quinta-feira, 25 de junho de 2009

REFLEXÃO ROTÁRIA – 25/06/2009

Fortaleza-Ce, 25 de Junho de 2009.

Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!

A HUMILDADE DE DEUS!

“Aprendei de mim, pois sou manso e humilde de coração”.

Jesus disse que era para aprendermos Dele, não apenas com Ele, pois, Ele é manso e humilde de coração. Com Ele aprenderíamos sobre a humildade. Dele aprendemos o que é ser humilde e como ser humilde de coração. Desse modo, Jesus não apenas ensina a humildade, mas, sobretudo, nos manda olhar para Ele a fim de sabermos como é ser humilde segundo Deus.
Sobre isto poucas coisas são mais relevantes do que simplesmente afirmar que Seu maior sinal de humildade foi estar no mundo, o mundo ter sido feito por e para Ele, porém, não o reconhecer...; enquanto Ele aceitou estar sem ser reconhecido; e mais: vir para os Seus e por eles não ser recebido... Tudo o mais sobre Jesus tem a ver com essa tranqüilidade, com esta despretensão, com essa calma, com essa confiança e segurança no amor do Pai.
Ele é humilde como o Pai, que faz tudo por todos, mas não é reconhecido... E mais: Ele trata tudo como o Pai, pois, cura sem que deseje que todos saibam que foi Ele quem fez aquilo...
Ele é Aquele que curou o homem que jazia em Betesda há 38 anos, e não se apressa em dizer qualquer coisa sobre Si mesmo, vindo a apresentar-se ao homem depois, nem tanto para que o homem soubesse que Ele, Jesus, “era o cara”...; mas sim a fim de dizer: “Não peques mais para que não te suceda coisa pior!”
Hoje resolvi orar pelos enfermos. Orei por todos os enfermos. Todos... Pedindo a Jesus, que cura sem precisar se apresentar e sem cobrar direito autoral de cura, que visite os doentes, e os cure, ainda que os curados não saibam que foi Ele quem curou, ainda que pensem que foi o “padinho Ciço” ou coisa que o valha... Pois, eu sei como Ele é... E sei que é humilde coração... E sei que cura sem precisar de reconhecimento...
Perguntaram ao doente de Betesda: “Quem te curou? Qual o nome dele?” O homem, porém, sinceramente não sabia... “Não sei. Só sei que Ele me disse para tomar meu leito e andar... E eu estou andando!” Assim é a humildade de Deus que nos foi ensinada em Jesus!
Deus é humilde... Por isto faz tudo e não pede que se divulgue... Por isto tem mais prazer em curar do que em ser o curador...
A humildade de Jesus é fazer o bem para sempre, ainda que jamais seja reconhecido! Ora, assim como Ele é... — devemos nós também ser neste mundo!
Este é o caminho...


Nele, que é humilde de coração,


Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br

quinta-feira, 18 de junho de 2009

CONVITE

Convidamos nossos sócios representativos e honorários e toda família rotária para a solene posse conjunta da nova diretoria dos Clubes de Rotary de Campina Grande, que realizar-se-á no dia 02 de Julho de 2009, quinta-feira, às 20:00 hs., no Restaurante La Costa, seguida de jantar e festiva, com música ao vivo ao som de Kátia & Gabimar.

Na oportunidade tomarão posse como presidentes os seguintes companheiros: Antônio Hamilton Fechine Dantas no Rotary Club Campina Grande (Campinão); Maria Tereza Nascimento Silva no Rotary Club Campina Grande Oeste e Silvio Romero Medeiros no Rotary Club Campina Grande Sul.

A solenidade será presidida pelo companheiro José Pinto Brandão, tendo como secretário o companheiro Cícero José das Neves Neto, no protocolo o companheiro Hiram Ribeiro dos Santos e como orador o companheiro Antônio Hamilton Fechine Dantas.

Antecipadamente agradecemos a todos que nos prestigiarem, comparecendo à solenidade, seguida de companheirismo festivo.

Campina Grande, 18 de junho de 2009

Hiram Ribeiro dos Santos
Secretário dos Clubes de Rotary de Campina Grande

REFLEXÃO ROTÁRIA – 18/06/2009

Fortaleza-Ce, 18 de Junho de 2009.


Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!


A DIFÍCIL TAREFA DE RECOMEÇAR!



Como é difícil começar. A maioria das pessoas sofre de medo de iniciar e de pânico de reiniciar. Iniciar depois que um dia se começou alguma coisa, porém, se caiu, é, todavia, bem mais difícil. Sim! Porque no fazer “de-novo” depois da queda, tem-se que aprender a ciência do fazer sem a energia do começar, que, em geral, vem da ambição de provar o próprio valor, e, depois, prossegue pela simbiose entre sucesso e vaidade.
Aquele que um dia fez e caiu no que fazia, tem que se erguer de escombros de depressão, de tristeza e de realidade em estilhaços, e isso sem os ânimos do engano. Eu sei o que estou falando. Já tive que me por de pé muitos e muitos dias apenas crendo que é em pé é que eu deveria estar. E dizia para mim mesmo: “Filho do Homem! Põe-te em pé e falarei contigo!”; ou ainda: “Que fazes aqui Elias?”; ou mesmo: “Das profundezas clamo a Ti Senhor!”
E para recomeçar? Ah! Meu Deus! Pesa mais recomeçar depois que já se teve muito ou quase tudo, do que quando nunca se fez ou teve nada. Sim! Pois se sabe que se foi por muitos labores que se chegou aonde se chegou [e de onde se caiu] — será por muitos e muitos mais trabalhos interiores e exteriores que se sairá de onde se caiu a fim de começar outra vez.
Na juventude se começa na ilusão e no sonho. Mas quando um dia a vida veio e se foi como trabalho e manifestação social da pessoa, e ela, todavia, tem que recomeçar, então, terá que fazê-lo sem as forças das esperanças não provadas pelo fogo da existência, e, assim, terá que realizar sem poder contar com o poderoso motor das ignorâncias filhas da ilusão.
Para recomeçar no sentido da vida só mesmo pela fé! Talvez seja por essa razão que Abraão já não fosse jovem quando foi chamado; e já era um velho amortecido quando gerou seu filho Isaque. Talvez seja pela mesma razão que Moisés já fosse idoso ao ser chamado para conduzir o povo.
Sim! Pois ambos já eram homens sem ilusões, e, por isto, eram homens apenas da fé, e não do entusiasmo dos tolos e ambiciosos, por mais puros que fossem em seu entusiasmo iludido. Abraão e Moisés não voltaram para suas casas empolgados e dizendo: “Oba! Surgiu-me uma grande oportunidade de mudar o mundo!” Não! Foram decisões difíceis e graves. Implicavam em abandonar todos os passados. Determinava uma decisão de rompimento com todas as coisas. Era como nascer de novo já velho, e sem as ignorâncias que animam a existência juvenil.
Enquanto a gente começa apenas na empolgação, a gente fica sem saber o significado de andar apesar de tudo, e de esperar contra a esperança. Entretanto, seja qual for o começo ou o recomeço — ambos e ou todos eles só começam ou recomeçam com um passo simples.
Na juventude o salto é como o de uma lebre ao alcance de uma cenoura de chance na vida. Mas quando um dia se afundou no pântano das cenouras, o que de lá emerge é um mutante radical, pois, sai um jabuti, com casco pesado, com carapaça densa, com pele encascada; e lento; muito lento; muito no esforço... Mas sai!... No entanto, quando tal pessoa-jabuti decide erguer-se, por mais difícil que seja, o faz movido por amor à vida, e não mais em razão das ilusões da vida.
Entretanto, terá que levantar-se muitos e muitos dias apenas em nome da fé e de seu amor pela vida, pois, muitas vezes, só terá esses elementos a pavimentar seu chão.
Houve um tempo em que eu ficava triste porque tinha que dormir. Hoje eu folgo a possibilidade de descansar. Entretanto, cada ação minha é muito mais apenas e tão somente o fruto de minha essência em fé e amor a Deus e à vida, pois, os motivadores da juventude todos eles se acabaram.
Hoje eu sei que a glória da segunda casa é maior do que a da primeira, pois, a primeira casa é feita pelas mãos movidas pela glória, enquanto as mãos que erguem a segunda casa são apenas movidas pelo amor simples. Assim, quando faço muitas coisas apenas por consciência e não por empolgação, muitas vezes o faço entre suspiros pesados de cansaço, mas com grande alegria de verdade no coração, pois, a segunda casa não é gloriosa como a primeira, mas é simples, sincera e sem entusiasmos infantis.
Até Noé, depois do Dilúvio, antes de recomeçar, plantou uma vinha, pois, depois do Dilúvio a alma quer um descanso de alegria leve. Mas a vinha não lhe fez bem. Excedeu-se. E teve que viver com as conseqüências. Depois do dilúvio eu fiquei parado entre plantar uma vinha e continuar direto da arca para a construção de algo que fosse a continuidade da vida. Fiquei quieto!... Decidi plantar um trigal, não um vinhedo. E levantei todas as manhãs e fui dormir quando o dia amanhecia, crendo que aquele que vai andando e chorando enquanto semeia, voltará com jubilo trazendo os seus feixes.
E é assim que levanto todas as manhãs. É assim que me levantarei todas as manhãs, se Ele assim me ajudar. Pois, quero andar sereno enquanto planto; certo de que se chora no caminho, mas, muito mais certo ainda de que os feixes de vida já estão prontos para que eu os leve em meus ombros como carga de alegria da vida.



Nele,
Nossa esperança!




Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br

terça-feira, 9 de junho de 2009

REFLEXÃO ROTÁRIA – 11/06/2009

Fortaleza-Ce, 11 de Junho de 2009.


Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!

QUEM PODE ENTENDER O CAMINHO
DE UM HOMEM COM UMA MULHER?...
Reflexão para o ‘Dia dos Namorados’

“Há três coisas que são maravilhosas demais para mim; sim, há quatro coisas que não entendo: o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar, e o caminho de um homem com uma mulher”. Disse Salomão


A confissão da Salomão no livro de Provérbios nos diz que um dos mais indevassáveis mistérios humanos nesta existência é o caminho de um homem com uma mulher. Quando há amor, encontro, desejo, vínculo, irmandade, jugo existencial dividido justa e harmonicamente; quando o que os vincula é mais forte do que a morte; quando dois se fazem um em uma simbiose sadia; quando suas mentes vão se tornando uma só; quando seus sonhos na vida se tornam comuns; quando seu tesouro é um ter o outro; quando até os filhos são menos do que os dois são um para o outro; quando até os desencontros os aproximam mais... — então, diz a Salomão, se está diante de um mistério...: o caminho de um homem com uma mulher...
O que faz tal encontro que faz encontrar... acontecer como encontro real e definitivo? Ora, é na confissão de ignorância que a Sabedoria lança luzes sobre o fenômeno... Sim, é pelas coisas que são maravilhosas demais para serem entendidas [três coisas...] que o sábio busca luz para melhor discernir o mistério mais profundo, que é mais que “maravilha”..., sendo de fato aquilo que não entendemos...: o caminho de um homem com uma mulher.
Dentre as coisas maravilhosas demais, diz o sábio, há três que o deixam perplexo...
O caminho da águia no céu... É caminho altaneiro, com direção e objetivo, com olhar que vê ao longe, com visão perspectiva e prospectiva, com intenção de trazer comida ao ninho, com o instinto de que os bens ganhos devem ser divididos com quem espera por nós no ninho feito nas alturas da esperança... Além disso, é um caminho leve, entregue ao vento, capaz de planar, de se deixar levar, de descansar no tapete do vento enquanto olha o que pode ser alimento e vida... Desse modo, o caminho da águia no céu é feito de direção e objetividade de propósitos, tanto quanto é feito de leveza e de confiança no vento; e mais: leva em si o paradoxo de ser objetivo e, ao mesmo tempo, leve e solto...
O caminho da cobra na penha... É caminho na rocha, por isto é uma vereda sem marcas e sem pegadas... Não há rastros... Não há manchas para trás... Sim, as marcas são as da não marcas... Sim, trata-se da vereda que não traumatiza e não assusta para o mal... Não há surpresas... Não há marcas “paralelas”... De fato, não há pegada alguma...
O caminho do navio no meio do mar... É o caminho de quem não se assusta com as vagas, os vagalhões, com as ondas gigantes, com os monstros marinhos, e com o abismo... Sim, é caminho que se guia [no passado...] apenas pelos céus, pelos mapas escritos nas estrelas, pelas veredas feitas de marcas superiores; acima, fixas, imutáveis...; e, por isto, mesmo não entendendo o mar, o marinheiro de três mil anos atrás singrava a morte dos oceanos apenas olhando para os céus...
Ora, são essas “maravilhas” que iluminam o mistério do caminhar entre um homem e uma mulher... Sim, pois o caminho de um homem com uma mulher não é para ser entendido ou anatomizado... Não! O caminho de um homem com uma mulher é para ser vivido, não para ser explicado... Aliás, relações que se explicam muito têm quase sempre nada em si mesmas... Os vínculos que perduram são os que estão para além de qualquer explicação humana... É!... São... Basta ser...
Entretanto, embora eu não entenda o caminho de um homem com uma mulher, sei, todavia, que seu modo é como o da águia no céu, como o da cobra na rocha e como do navio solto no meio do oceano há mais de três mil anos...
Portanto, o que faz possível o misterioso caminho de um homem com uma mulher, à semelhança da vereda da águia, é sua decisão de caçarem juntos, de buscarem as mesmas coisas, de se referenciarem pelo mesmo monte, pelo mesmo ninho, pelos mesmos filhos, pela mesma noção intrínseca de objetivo, propósito e direção... Isto, ao mesmo tempo em que se confia também no vento, no improviso, na flexibilidade, nas correntes de ar, na leveza enquanto de busca o objetivo comum...
Do mesmo modo o caminho de um homem com uma mulher não se explica, mas se maravilha ante a possibilidade de se viver uma vida sem marcas alheias, sem manchas, sem passado ou presente de traição, sem mágoas, sem trilhas estranhas...
Quem anda na rocha não deixa marcas para trás... Quem, como uma cobra, anda na rocha, menos marcas ainda deixará para trás... Assim, o caminho de um homem com uma mulher será tão mais misterioso quanto mais limpo e simples ele seja...
Além disso, o caminho de um homem com uma mulher é apenas possível ante a escuridão dos fatos, da vida, da turbulência da existência, das vagas imensas e das subitezas de toda sorte de tempestades... — se o caminho for feito acima do imediato e dos seus monstros inevitáveis; e isso só é possível quando os “marinheiros” desta travessia olham e se guiam apenas pelos sinais dos céus...
Havendo tais coisas, apesar de misterioso e inexplicável, o caminho de um homem com uma mulher será possível... Sim, com direção e leveza, com andar limpo e sem marcas e manchas, com orientação que transcenda os tumultos do imediato e de seus oceanos de perigo...
Ora, sem tais coisas não vale a pena entregar-se à aventura... Seria como uma águia sem rumo e sem direção...; como uma cobra na lama, atolada e cheia de marcas de suas revolvencia...; ou como um navio antigo, há milhares de anos, insistindo em viajar por mares perversos sem olhar para o único meio possível de orientação: os céus!...
Hoje, muitos querem o caminho de um homem com uma mulher, mas, sem a direção comum, sem a leveza no processo, sem a limpeza no andar, sem os céus a guiar... Portanto, o que tais pessoas têm é apenas a rapinagem da águia sem ninho e sem compromisso com filhotes e com aquela que deles cuida; sem a honra de um caminhar que não tem o que esconder; sem o olhar superior que vence o mundo... — e, apesar de nada disso haver neles e para eles..., querem assim mesmo que o caminho seja maravilhoso, misterioso e lindo...
Sem direção e leveza, sem pureza e simplicidade, sem os mapas do céu... — o que sobra é o abismo, não o mistério... Não se deve brincar com tais coisas... Loucos ou loucas são todos aqueles que dão as mãos para fazerem a viagem juntos..., mas sem o compromisso com os objetivos comuns e com leveza do fazer; sem a pureza do andar, e sem o mapa superior, que, para nós, é o Evangelho: único caminho seguro para que alguém se atreva a atravessar os oceanos... Esta viagem... é apenas para aquele que tem no coração as veredas superiores, o caminho de cima... É assim que é...


Nele, em Quem e de Quem vem tal sabedoria,


Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br

HOMENAGEM DO “ROTARY CLUB CAMPINA GRANDE” AO DIA DE CAMÕES, DE PORTUGAL E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS

O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, celebrado a 10 de Junho, é o dia em que se assinala a morte de Luiz Vaz de Camões em 1580, e também um feriado nacional de Portugal.

Durante o regime ditatorial do Estado Novo de 1933 até a Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1974, era celebrado como o Dia da Raça, a raça portuguesa ou os portugueses.

Na seqüência dos trabalhos legislativos após a Proclamação da República Portuguesa de 5 de Outubro de 1910, foi publicado um decreto em 12 de Outubro estipulando os feriados nacionais. Alguns feriados foram eliminados, particularmente os religiosos, de modo a diminuir a influência da igreja católica e laicizar a sociedade.

Nesse decreto ficaram consignados os feriados de 1 de Janeiro, Dia da Fraternidade Universal; 31 de Janeiro, que evocava a revolução falhada do Porto, e, portanto foi consagrado aos mártires da República; 5 de Outubro, Dia dos heróis da República; 1 de Dezembro, o Dia da Autonomia (Restauração da Independência) e o Dia da Bandeira; e 25 de Dezembro, que passou a ser considerado o Dia da Família, tentando também laicizar a festa religiosa do Natal.

O decreto de 12 de Junho dava ainda a possibilidade de os municípios e conselhos escolherem um dia do ano que representasse as suas festas tradicionais e municipais. Lisboa escolheu para feriado municipal o 10 de Junho, em honra de Camões, uma vez que a data é apontada como sendo a da morte do poeta que escreveu Os Lusíadas.

Luiz de Camões representava o gênio da pátria na sua dimensão mais esplendorosa, significado que os republicanos atribuíam a 10 de Junho, apesar de nos primeiros anos da república ser um feriado exclusivamente municipal. Com o 10 de Junho, os republicanos de Lisboa tentaram evocar a glória das comemorações camonianas de 1880, uma das primeiras manifestações das massas republicanas em plena monarquia.
Dia da Raça e das Comunidades
O 10 de Junho começou a ser particularmente exaltado com o Estado Novo, o regime instituído em Portugal em 1933 sob a direção de Antônio de Oliveira Salazar. Foi a partir desta época que o dia de Camões passou a ser festejado a nível nacional. A generalização dessas comemorações deveu-se bastante à cobertura dos meios de comunicação social.

Durante o Estado Novo, o 10 de Junho continuou sendo o Dia de Camões. O regime apropriou-se de determinados heróis da república, não no sentido laico que os republicanos pretendiam, mas num sentido nacionalista e de comemoração coletiva histórica e propagandística.

Até aos 25 de Abril de 1974, o 10 de Junho era conhecido como o Dia de Camões, de Portugal e da Raça, este último epíteto criado por Salazar na inauguração do Estádio Nacional de Jamor em 1944, em memória das vítimas da Guerra Colonial Portuguesa. A partir de 1963, o 10 de Junho tornou-se uma homenagem às Forças Armadas Portuguesas, numa exaltação da guerra e do poder colonial. Com uma filosofia diferente, a Terceira República converteu-o no dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em 1978.

Luiz de Camões
Expressão acabada das glórias de sua terra e do homem renovado pela Renascença, Camões consolidou a língua portuguesa e conferiu-lhe amplitude, aptidão e maleabilidade capazes de abarcar motivos de significado nacional e universal ao mesmo tempo.

Luiz Vaz de Camões nasceu provavelmente em Lisboa em 1524 ou, para outros, 1525, sua família era de pequenas posses, mas freqüentava a corte ou ocupava cargos importantes, como o do tio que era prior do mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, onde o poeta teria feito o curso de artes. Graça a esse começo se firmaram as bases de sua sólida formação cultural, que levou Wilheim Storck a chamá-lo “filho legítimo do renascimento”, e humanista dos mais doutos e distintos de seu tempo.

O pai de Camões foi Simão Vaz de Camões e sua mãe Ana de Sá e Macedo. Por via paterna, Camões seria trineto do trovador galego Vasco Pires de Camões, e por via materna, aparentado com o navegador Vasco da Gama.

De 1542 a 1545 parece ter morado em Lisboa, vivendo as primeiras paixões amorosas e dificuldades com o meio. Não se sabe com certeza por que foi forçado a trocar a capital pelo desterro no Ribatejo, mas por volta de 1547 se alistou no serviço militar e seguiu para o norte da África. Em combate perto de Ceuta, no Marrocos, perdeu o olho direito. De volta a Lisboa em 1549, conviveu um tanto com a nobreza, outro tanto com a noite das ruas e dos bordéis. Impetuoso, em 1552 feriu à espada um cavalariço do rei e foi condenado a um ano de prisão.

Após o indulto de D.João III, em março de 1553, Camões partiu para a Índia. Pouco parou em Goa: participou da expedição ao Malabar e talvez de um cruzeiro contra navios turcos no mar Vermelho. Sua estada em Macau, no cargo de provedor dos defuntos e ausentes, mais ou menos de 1556 a 1558, não é tida como certa. O que se põe em dúvida é que, em viagem às costas da China, naufragou nas proximidades do atual Vietnã, salvando-se a nada com o manuscrito de Os Lusíadas já bastante adiantado. Esteve ainda na Malásia e retornou a Goa, quando de novo teria sido preso, desta vez por dívidas. Mais tarde viveu Moçambique, onde Diogo do Couto o encontrou “tão pobre que comia de amigos”.

Com o favor desses amigos, o poeta em 1569 regressou a Lisboa. Bateu-se, então, pela publicação de Os Lusíadas. Em 1571 a Inquisição lhe outorgou a licença requerida e a obra, depois de censurada, teve em 1572 sua primeira edição. No mesmo ano, o rei D. Sebastião lhe concedeu a tença de 15 mil-réis, quantia sobre cujo valor há muita discussão mas que a maior parte dos estudiosos julga insignificante, ainda mais que lhe não fora paga com regularidade. Os últimos anos foram, portanto de miséria e de “austera, apagada e vil tristeza”.

Caracterização Geral
Além de os Lusíadas, só três ou quatro poemas de Camões foram publicados durante sua vida. A maior parte da obra lírica, tal como os autos e as cartas, permaneceu inédita. A tarefa de identificar e reunir esse material precioso, a que a celebridade e grandeza do prodígio épico emprestaram aura de objeto de devoção, mobilizou muita gente, ao longo de largos anos.

Assim é que a organização da obra tem história à parte, de que um dos primeiros passos foi a publicação em 1587, por Afonso Lopes, dos autos Anfitriões e Filodemo. Seguiu-se a primeira coletânea das líricas (1595), devida a Estevão Lopes. Sucederam-se outras edições, expurgadas de poemas presumivelmente apócrifos ou acrescidas de dezenas de outros, às vezes duvidosos. A primeira obra completa só apareceu em 1860, preparada pelo visconde de Juromenha: os sonetos, inicialmente 108, chegavam a 352.

Do final do século XIX em diante se fizeram edições mais criteriosas, apoiadas nos trabalhos de Wilheim Storck, Carolina Machaelis, Agostinho de Campos, Costa Pimpão, José Maria Rodrigues, Afonso Lopes Vieira e Hernani Cidade. Mais recentemente, pesquisadores como Jorge de Sena, Eugênio de Andrade e Emanuel Pereira Filho fixaram o extraordinário legado camoniano nos seguintes termos: Os Lusíadas, 211 sonetos, 142 redondilhas, 15 canções, 13 odes, 9 éclogas, 5 oitavas, 4 cartas e 3 autos (além dos mencionados, El-rei Seleuco).
Poesia épica
Camões é, sobretudo síntese de uma época e de um povo, do espírito humanista – com seus vastos conhecimentos, sua filosofia, sua ética – somado à realização histórica e política da expansão marítima portuguesa. Testemunha viva e transformadora, cruzou os mares, se engajou pessoalmente nessa expansão e, imbuído daquele espírito, fez dela um monumento de arte literária, nesse sentido, em dimensão assim tão integrada e completa, é caso único na história da poesia e é, mais do que tudo, o autor de Os Lusíadas.

O poema divide-se em 10 cantos de oitava rima, estância de 8 versos decassílabos. O motivo central é a viagem de Vasco da Gama em busca do caminho para as Índias pelo Ocidente. Em torno desse fio condutor se fazem retrospectos e projeções da história de Portugal, entretendo-se os personagens ou façanhas lusíadas e os seres ou feitos mitológicos a ajuda dos deuses.

Desse modo figuras efetivamente históricas como Nuno Álvares Pereira ou Inês de Castro se tornaram também mitos e heróis do mesmo Olimpo da celebração. A mescla de ideais e símbolos cristãos com a mitologia grego-romana, que a alguns causou estranheza, é inerente à composição de Camões como renascentista e aos padrões estéticos correspondentes. Ainda assim ele a transcende inteiramente, com o domínio de todos os ritmos, gêneros e técnicas que conheceu, com a vasta riqueza de suas imagens, sua sensualidade audaciosa e que impregna tantos versos, ou a agudeza de uma reflexão que vai ao fundo dos seres e coisas, e abrange todas as contradições da condição humana.

O poema tem lição e encanto permanentes, sempre tão criativo quanto crítico: ainda que épico, logo em seguida à “fúria grande e sonorosa” diz da fragilidade e insegurança da vida, para “um bicho da terra vil e tão pequeno” (cantos I, II); exorta ao amor e à piedade nas páginas pungentes de Inês de Castro (canto III); mas sabe reerguer o clangor e a aspereza feroz da batalha de Aljubarrota, ou a dedicação maior que a própria existência, e destilar a tremenda meditação sobre a fatuidade da glória e do poder, a “vã cobiça” da fama, nos versos do velho de Restelo (canto IV) e no canto VI; assombra o leitor com a poderosa recriação zoomórfica da tromba-d água, e com a invenção genialmente plástica, goyesca com dois séculos à frente, do gigante Adamastor (canto V); e abriga a moral do cavalheirismo e do desprendimento amorosa no episódio dos Doze da Inglaterra (canto VI); ou a ética que verbera a ambição política corrupta e socialmente iníqua, nas últimas oitavas dos cantos VII e VIII, ou no início do IX; depois, traz a maravilha do presente de Vênus aos navegantes: o paraíso erótico e o que no século XX se dirá santuário ecológico da ilha dos Amores, painel pagão de colorido admirável, súmula de um hedonismo que, na vida e obra camoniana, conflita com as idealizações ora cristãs, por fim, expõe sua resplandecente cosmologia ptolomaica e imprime tom elegíaco, de palavras proféticas, ao final (canto X), em todas as mais de mil estâncias, um talento capaz de expressar e transfigurar qualquer coisa, das maiores às menores, das mais concretas às mais abstratas, das mais solenes às mais cotidianas.
Lírica
Tanto nos sonetos quanto nas redondilhas, Camões é também poeta e pensador, em que a sensibilidade e a consciência interagem com equilíbrio incomparável. O aspecto neoplatônico e idealista, de modelo petrarquiano, se funde à materialidade do toque dionisíaco pelo qual o amor, se “está no pensamento como idéia”, também é “fogo que arde sem se ver”. Tanto que ao tema dos bens e males do amor se juntam os da má sorte, do exílio em suas várias acepções, da transitoriedade dos dias, da mudança: em um soneto, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”; ou, “Babel e Sião”, “E vi que todos os danos / Se causavam das mudanças, / e as mudanças dos anos”. Nesse ponto o poeta está muito adiante de Petrarca e a um passo do barroco conceptista, tanto no conteúdo, como na forma: o soneto adquire inflexão emotiva mais direta e a redondilha herdada do Cancioneiro geral se faz poesia filosófica.

Quer na lírica, quer na épica, o gênio de Camões é daqueles, muito raros, que se mostram continuamente aptos a proporcionar o encontro com o sublime, a solução ao mesmo tempo mágica e de extrema inteligência, o acerto ou revelação definitiva, que magnetiza o leitor e o eleva, de súbito, a outro estado de percepção. Às vezes, isso se instala em um ou outro de seus versos, pois o poeta é senhor de alguns dos mais perfeitos da língua, como, no soneto de Jacó, o remate “para tão longo amor tão curta a vida”.
Principais Sonetos

· Enquanto quis Fortuna que tivesse
· Eu cantarei de amor tão docemente
· Busque Amor novas artes, novo engenho
· Tanto de meu estado me acho incerto
· Amor é um fogo que arde sem se ver
· Doces águas e claras, do Mondego
· O fogo que na branda cera ardia
· Quando da bela vista e doce riso
· Quem pode livre ser, gentil Senhora
· Tomou-me vossa vista soberana
· Alegres campos, verdes arvoredos
· Passo por meus trabalhos tão isento
· Num jardim adornado de verdura
· Está-se a primavera trasladando
· Por que quereis, Senhora, que ofereça
· Se alguma hora em vós a piedade
· Alma minha gentil, que te partiste
· Eu quis Fortuna que tivesse
· Mudam-se os tempos
· Quem diz que o Amor é falso
· Sete anos de pastor Jacó servia
· Doce sonho, suave e soberano
· Este amor que vos tenho, limpo e puro
· Já não sinto, Senhora, os desenganos
· Memória de meu bem, cortado em flores
· O dia em que nasci, moura e pareça
· Quando se vir com água o fogo arder
· Quando, Senhora, quis Amor que amasse
· Diana prateada, esclarecida
· El vaso reluciente y cristalino
· Pues lágrimas trátais, mis ojos tristes
· Sustenta meu viver uma esperança
· Sobolos rios que vão
· Que me quereis, perpétuas saudades?

Autos e cartas

Ficaram ainda, da obra camoniana, autos e cartas. De matriz vicentina, os autos de Camões desenvolvem o traço coloquial que muitas vezes se insinua em sua lírica e, para bom observador, até no texto de Os Lusíadas. Essa tendência lhes dá leveza dramática e acentua as surpresas de sua face burlesca. Um desses autos, o Filodemo, a tradição reza ter sido encenado pelo autor em Goa, em 1556.

Nas poucas cartas que sobreviveram das muitas escritas por Camões, entrevê-se muito de seu estilo poético: em algumas descreve para um amigo a vida social de Lisboa, seus costumes e pecados. Com ironia ácida, ataca a hipocrisia das relações mundanas e as contrapõe às doçuras da vida no campo, de onde o amigo escrevera. Em uma carta que envia da Índia, ao contrário, está saudoso de Portugal e horrorizado com aqueles trópicos também tristes, de que diz: “Da terra vos sei dizer que é mãe de vilões ruins e madrasta de homens honrados”. Luiz Vaz de Camões morreu em Lisboa em 10 de junho de 1580. Seus restos mortais desapareceram.


Saudações Rotárias

Hiram Ribeiro dos Santos
1º Secretário do R. C. Campina Grande

Campina Grande-Pb., 04 de junho de 2009

REFLEXÃO ROTÁRIA – 04/06/2009

Fortaleza-Ce, 04 de Junho de 2009.


Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!


DETERMINAÇÃO!

Há momentos em que nada faz sentido. Os acessos ficam comprometidos, as fissuras entupidas, as janelas cerradas. Decepção substitui confiança, tristeza apaga o ímpeto e abatimento contamina a gesta heróica. O calor da peleja traiçoeiramente prejudica a energia fundamental de viver. As pedras de arranque cedem sob os pés e se esgota o entusiasmo. As balizas do sentido caem. Os diques das emoções se rompem.
Há momentos em que o silêncio absoluto e impenetrável da covardia abafa a coragem. O império da culpa confisca a confiança. O pavor do inesperado transforma a alma em masmorra e os sonhos definham em um imobilismo soturno. A poesia versifica o tédio e procura rima para fatiga. O espírito entra no compasso do soluço.
Há momentos em que determinação vira sinônimo de teimosia. As escolhas acontecem, empurradas, forçadas. A vida é tangida sem ânimo. Opta-se por constrangimento. Vai-se adiante, simplesmente. O horário cumprido, a tarefa realizada, e só. No tabuleiro, o peão aceita as regras; no palco, a marionete dança com os dedos do títere; na vida, as pessoas decoram roteiros.
Há momentos em que não se pode retroceder. O próximo, o próximo, o próximo, dita a voz melancólica que ordena a fila que desce a vertiginosa ladeira existencial. Assim, determinados, os humanos caminham... até que chegue o dia de encontra-se com o autor e consumador de nossa fé.


Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br