sexta-feira, 5 de setembro de 2008

HOMENAGEM DO ROTARY CLUB CAMPINA GRANDE AO ARTISTA PARAIBANO FLAVIO CAPITULINO

Flávio César Capitulino. Nasceu em Souza, cidade sorriso do sertão paraibano, no dia 08 de julho de 1966. Filho de João Capitulino de Alencar e de Terezinha Vigolvino de Alencar e, irmão mais novo de Walfredo Capitulino de Alencar. Em 1969, aos 3 anos de idade veio residir em Campina Grande. Quando menino tinha que dividir dois pães com as oito pessoas que viviam em sua casa. Sempre muito habilidoso com trabalhos manuais e extremamente observador, aos seis anos foi trabalhar com o Sr. Oscar, irmão do dono da Padaria Imperial, um trabalho que garantia pão e leite como pagamento. Aos nove anos recebeu convite para trabalhar nessa padaria. Trabalhou muito, se empenhou para conquistar um destaque na firma e por merecimento passou a ser gerente, ainda adolescente. Muito batalhador, não abandonou os estudos. Anos depois fazia artesanato, decoração para festa e o que aparecesse contanto que lhe rendesse algum dinheiro.

Estudou no Grupo Escolar da Igreja do Rosário, depois no Colégio Presbiteriano e lá ganhou o 1º lugar em um concurso inter-colegial para desenho. Cursou desenho e pintura no Centro Cultural. Fez curso para modelo e ganhou o 1º lugar no Rio de Janeiro e Recife, aos 15 anos. Já cursando na UEPB o curso de Ciências Biológicas, tomou uma decisão que iria mudar ou confirmar o seu destino.

Aos 17 anos conheceu um casal de franceses que veio ao Brasil adotar uma criança. Tornou-se amigo do casal. “Eles disseram que eu poderia ir para a casa deles ficar por lá”. Meses depois com alguma economia guardada e uma bagagem de 160 kg. de artesanato que produziu para lhe ajudar no sustento, embarcou para Paris. Após 4 horas de embaraços na Alfândega, o francês foi buscá-lo no aeroporto, mas, já lhe adiantou que só poderia ficar em sua casa no máximo durante uma semana. Foi uma verdadeira sentença o que acabara de ouvir.

Não desanimou, muito menos pensou em voltar para o Brasil.
Saiu à rua à procura de quem o ajudasse, melhor ainda se falasse português, já que não conhecia uma palavra do idioma francês. Conseguiu um lugar durante um mês na Cite Universitè, nos arredores de Paris. Daí foi se virando como podia: dançava lambada com uma nega maluca (boneca de pano) em frente ao Centro George Pompidou e ganhava alguns trocados. Foi faxineiro, empregado doméstico, babá e showman.

Trabalhando em uma casa de família, ele se ofereceu para “dar um jeitinho” em uma antiga mesa de laca chinesa que estava em péssimo estado. Mas só conseguiu a autorização do patrão após muita insistência e persistência. Dias depois, em um jantar que o mesmo oferecera a uma diretora do Museu Louvre, sua interferência foi percebida pela mademoiselle que ficou encantada como seu magnífico trabalho. “Como você fez o trabalho de reversibilidade?” perguntou ela ao futuro restaurador. Capitulino havia usado aquarela para retocar a mesa. Mas ele não sabia o que era a tal da “reversibilidade” sobre a qual a moça de fino trato estava falando. Ela o enviou para fazer um curso em restauração com um famoso professor e restaurador Eduard Dechellet.

Foi assim que Flavio Capitulino acabou conhecendo aquele que fora um dos ex-chefes responsáveis pela restauração de obras do Louvre, Eduard Dechellet, seu tutor durante os mais de nove anos que trabalhou na instituição. Apesar de ter chegado no ateliê de Dechellet com apenas a restauração de uma mesa no currículo, Flávio, três meses depois, era um dos comandantes do ateliê.

Uma das tarefas mais complicadas era realizar a transposição de uma tela para uma nova base. Um quadro caríssimo do século 17 estava passando pelo processo, mas Flávio não foi chamado para participar. Podia apenas ficar olhando. “Acabou que o trabalho deles não deu certo. Eu fiz a transposição de outro quadro e, quando Dechellet viu, permitiu que eu trabalhasse no outro. Eu disse que fazia, mas só se fosse sozinho”, conta, sem muita modéstia.

Nove anos depois, ele anunciava que estava saindo do Ateliê; depois de sair do Louvre, abriu seu próprio ateliê, Charlesmagne, agora já fechado, no qual restaurou obras de renomados artistas para o Museu do Louvre, Palácio de Verssalles e Galerias. Hoje, realiza trabalhos para a galeria Cazeau-Béraudière, uma das mais prestigiadas de Paris, assim como presta seus valiosos trabalhos na cidade de Genebra, na Suíça.

Consagrado internacionalmente como restaurador pelo exímio trabalho que empresta a valiosíssimas e raríssimas obras de arte. Tem trabalhos nos mais adiantados e importantes centros culturais de todo o mundo, inclusive no Brasil.

Recebeu o título de Cidadão Campinense, quando restaurou obras na Catedral, Seminário Diocesano e as estátuas dos Tropeiros da Borborema, no largo do açude velho. Participou de várias exposições, entre outras as Expoart 2001 e 2002, onde reuniu obras de Picasso, Renoir, Matisse, Pierre Bonard, Salvador Dali, Maximilien Luce e muitos outros. Apresentou as exposições “O Que os Olhos não Vêem” em Ouro Preto-Mg. e Salvador-Ba.

Aqui na Paraíba, Capitulino criou a Associação Flávio Capitulino em homenagem ao seu ex-patrão e grande incentivador Felippe Cazeau (in memorian), para ajudar a UCAAPE – União de Cadeirantes, Andantes e Amigos de Pessoas Especiais de Alagoa Nova – PB, onde possui um encantado e belo sítio. É pai de dois lindos filhos Helena e Morpheu de Aquino Capitulino.


Campina Grande-PB, 04 de setembro de 2008

Dados Pesquisados e Compilados por

Hiram Ribeiro dos Santos
Secretário do RC Campina Grande

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