quarta-feira, 27 de outubro de 2010

REFLEXÃO ROTÁRIA – DIA 28/10/10

Fortaleza-Ce, 28 de outubro de 2010.
Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!


NÃO HAVIA NINGUÉM MELHOR PARA
FALAR DE VITÓRIA SOBRE A MORTE?
Marcos 16:1-29


O Evangelho é tão divino que se tivesse sido fabricado como história, teríamos ainda assim que adorar a mente divina que o tivesse inventado. A história toda jamais poderia ser “inventada”. Ela violenta toda a lógica humana quando se trata do objetivo de “vender uma verdade”.
Ao contrário, é a total falta de tentativa de convencimento na narrativa que a ela empresta total credibilidade. Entretanto, trata-se do estabelecimento da credibilidade pela vida de vidas transformadas e pela sua total falta de credibilidade como “testemunhas” humanamente críveis. Ou seja: é o anti-testemunhal marketeiro presente no Evangelho aquilo que o põe numa categoria completamente nova.
Os exemplos disso são praticamente todo o Evangelho. Mas minha vontade aqui não é escrever um livro—e que longo e farto livro seria esse!—mas apenas oferecer uma simples ilustração da tese.
Queridos e amados rotarianos, o texto de Marcos em epígrafe é uma ótima ilustração, até porque trata-se de uma narrativa sucinta e que em Mateus, Lucas e João têm “expansões” que em Marcos são apenas pontuais em sua constituição.
O que me interessa aqui são as testemunhas do fato mais fundamental da fé. Se fôssemos usar algum critério de marketabilidade nenhuma delas seria escolhida. O Duda Mendonça não as aprovaria.

1. Mulheres nervosas vão cedo ao sepulcro e voltam assombradas dizendo terem tido uma visão de um jovem anjo que lhes disse que Jesus havia ressuscitado. Portadoras de uma percepção e ainda de um “recado” que deveria ser dado aos discípulos—incluindo Pedro, que havia traído a Jesus pouco mais de quarenta e oito horas antes—, tomadas de medo e assombro, nada disseram a ninguém. Que desperdício de informação.

2. Madalena, ex-prostituta e ex-possessa, também presente no grupo das mulheres nervosas, ficou um pouco mais no jardim da tumba. Jesus aparece a ela. Conversam e ela explode em amor aflito por contê-Lo com suas próprias mãos. Ouve Dele a recomendação de que vá “contar aos discípulos”. Ela foi, mas ninguém creu nela. Com aquele histórico de descontrole emocional e afetivo, certamente Madalena não poderia ter sido escolhida como testemunha crível.

3. Dois homens caminhavam ao entardecer daquele dia. Jesus aparece a eles “em outra forma”. Lucas expande o ocorrido. Marcos faz dele uma “pílula histórica”. Eles voltam e narram o que lhes havia acontecido, mas o problema da “forma” inviabilizava o testemunho. Também não creram neles. Além disso, afinal, quem eram eles?

Finalmente, o próprio Jesus apareceu aos “onze” (pois Judas Iscariotes já estava morto) e censurou-lhes a dureza de coração, por não haverem crido naqueles que já o haviam visto ressuscitado dentro os mortos.
Amados rotarianos, se usássemos os critérios atuais, teríamos uma bela desculpa: “Mas Senhor, o Senhor escolheu muito mal. Abusou de nossa credulidade”—certamente diriam os marketeiros cristãos!
Minha questão é uma só: por que Deus dificultou tanto a credibilidade do fato mais importante do Evangelho? Afinal, se Cristo não ressuscitou é vã a nossa pregação e vã a nossa fé, e também somos tidos por falsas testemunhas de Deus, pois asseveramos que Ele ressuscitou a Cristo, a quem ele não ressuscitou—se é certo que os mortos não ressuscitam!
Mas cremos que Jesus ressuscitou dos mortos, só não entendemos é porque as testemunhas oculares de sua ressurreição eram tão pouco críveis.
Se o critério fosse o da impressionabilidade incontestável, César, o Imperador, tinha que ter sido aquele a quem o Ressuscitado deveria ter visitado primeiro, em Roma.
Se o critério fosse o da oficialidade da fé, então o Sumo-Sacerdote Caifás deveria ter sido chocado pela aparição Daquele ao qual ele havia decidido que tinha que morrer.
Se o critério fosse o da legalidade, certamente o governador Pilatos deveria ter sido agraciado com a perturbação da visão do Ressuscitado. Afinal, sua esposa já havia até mesmo sonhado com Jesus.
Se o critério fosse o do escracho político, o rei Herodes deveria ter sido eleito como alvo ideal.
Se o critério fosse o da pureza de sentimentos e de continuidade histórica, Maria, a mãe de Jesus, seria uma candidata imbatível a receber a manifestação.
Mas não foi assim...
Mulheres nervosas, uma ex-prostituta, dois desconhecidos que caminhavam na estrada da cidade de Emaús que ainda o viram “em outra forma”, são aqueles que recebem a manifestação. Por que?
É que o Evangelho é divino em tudo. E é coerente em si mesmo em todas as coisas. Evangelho é Boa Nova da Graça de Deus. Anuncia que Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo. E a proposta que o Evangelho carrega é coerente com a não credibilidade moral, psicológica e histórica de suas testemunhas.
Que ironia. Até mesmo na hora das horas não depende nem de quem quer, nem de quem corre e nem de quem merece. E mais: Deus é um Deus arriscado. Parece que Sua especialidade é sempre trabalhar com o inviável. Existe sempre uma porta para a lógica do escape—seja intelectual, psicológico, moral, político ou religioso—para quem deseja uma desculpa de descrença.
Assim a mais fantástica de todas as mensagens é veiculada pelas menos críveis de todas as testemunhas.
Testemunhos verdadeiros. Testemunhas mais que relativas ante a percepção dos preconceituosos sentidos humanos. Essa é a ironia.
A impressão que se tem é que Deus faz de propósito. Revela as maravilhas a quem não carrega credibilidade. Deus torna tudo mais difícil para Ele mesmo. Por que não usa caminhos mais fáceis?
Paira sempre uma dúvida em tudo. Tem-se sempre que passar por cima de preconceitos e presunções—sejam elas de que natureza sejam—a fim de se crer.
Ao final, rotarianos amados, depois de censurar-lhes a dureza de coração Jesus os envia ao mundo para pregar a toda criatura.
Gente sem credibilidade tem que anunciar a mais incrível de todas as mensagens a todo tipo de gente. E por que?
Em minha opinião para que o processo inteiro seja sempre aquele que é fruto da graça e que se expressa por meio da fé. Desse modo, ninguém deveria se gloriar. Nem quem prega e nem quem crê.
O problema é que os critérios se transformaram em outros. Hoje em dia nenhuma organização cristã confiaria tão importante mensagem a seres parecidos com aqueles que Jesus escolheu para proclamarem Sua Ressurreição.
A “igreja” proíbe as pessoas de falarem por muito menos. Calam a boca dos que amam a Deus por quase nada. Desacreditam a mensagem em razão da relatividade do mensageiro toda hora. Assim, se tivesse dependido dos critérios atuais, as testemunhas da Ressurreição seriam o Imperador, o Sumo-Sacerdote, o Rei impostor ou, na melhor das hipóteses, uns poucos simpatizantes, mas que eram importantes membros do Sinédrio, como Nicodemos ou José de Arimatéia. A esses Deus reservou apenas o papel de carregar o corpo morto e deixá-lo numa tumba.
Os que viram a ressurreição, no entanto, não passariam nos nossos exames psicotécnicos e muito menos de credibilidade, seja moral, seja de estabilidade emocional, seja de bons antecedentes.
Deus, no entanto, decidiu diferente: o testemunho verdadeiro seria sempre pregado por testemunhas mais que relativizadas. E a razão é que Deus escolheu para falar de Sua vitoria sobre a morte somente aqueles que são apaixonados pela vida. Mesmo que na existência tenham se fragilizado na busca do que fosse vida.
Ao final, entretanto, o que se ouvirá será sempre a mesma coisa: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor!


Nele,



Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br

terça-feira, 19 de outubro de 2010

REFLEXÃO ROTÁRIA – DIA 21/10/10

Fortaleza-Ce, 21 de outubro de 2010.


Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!


JABES, A DOR, A ESPERANÇA
E O DEUS DE TODA GRAÇA!
Leia 1º Cr 4.9-10



Jabes foi mais ilustre do que seus irmãos. Sua mãe lhe pusera o nome de Jabes, dizendo: Porquanto com dores o dei à luz... Jabes invocou o Deus de Israel, dizendo: Oxalá que me abençoe, e estenda as minhas fronteiras; que a tua mão seja comigo e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha a aflição. E Deus concedeu a Jabes o pedido que lhe havia feito.
Jabes descende de Judá. Ele vive num período profundamente inseguro e incerto. Paz era um bem para ser conquistado freqüentemente com as próprias mãos. Jabes, entretanto, já chegara ao mundo em dores. Sua mãe não tinha as contrações normais de uma parturiente; ou, talvez, a “passagem” não fosse ampla o suficiente para que o menino passasse.
Queridos e amados rotarianos, o fato é que doeu tanto, que a mãe, ao ver o filho vivo e fora de seu ventre, pega a criança e lhe dá o nome que ela julgou retratar bem o que ambos haviam experimentado. Dá-lhe um nome que carregava a lembrança constante de que ele nascera de dores, e que as dores quase haviam matado a sua mãe.
O fato é que Jabes já nasceu sofrendo e fazendo sua mãe sofrer. Por isto, pede a Deus que sua vida seja livre do mal e da aflição que dele procede. Além disso, Jabes também pede ao Senhor um crescimento que não lhe custe angustias. E Deus concedeu o que ele pedira, além de afirmar que Jabes se tornara mais sobre-excelente que seus irmãos.
Um homem nascido em dores. Um homem que sabe que sua vida quase custou a vida de sua própria mãe. Um homem que carrega um nome memorial acerca do significado de seu nascimento. Um homem que se destaca dos demais pela serenidade e pela dignidade. Um homem com uma singela oração: Pai, livra-me da aflição. Pai, livra-me do dia mal. Pai, ajuda-me a crescer. Pai, faz-me crescer sem que tal crescimento me tire a paz.
E Deus lhe ouviu a oração... Jabes teve o que pediu, e cresceu sem se fazer mal e sem ter que pagar com o preço da aflição a conquista de novas fronteiras.
Um homem marcado pela dor, mas que não quer ser acompanhado por ela. Um homem marcado pela dor, mas que não quer ser paralisado por ela. Um homem marcado pela dor, mas que quer conquistas para a sua vida, mas não deseja oferecer ao sucesso o capital das angustias como troca. Um homem franco a Deus quanto a declarar que deseja crescer, mas que não desejaria fazê-lo entre as aflições decorrentes das conquistas.
Jabes... Um homem com ambições.... Um homem em busca de mais espaço... Um homem com elevado instinto de auto-preservação... Um homem que não quer que sua vida se transforme num parto permanente... Um homem que sabe que somente Deus pode conceder que, na terra, alguém conquiste sem aflições, que alargue suas fronteiras sem guerra, que viva no meio de tanta maldade, livre do mal.
Deus... Um Deus que vê a dor de uma mãe... Um Deus que vê a marca traumática de um menino que nasceu de dores... Um Deus que usou tais marcas a fim de polir e ilustrar um menino que viraria homem amante da paz... Um Deus que sabia quem era aquele menino, depois homem: um ser digno, marcado pelo trauma do sofrimento, que não deseja ficar tímido ante a vida, mas que se reconhece como alguém que não suportaria pagar o preço da aflição a fim de realizar a conquista.
Jabes, sua mãe e a misericórdia de Deus!
Haja paz! Haja prosperidade! Haja Jabes! Haja Graça, e Graça houve para Jabes!
Que haja Graça e Paz para você hoje querido rotariano!
E que haja para mim também! Hoje e sempre!


Nele,
Senhor de toda bondade e misericórdia!


Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

REFLEXÃO ROTÁRIA – DIA 14/10/10

Fortaleza-Ce, 14 de outubro de 2010.

Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!


O MAIOR PROBLEMA É O ‘NADA’ DA VIDA!

Ninguém sabe nada de nada. Quem diz que sabe é pretensioso e tolo. Afinal, quem controla o quê?
Amados rotarianos, literalmente, conforme disse Jesus, não posso acrescentar sequer um metro a mais ao curso de meu caminhar na Terra. Num minuto está tudo bem. No outro um tufão de tristeza e emoções podem simplesmente dar contra a nossa existência.
Entretanto, quando existem razões objetivas para a dor, ainda está tudo bem. O duro é quando você olha e se pergunta: Mas o que houve de fato aqui que possa explicar o volume de dor e problemas que gerou?
Sim! Pois, o maior problema é o que não existe!
Ora, quando o problema existente tem solução objetiva e simples, até mesmo quando não tem solução... Em tal caso, é deixar, pois, a não solução já é a solução. Porém o problema inexistente somente existe em um lugar no qual não há critérios de mensurabilidade: o interior e a subjetividade.
A questão é que a maior parte dos problemas nasce do que não é ou não existe de modo real e objetivo!
Sim! São problemas de comunicação ou excessos de interpretação!
Sim! São problemas relacionados ao que se disse ter perdoado sem que se tenha jamais perdoado!
Sim! São desejos e antipatias inconscientes e que se transformam em guerra sem sentido!
Sim! São disputas inconscientes por razão e razão!
Sim! São projeções e transferências que são feitas e que pintam o outro de diabo!
Sim! Problemas inexistentes é o diabo nas entrelinhas!
Quando você estiver aborrecido, antes de tudo se pergunte: Qual o nível de existência desse problema?
Ora, na realidade a maioria dos problemas não resiste sequer à resposta objetiva que se possa dar a tal questão!
Assim, queridos e amados rotarianos, não se enrole nos novelos que não existem, pois, de fato, tais linhas invisíveis são as que mais nos prendem ao nada que se apresenta a nós com o poder do tudo, embora nada seja.
Pense nisto!


Nele,

Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

REFLEXÃO ROTÁRIA – DIA 07/10/10

Fortaleza-Ce, 07 de outubro de 2010.


Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!


O PODER DA CULPA SOBRE O COMPORTAMENTO!


Tortuoso é o caminho do homem carregado de culpa,
mas reto o proceder do honesto”. Pv 21.8


Pecar é humano, mas permanecer em estado contínuo de tortuosidade produz um estado de culpa que os humanos não suportam por muito tempo. Mesmo que seja aquela culpa que não se trata como tal, mas que o praticante sabe que é culpa.
Seja culpa sabida e sentida como culpa, ou apenas a culpa interpretada como tal pela esperteza do praticante que esconde seus atos — o resultado final é sempre o mesmo: os caminhos se tornam tortuosos.
Para encobrir o ilícito, anteparos, álibis, pretextos, desculpas, encontros inexistentes, falsos compromissos, estórias, desvios súbitos de rota, encontro com amigos desaparecidos, falsificação, distração — precisam ser inventados para que o que pratica a coisa desonesta possa escapar com ela.
Só que se trata de um interminável processo de construção de um mundo paralelo, inexistente aos sentidos de terceiros, mas necessariamente “real” para o contador de estória. E mentirá tanto que poderá acabar se convencendo que sua estória é uma história.

As conseqüências são as seguintes:

1. Seu senso de realidade se alterará. Com o passar do tempo a mentira se instala como programação natural e o ser inicia um processo de mistura entre o real e o imaginário, e adoece.
2. Os caminhos tornam-se tortuosos. Uma vez que alguém se vicie nessa pratica não haverá jamais a possibilidade de que tal pessoa faça qualquer coisa reta, a menos que se arrependa e se deixe reeducar.

Do contrário, queridos e amados rotarianos, todas as tentativas de fazer o que é reto esbarram no seguinte: a execução da nova vereda reta passará, inevitavelmente, pela vereda tortuosa — e poucos têm coragem de se auto-denunciar no que é tortuoso a fim de iniciar a pratica do que é reto.
Assim, muitas coisas já não cridas como espertezas, continuam sendo praticadas pelo medo que o praticante tem de vir a ser descoberto como um estelionatário da realidade por tanto tempo.
Desse modo, a culpa faz a manutenção da vereda tortuosa...
É obvio que se alguém puder consertar caminhos tortuosos sem precisar escrever um livro, melhor será. Afinal, esse é um mundo que não vive de verdade, mas de aparências. E os juízes humanos são implacáveis.


Nele,
Que nos redime de toda culpa pelo arrependimento,



Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br