já, antes que se rompa o fio de prata.
A mais de 3 anos escrevendo ininterruptamente todas as semanas aos meus amados companheiros, é isso que tenho-os feito refletir.



Nele,
Que soube viver neste mundo, sem se contaminar por ele!



Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

REFLEXÃO ROTÁRIA – 19/11/2009

Fortaleza-Ce, 19 de novembro de 2009.

Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!


NEM TANTO, NEM TAMPOUCO!


Vale o chavão: “Ninguém sabe o tempo de sua existência”. Basta a imprevisibilidade de uma breve arritmia para qualquer um descerebrar e acabar. Em um simples vacilo, o menino, que imagina viver décadas, rasga os roteiros imaginados por seus pais. A mocinha pode deparar-se com um depravado e perder, não apenas a dignidade, mas a própria vida. O ancião sonha ouvir o ranger de uma guilhotina que o acorda no meio da madrugada.
Retorno aos chavões: “A vida é uma maratona”. O jovem sente que um ano se arrasta sem pressa. O senhor, pasmo, nota o passado alongando-se impiedosamente. Como na corrida, é preciso saber espaçar o tempo. Entre nascimento e morte, dispomos de um período indeterminado, mas limitado. Quem corre maratonas sabe o que estou dizendo. Na corrida, o percurso é estipulado para que cada corredor dose sua cadência. Na vida, sem conhecer a extensão a ser completada, fica imprescindível saber imprimir o ritmo certo. Os velocistas não duram.
Para correr bem, é necessário reconhecer que devaneios onipotentes sugam energias. E que desejos de onipotência brotam do esforço humano de evitar o sofrimento. Luta-se para acabar com as contingências, blindar-se dos percalços e não permitir que a crueza existencial se concretize. Contudo, por mais que alguém se esforce, a mente não burla a vida. Não adianta, a religião não iça ninguém para patamares inatingíveis por maldade, acidentes ou injustiça. Como pretensas arquitetas de Nirvanas e Paraísos, as pessoas não se conformam com a dureza do mundo. Teimam em acreditar que suas idéias são fortes o suficiente para transfigurar a realidade que aspiram.
Queridos rotarianos, na corrida da vida ficamos sempre com pelo menos dois pensamentos na cabeça: cumprir o percurso e terminar vivo. (Oxalá, todos terminássemos a vida, vivos). Para isso, temos que dosar as energias; qualquer afobação significaria parar. Também não podemos invejar ninguém. Consciente da idade, dos limites do corpo e do condicionamento, engolimos seco sempre que os menos capazes nos ultrapassam. A corrida é minha, só minha. A corrida é sua, só sua.
Nós competimos com nós mesmos ‘as passadas’ que a prova da vida nos exige. Depois, enquanto observamos os caídos, os enauseados, os paralisados, celebramos a cautela, com a qual poderemos chegar mais longe.
Os delírios são herdeiros bastardos do reino de Narciso. Todo o que alucina se acha apto para modificar o mundo. O cientista tenta calcular matematicamente os acontecimentos e criar mecanismos que os ordenem. Os religiosos almejam acessar Deus e anular qualquer eventualidade. O delírio gera otimistas e pessimistas. Ambos acreditam na inexorabilidade do amanhã, mas os realistas reconhecem as suas limitações.
E já que hoje estou abusando dos jargões: Na vida, amados e mui queridos rotarianos, não esqueçam: “devagar se vai ao longe”.


Nele,
De quem procede a força necessária para vencer!


Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Homenagem póstuma dos Rotary Clubs de Campina Grande a Maria da Guia Costa

Maria da Guia Costa

Dona Guia, mulher augusta, augusta mulher. Cabelos brancos, alvos como a flor da açucena. Olhar parado, enxuto. O sorriso tênue a destacar uma nobre fisionomia. O pensamento contrito no desvario imaginativo do seu tempo. o tempo que se foi perdido na inquietação de suas preocupações.

Foi assim que a vi pelas últimas vezes, acomodada no sofá instalado à porta do nosso querido La Costa, a nossa casa, a casa dos Rotary Clubs de Campina Grande.

Na noite de antes de ontem, ela disse a Creuza, a criatura que dela cuidava e zelava pelo seu sono, justo sono: " Amanhã haverá uma grande e bonita festa aqui. Terá adorno de muitas rosas". Mas a festa que Dona Guia cuidava em antecipá-la, está acontecendo noutras paragens, em uma instância bem superior, nos condomínios cobertos de arvoredos multicores, ouvindo o sonoro cantar dos passarinhos, convidada sob os auspícios dos mais puros espíritos de luz, nas mais belas estâncias do Nosso Criador. A sua romagem aqui na terra foi coroada de absoluto êxito, mesmo sob inclementes e ingentes percalços.

Mãe de onze filhos, viuva aos 41 anos. Uma prova imposta pelo destino, que soube suportá-la com altivez, dignidade e determinação. Do pouco fazia muito para distribuí-los com seus amados filhos, reflexo da magia que envolve o mistério do prodígio materno.

Nascida em Pocinhos, brejo paraibano, em 1924. Aos 20 anos contrai núpcias e fixa residência na cidade de Esperança, bem próxima de nossa Campina, que haveria de recebê-la, já como experiente e próspera comerciante no ramo de estivas, cereais e utilidades domésticas.

Esta veneranda Senhora, avó de 30 netos, bisavó de 17 bisnetos, é rotariana por afinidade e abnegação, consideração e desvelo, acima de tudo por nossa gratidão, merecimento e honorabilidade. Mãe de muitos filhos, entre eles nossos amigos Graça e Pacelli, sempre nossos companheiros; sogra do companheiro José Edvaldo; avó de Amanda, Raissa e Camila, distintas, educadas e de fino trato, casadas com os companheiros André, Alexandre e Migliácio, pessoas do mais elevado merecimento para todos nós.

Companheiro Pacelli, sua maezinha não vai lhe deixar só. Você, Graça e toda a familia terão a certeza que Ela será vista por aqui, continuando sua companhia de sempre, velando por todos. A morte não existe. Há tão somente a separação do corpo. Seu espírito será sentido, vê-lo-emos pela segunda vista. Haveremos de sentir seu perfume nos recantos do La Costa.

Muito obrigado,

Hiram Ribeiro dos Santos
Rotary Clubs de Campina Grande

REFLEXÃO ROTÁRIA – 12/11/2009

Fortaleza-Ce, 12 de novembro de 2009.


Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!


SANTIFICAÇÃO:
CONSTANTE QUEBRA DE PARADIGMAS!



O profeta Jeremias diz que se um negro da Etiópia conseguir ficar branco por si mesmo, ou se um europeu conseguir ficar preto de si mesmo, ou se um tigre conseguir arrancar as suas manchas — então, estando o homem acostumado a fazer o mal, conseguirá fazer o bem [13:23]. Ou seja: o arraigar do hábito é feito de costume, de rotina, de repetição, de condicionamento espiritual, psicológico e neural; o qual altera o espírito, passa a designar as pulsões da alma, e, também, molda o cérebro, mexendo assim por completo na constituição do homem.
Assim o homem é aquilo a que se habitua, se acostuma; pois, no costume, cabe tudo; até mesmo a dor sentida como necessidade espiritual, psicológica e cerebral; posto que pela rotina e repetição perversa, novas constituições se desenvolvem na pessoa, a ponto de alterá-la muitas vezes para sempre.
Queridos rotarianos, temos uma constituição natural dada à competição, à conquista, à supremacia, e, sobretudo, aos sentimentos da guerra e do enfrentamento. Coisas do “mamífero sofisticado” pelo egoísmo que transcende a necessidade. Some-se a isto o caldo cultural e sua acumulação de camadas e camadas de história viciada em nome da cultura ou do “nosso modo de ser”. E, além disso, adicione o curso deste mundo, com seu volume extraordinário de indução, sugestão e tirania.
Ainda mais que isto: Adicione também a percepção de que tudo isto origina arquétipos coletivos que são “comidos” pelos Principados e Potestades espirituais, e, por eles, a nós devolvidos de maneira agigantada, para serem por nós incorporados à cultura, e, por meio dela, transmitidos a novas gerações que, por sua vez, superlativizarão o caldo que lhes for contemporâneo e, acima dele, adicionarão novas camadas às já existentes, tornando o processo sempre e constantemente piorado, até quando melhora em alguns tópicos.
Ora rotarianos amados, isto feito, nós temos uma macro-visão dos poderes que influenciam os nossos hábitos e costumes. No entanto, tais macro-realidades se efetuam em nossas existências mais eficazmente através das alterações que os maus costumes produzem na herança genética — maus hábitos familiares podem mudar até os genes, pela repetição, geração após geração —, as quais a cultura estabelece como modelos de ser para a família e para o individuo.
É por isto que o profeta Jeremias nos diz que se o costume for o de fazer o mal, então, o fazer o bem será uma façanha tão grande quanto auto-determinar a cor da pele ou possuir a capacidade que o tigre não tem de tirar de si mesmo as próprias manchas características.
Ora, Jesus, no entanto, dedicou-se aos que eram justamente os imutáveis de Seus dias e à Sua volta. Sim! Ele julgou que o mau costume dos publicanos e pecadores comuns era ainda muito mais maleável do que o mau costume dos ‘religiosos’, os quais, pela repetição constante do mesmo padrão, séculos afora, eram agora os seres fixos na maldade, visto que eles carregavam os genes e a cultura [“nossos pais”] dos que mataram todos os profetas antes deles.
Quando o apóstolo Paulo nos apresenta o seu pedigree judaico, mostrando-nos a genuinidade genética, religiosa, cultural e espiritual de sua constituição como ser histórico, e diz que considerava tudo como refugo, como um adubo, a fim de que ele crescesse e desse fruto no chão da Graça de Deus em Cristo —, por outra via também nos declara acerca da impossibilidade humana de que um homem com sua carga, com seu caldo, com seus vícios mentais, e com seus hábitos arraigados por séculos de transmissão do mesmo espírito, geração após geração, pudesse de si mesmo mudar a própria pele ou tirar as próprias manchas.
Alguém pergunta: Somente uma Patada Divina no meio do peito é que faz um homem, à semelhança de Paulo, poder mudar? Sim! O paradigma de ser já era completamente constitutivo do ser de Paulo, somente por uma intervenção traumática poderia ser quebrado como crosta milenar. “Nascido fora de tempo”, diz ele; ou: “nascido de trauma”.
Entretanto, uma vez quebrada a crosta pela via do arrependimento como consciência, então, começa o processo de recondicionar todo o ser ao novo padrão, ao Novo Homem, que se renova segundo Deus.
Ora, o apóstolo Paulo diz que esse é um processo permanente, e que vai de aplicativos grotescos, como: “aquele que roubava não roube mais, aquele que mentia, não minta mais” — aos processos sutis de discernimento diário acerca das ilusões do curso deste mundo, ao investimento intenso e prioritário na busca de uma checagem ininterrupta do nosso próprio olhar, submetendo nossa mente a uma “renovação” constante, a qual garantirá nosso crescimento na direção da instalação do bem como vontade natural do espírito refeito segundo o entendimento dado pelo Evangelho.
É a tal processo que o Novo Testamento chama “santificação”.
ASSIM, santificação é o processo de quebra do velho e adoecido padrão, e que nos leva a adotarmos novos costumes para a vida, até que eles se tornem padrões instalados e manifestos cada vez mais naturalmente como prática do que Jesus chama de bem para a vida.


Nele,
Que disse: “Sede santos, porque Eu Sou santo!”

Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

REFLEXÃO ROTÁRIA – 05/11/2009

Fortaleza-Ce, 05 de novembro de 2009.


Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!


ADAPTAÇÃO E SOBREVIVÊNCIA!


É possível adaptar-se a dores cruéis, sofrimentos atrozes, decepções frias; aprender a absorver baques, a encaliçar a alma, a envernizar sentimentos.
Os humanos também se adéquam para sobreviver. Na cruel tarefa de não desaparecerem na evolução, aprendem a acomodar-se aos ambientes hostis; assim, criam anticorpos existenciais, resistências espirituais, imunidades emocionais.
Queridos rotarianos, uma mulher por nome Locusta foi envenenadora profissional em Roma. Ela viveu durante o primeiro século depois de Cristo e ficou conhecida por ingerir pequenas doses de veneno todos os dias para adquirir defesa contra as toxinas que usava. Doses homeopáticas de veneno a protegiam, e ela, por sua vez podia matar sem ser atingida.
A alma humana cria revestimento e os olhos ganham frieza, as palavras, impassibilidade, os atos, automatismo. Entretanto, dessensibilizados, mulheres e homens acabam conspirando contra si mesmos. Seguem como bois no corredor do matadouro, aceitam marchar cabisbaixos rumo ao corte trágico. Anestesiados, consentem com o destino e se entregam à providência.
A noite mal dormida, o almoço requentado, o descaso da burocracia, tudo é absorvido pacificamente. Sem contar com a bestificação da televisiva e a superficialização jornalística que contribuem com a demência generalizada.
Pensar passa a ser privilégio e redargüir, virtude rara. Reina o espírito de manada para que mentes domesticadas repitam seus chavões. Carreiristas inescrupulosos se aproveitam dos simples. Futriqueiros disseminam boatos. Ímpios manobram detrás dos panos. Banditismo se mistura à benignidade.
A vida só continua porque os processos de assimilação da espécie humana são espantosos.
Quem lê, entenda!


Nele,
Que mandou que não nos conformássemos com ‘este século’!

Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

REFLEXÃO ROTÁRIA – 29/10/2009

Fortaleza-Ce, 29 de outubro de 2009.


Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!


O VINHO À LUZ DA BÍBLIA!


Lembro-me quando nosso companheiro Lafite me pediu, a mais de um ano atrás e por intermédio de meu paizinho, para falar um pouco sobre o vinho a luz da Bíblia. E, naquela ocasião, mesmo gozando de pouco tempo, jamais, em hipótese alguma, poderia deixar de lhe dar a atenção que ele merecia.
O assunto é polêmico e cheio de especulações, no entanto, de caráter teológico.
Bem, quando Paulo disse em Romanos 14 que os que são mais maduros deveriam buscar não chocar os de “consciência fraca” ou os “débeis na fé”— ele fazia referência ao seguinte tipo de pessoa: ao novo na fé, que vinha de uma cultura pagã, e que ainda tinha hábitos mentais e culturais de natureza idólatra; os quais (os novos na fé), em vendo alguém, por exemplo, comendo qualquer alimento “consagrado a um ídolo”, podem se “escandalizar”. E isto mesmo quando aquele que está comendo já é “adulto em Cristo”; e, portanto, já sabe que “todas as coisas são puras para os puros, se recebidas com ações de graça”, mas que, ainda assim, no ato de exercer a liberdade de sua consciência adulta, deve cuidar para que aquilo que para ele não é “mais nada”, mas que ainda significa uma tentação ou um vício religioso para a alma condicionada nas barganhas do paganismo, e que ainda não absorveu a consciência do Evangelho.
Ora queridos rotarianos, isto posto, e explicado quem é o frágil na fé (que merece cuidados) e quem é o “casca grossa” (que não precisa ser “provocado”, mas que também não precisa ser poupado, assim como Jesus não poupou os fariseus) — devemos agora olhar a esta questão. No livro de Eclesiastes se diz que entre as bênçãos de um homem na terra, está comer gostosamente o seu pão, beber alegremente o seu vinho, e gozar a vida com a mulher que ele ama. O vinho é tratado nas Escrituras de duas maneiras: como benção de Deus ao homem (veja o Salmo 104); e como algo que, ingerido em excesso, pode ser uma desgraça para o homem (Pv; e vários profetas; e as “bebedices” faladas por Paulo).
Assim, a Escritura judaica não é contra o vinho, mas sim, como não poderia deixar de ser, contra o excesso; como é contra qualquer excesso!
O vinho que Jesus “tirou” da água em Caná da Galileia, era vinho mesmo, do bom; e, portanto, com o melhor teor de fermentação, com o melhor buquê, com a melhor textura, e com o melhor sabor. Não era suco de uva; como também não era suco de uva o vinho usado na “Ceia do Senhor”, no Ágape da Igreja Primitiva, conforme I Co 11, onde Paulo diz que por aquele vinho alguns, bebendo-o em excesso, embriagavam-se; porém, ele apenas manda que retornem à sobriedade, mas não proíbe o vinho. Ao contrário, como qualquer cidadão sadio e normal daqueles dias, e, sobretudo, como homem de consciência adulta em Cristo, Paulo bebia naturalmente; ao ponto de também saber que uma boa dose de vinho todos os dias, poderia fazer com o que o estomago de Timóteo (pastor em Éfeso) ficasse melhor — especialmente porque as águas disponíveis nas estradas, para os viajantes, nem sempre eram boas para a saúde.
Como, porém, para nós, Jesus é a “Chave Hermenêutica” não só para se entender a Escritura, mas também a vida, a existência, como ela é — então, também para nós, a questão é uma só: Como Jesus se relacionou com o vinho?
Ora, a resposta a esta pergunta recebe a seguinte assertiva: Ele se relacionou com o vinho de um modo refinado, elegante, prazeroso, alegre, e comedido. Foi assim que Ele criou vinho, bebeu vinho e andou com os que bebiam vinho. Ou seja: Jesus tratou o vinho como algo bom, bebeu-o com alegria, ilustrou coisas do Reino com a imagem do vinho, o fez estar presente nas Bodas e nas Festas Escatológicas ou nas festas do perdão, como na parábola do Filho Pródigo, em meio às danças, às musicas, e à festa!
E mais amados rotarianos: por tais atos e companhia de pessoas que bebiam vinho, Ele também foi julgado pelos ‘religiosos’; que são, nos evangelhos, mais do que qualquer outro grupo, os fariseus. “Bebedor de vinho e amigo de pecadores” — era como o chamavam. E Ele não se envergonhou de nada disso!
Se algum leitor desta reflexão tem medo de ser “julgado” ao tomar uma boa taça de um vinho Cabernet Sauvignon (rsrsrs), é ainda fruto de sua justiça-própria-religiosa! Ou seja: você está com medo de escandalizar as pessoas erradas: o pessoal casca grossa! Afinal, me responda apenas uma coisa: O que é escândalo para os de fora ou para os recém chegados à fé: que se beba vinho com alegria e moderação, ou que se o proíba em nome de Jesus? Sim! Onde está o escândalo? Na realidade o que mais escandaliza os novos ou os de fora é justamente essa proibição farisaica inspirada pelo diabo, conforme Jesus afirma aos fariseus nos evangelhos.
Quando os fracos na fé passam a ser os eternos fariseus, e quando é a eles que se pretende proteger, não por nada, mas apenas porque eles são uns Pitbulls raivosos e cheios de juízo perverso e invejoso —; sim, cedendo a esses, se está privilegiando sempre a consciência eternamente débil e adoecida dos fariseus; além do que, fazendo desse modo, também nos abstemos para sempre de todas as nossas legitimas liberdades em Cristo (e foi para a liberdade que Cristo nos chamou- Gl 5); e, assim, abrimos o espaço para que prevaleça a Lei dos Escândalos: que é essa que só dá uma pessoa recém convertida como “santificada” no dia em que ela, à semelhança dos fariseus da religião, também passa a dizer que beber vinho é coisa maligna.
Nesse dia os fariseus tomam um porre de arrogância!
Beber vinho é coisa maligna em duas circunstancias apenas: 1ª – quando a pessoa que bebe o faz sem moderação, caindo no hábito desgraçadamente vicioso; ou escandalizando os fracos na fé. 2ª – quando a pessoa já teve um histórico pessoal de vício alcoólatra. Ora, tal pessoa deve saber que “é alcoólatra”, e que não deve beber JAMAIS; pois, para ela, o vinho tem um poder que, por exemplo, sobre mim não tem; embora eu beba muito pouco vinho.
O que passar disso, amados rotarianos, saibam: é coisa do diabo; e de quem, em associação a ele, consciente ou inconscientemente, pretende “reduzir ou espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo” — conforme nos disse Paulo; afirmando também o apóstolo que a esses tais ele jamais se sujeitou, a fim de que a liberdade do Evangelho não ficasse sob o domínio do legalismo perverso e sem bom senso.
Assim, faça seu curso em paz; e coma gostosamente o seu pão, beba alegremente o seu vinho (de preferência Cabernet Sauvignon – rsrsrs); e goze a vida com a mulher que você ama ou venha a amar — pois essa é a paga terrena de nossos labores nesse chão que cardos e abrolhos nascem, e aonde o vinho é sinal de Graça e Misericórdia, conforme o sábio Salomão.
Eu teria ainda muitas coisas a escrever, mas é por aqui que vou ficando por julgar que lhes disse o suficiente. Agora a jornada da consciência é com você!


Nele,
Em Quem tudo é melhor; e que disse que o Seu Reino era como o Vinho Novo,


Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br

REFLEXÃO ROTÁRIA – 22/10/2009

Fortaleza-Ce, 22 de outubro de 2009.

Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!


A FÍSICA, NEWTON, EINSTEIN E A
NATUREZA ESPIRITUAL DO UNIVERSO…

O “Cosmo cristão” [digo: “Cosmo” como Universo] ainda é segundo a imagem e semelhança de Newton. Ou seja: ainda é uma noção de Universo pré-einsteiniano e, portanto, fixo, uno e estável. Depois de Einstein o Cosmo passou a ser Cosmos, posto que a Relatividade de Einstein abrisse espaço para muitos universos... Sim, abriu a tal ponto que o próprio Einstein não suportou a desconstrução que suas duas principais teorias geraram nas suas múltiplas implicações...
Foi em razão das descobertas de Einstein que se abriram outros mundos [...], especialmente o mundo das partículas subatômicas, gerando uma ampla compreensão de outro modo do Universo existir... Sim, surgiu um modo totalmente diferente de se ver a existência dos mundos, e que é totalmente diferente do Universo na sua manifestação Macro, de percepção Newtoniana...
Portanto, desde Einstein que o Universo cresceu..., sendo percebido não mais como realidade única e fixa; mas sim como algo que continha muito mais do que estava disponível à vista e aos sentidos... Assim, a cada dia, mesmo contra a vontade de Einstein, suas teorias abriram mundos que ele não desejaria que existissem...
Einstein morreu com raiva do que suas teorias haviam aberto como noção [...] no mundo da Física, em razão, sobretudo, do que e Mecânica Quântica havia incorporado como noção revolucionaria do sentido e constituição da natureza do Universo...
Hoje, mais e mais, a Física vai se transformando em uma espécie de ‘Teofisica’; ou ainda numa espécie de Pneumo-física... Sim, posto que cada vez mais se discirna que o Universo não é um só; que há muitos universos; que há mundos paralelos; que podemos conviver com dimensões distintas que existem no ambiente invisível à nossa percepção; que a natureza do universo é feita de elementos que somente se parecem com o conceito de energia espiritual; que existem muitos tempo/espaço; que existem muitas camadas de existência; que existe o mundo invisível para além do que os olhos captem; que podem haver seres e vida justamente a uma membrana dimensional de nós; etc... Ou seja: a cada dia a Física vai se tornando uma Teologia da Natureza das Coisas!...
Ora queridos rotarianos, é por tal razão que julgo que compreender a Física deste tempo é o melhor dever de casa que alguém possa pretender realizar [depois do estudo da Palavra de Deus] a fim de melhor perceber a natureza espiritual do Universo!
Hoje, pela Física, vejo anjos existindo a uma membrana de mim... Hoje, pela Física, vejo o céu a uma membrana de mim... Hoje, pela Física, vejo Principados, Potestades, Poderes, Rodas [arcos, círculos, como os do profeta Ezequiel], Tronos e Soberanias... — todos existindo a uma membrana de mim... Hoje, pela Física, vejo o Inferno a uma membrana quântica ou a uma membrana dimensional de distancia de mim e de vocês... Sim, hoje, pela Física, vejo que o Novo Testamento não apela para a magia espiritual quando determina a existência de muitos mundos, visíveis e invisíveis, os quais existem de modo simultâneo e paralelo à camada de existência na qual eu existo...
Não! A Natureza do Universo não é grega, nem barroca, nem newtoniana, nem einsteiniana; mas sim espiritual, visto que espírito é energia, é existência na sua forma mais sutil e essencial...
Assim, anjos, por exemplo, são criaturas de uma outra energia e dimensão, mas existem em universos que se comunicam com o nosso; seja por portais; seja por capacidade de inter-relação deles com o nosso mundo... Ora, entender isso e isso discernir em suas implicações, cria uma percepção do mundo espiritual totalmente diferente...
É nesse sentido que digo que os tais dos Óvnis são apenas Macro-Assombrações; sendo que a sua natureza é “espiritual”; porém, um “espiritual” que tem a ver com as noções que a Física atual nos ajuda a compreender com mais clareza fenomenológica...
Pode ser total coincidência que a Teoria Física das Cordas proponha que existam de 9 a 11 camadas de existência além da nossa [ou seja: de mundos paralelos], — à semelhança do que as antigas teses teológicas sobre o mundo invisível declaravam, ou seja: que existem de 9 a 11 camadas de mundos invisíveis, feitos das camadas existentes de anjos, arcanjos, principados, potestades, poderes, tronos, soberanias, rodas, querubins, serafins... Etc.
Portanto, para mim, a Física Moderna é um guia de estudo fenomenológico não apenas da existência como a vemos, mas das existências que não vemos...; e, mais que isto: é um guia de ajuda para a visualização de tais fenômenos como parte agora constatável e semi-observável para nós... Digo semi-observável apenas porque ainda não temos mais que a teoria em avançado processo de demonstração, mas que ajudam imensamente a entender a natureza dos fenômenos por nós designados como de natureza espiritual...
O que a Física nos ajuda hoje a ver mais do que a teologia [...] é que a natureza do Universo é essencialmente espiritual!... Esta é a razão de eu dar tanta ênfase a que se busque entender a natureza essencial do Universo, pois, será por tais compreensões que nos preparemos para as invasões espirituais que já estão acontecendo no nosso mundo, e que aumentarão enormemente...
Portanto, simplificando, para mim, por exemplo, os Óvnis são manifestações espirituais de uma camada [ou de qualquer delas...], sendo “vazadas” para dentro de nossa dimensão...
Chegará a hora em que seremos visivelmente invadidos por tais fenômenos..., e quem não estiver preparado cairá em perplexidade assombrosa...
Coisas espantosas” [...] “Grandes sinais do céu” [...] “Sinais nos céus” [...] “Angustia entre as nações” [...] — são expressões que nosso Senhor Jesus Cristo usa a fim de designar o ambiente psicológico da humanidade ante a manifestação de fenômenos inusitados e chocantes...
Assim, dou graças a Deus pela Física, por Newton, por Einstein...; e pelos que creram nas teses de Einstein mais do que ele mesmo!... Sim, dou graças a Deus pela descoberta cientifica acerca dos mundos paralelos; e por tudo quanto seja iluminação na verdade acerca da realidade; pois, toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm e do alto, descendo do Pai das Luzes; sendo mediada por qualquer um [...], posto que Deus seja livre para revelar-se..., assim como para revelar a natureza das coisas que Ele criou a quem bem desejar... Pensem nisso!...

Nele,
Que falou disso livremente, mas muitos ainda hoje não compreendem!


Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br