quinta-feira, 23 de abril de 2009

Rio São Francisco

Rio São Francisco

O rio São Francisco, também chamado de Opará, como era conhecido pelos indígenas antes da colonização, ou popularmente Velho Chico, é um rio brasileiro que nasce na Serra da Canastra no estado de Minas Gerais, a aproximadamente l.200 metros de altitude, atravessa o estado da Bahia, fazendo a divisa ao norte com Pernambuco, bem como constituindo a divisa natural dos estados de Sergipe e Alagoas. Por fim, deságua no Oceano Atlântico, na região nordeste do Brasil, entre os municípios litorâneos de Neópolis (SE) e Piaçabuçu (AL).

Com 2.830 km de extensão, e drenando uma área aproximadamente de 641.000 km2, o rio São Francisco apresenta dois estriões navegáveis: o médio, com cerca de 1.371 km de extensão, entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA) / Petrolina (PE) e o baixo, com 208 km, entre Piranhas (AL) e a foz, no Oceano Atlântico.

O rio São Francisco atravessa regiões com condições naturais das mais diversas. As partes extremas superior e inferior da bacia apresentam bons índices pluviométricos, enquanto os seus cursos médio e sub-médio é gerado em Minas Gerais, cuja área da bacia ali inserida é de apenas 37% da área total.

A área compreendida entre a fronteira Minas Gerais-Bahia e a cidade de Juazeiro (BA), representa 45% do vale e contribui com apenas 20% do deflúvio anual.

Os aluviões recentes, os arenitos e calcários, que dominam boa parte da bacia de drenagem, funcionam como verdadeiras esponjas para reterem e liberarem as águas nos meses de estiagem, a tal ponto que, em Pirapora (MG), Jantaria (MG) e até mesmo em Carinhanha (BA), o mínimo se dá em setembro, dois meses após o mínimo pluvial de julho.

À medida que o São Francisco penetra na zona sertaneja semi-árida, apesar da intensa evaporação, da baixa pluviosidade e dos afluentes temporários da margem direita, tem seu volume d´água diminuído, mas mantém-se perene, graças ao mecanismo de retroalimentação proveniente do seu alto curso e dos afluentes no centro de Minas Gerais e oeste da Bahia. Nesse trecho o período das cheias ocorre de outubro a abril, com altura máxima em março, no fim da estação chuvosa. As vazantes são observadas de maio a setembro, condicionadas à estação seca.

A Hidrovia

Equivalente a distância entre Brasília (DF) e Salvador (BA), essa é, sem dúvida, a mais econômica forma de ligação entre o Centro Sul e o Nordeste. Com o seu extremo sul localizado na cidade de Pirapora (MG), a hidrovia do São Francisco é interligada por ferrovias e estradas aos mais importantes centros econômicos do Sudeste, além de fazer parte do Corredor de Exportação Centro-Leste. Ao norte, nas cidades vizinhas a Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), a hidrovia está ligada às principais capitais do Nordeste, dada a posição geográfica destas duas cidades. O rio São Francisco oferece condições naturais de navegação durante todo o ano, cuja profundidade varia de acordo com o regime de chuvas (calado). Seu porto mais importante é o de Pirapora (MG), interligado aos portos fluviais de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), e aos marítimos de Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ), Santos (SP), Salvador (BA), Recife (PE) e Porto de Suape (PE), através de rodovias e ferrovias.

Em grande parte do São Francisco as áreas mais propícias ao aproveitamento agrícola situam-se às margens do mesmo. Por esse motivo a maior parcela da população do vale se encontra nas proximidades do rio. A hidrovia do São Francisco, através do programa “Avança Brasil”, passa por uma etapa de grandes intervenções físicas. Aliadas a isso estão as ações de operacionalidade da via. Todas essas ações permitirão que a hidrovia do São Francisco atenda a crescente demanda de tráfego, mas só na região ribeirinha, mas de todo o país, consolidando-se, assim, como um dos principais elos entre o Sudeste e o Nordeste.

Geografia

Canions do São Francisco. Segundo fontes governamentais, tem uma extensão de 2.830 km e uma declividade média de 8,8 cm/km. A média das vazões na foz é de 2.943 m3/s, e a velocidade média de sua corrente é de 0,8 m/s (entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA)).

O rio São Francisco banha cinco estados, recebendo água de 90 afluentes pela margem direita e 78 afluentes pela margem esquerda, num total de 168 afluentes, sendo 99 deles perenes. É um rio de grande importância econômica, social e cultural para os estados que atravessa. Folcloricamente é citado em várias canções e há muitas lendas em torno das carrancas (entidades do mal) que até hoje persistem.

As principais mercadorias transportadas são cimento, sal, açúcar, arroz, soja, manufaturas, madeira e principalmente gipsita. No baixo e médio São Francisco, promove-se o transporte de turistas em embarcações equipadas com caldeiras e lenha. Atualmente o rio São Francisco está sendo transposto, dividindo opiniões entre brasileiros que vivem nos estados banhados.

Economia

O encontro do rio com o Oceano Atlântico é uma atração turística em Alagoas. O rio São Francisco é também o maior responsável pela prosperidade de suas áreas ribeirinhas compreendidas pela denominação de Vale do São Francisco, onde cidades experimentaram maior crescimento e progresso como Petrolina em Pernambuco e Juazeiro na Bahia, devido a agricultura irrigada. Essa região apresenta-se atualmente como a maior produtora de frutas tropicais do país, recebendo atenção especial, também, a produção de vinho, em uma das poucas regiões do mundo que obtém duas safras anuais de uvas.

Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso

É um conjunto de usinas, localizado na cidade de Paulo Afonso, formado pelas usinas de Paulo Afonso I, II, III, IV e Apolônio Sales (Moxotó), que produz 4.279,6 megawatts de energia, gerada a partir da força das águas da Cachoeira de Paulo Afonso, um desnível natural de 80 metros do rio São Francisco. Sendo assim, o Complexo de Usinas de Paulo Afonso tem a maior capacidade instalada dentre as usinas do Brasil, já que Itaipu com 12.600 mW é binacional (Brasil/Paraguai).

Ainda utilizando as águas do rio São Francisco temos outras hidrelétricas: Xingo (AL/SE) 3.162 MW, Sobradinho (BA) 1050 MW, Itaparica (PE) 1.480 mW e Três Marias (MG) 396 mW administrada pela CEMIG, somando ao todo oito hidrelétricas, totalizando 6.088 mW que somados aos do Complexo Paulo Afonso temos a soma impressionante de 10.367,6 megawatts, desafiando a imaginação de qualquer ser humano.


Usina Hidrelétrica de Angiquinho

Angiquinho é o nome dado à primeira usina hidrelétrica do nordeste, localizada na margem alagoana da cachoeira de Paulo Afonso, no Rio São Francisco.

Inaugurada em 26 de janeiro de 1913 pelo então empresário Delmiro Gouveia. 1ª Hidrelétrica da Cachoeira de Paulo Afonso e 1ª do Nordeste tinha como objetivo fornecer energia elétrica a uma grande indústria têxtil chamada de Companhia Agro Fabril Mercantil localizada na cidade de Pedra (hoje Delmiro Gouveia). Sua energia era bastante também para alimentar uma bomba d´água que abastecia a mesma cidade, distante aproximadamente 24 km da cachoeira. A usina de Angiquinho fica a poucos quilômetros de Paulo Afonso, na Bahia.

História

Para construir Angiquinho, Delmiro foi à Europa adquirir o maquinário necessário, e acabou por contratar um engenheiro italiano para projetar a empreitada. Também foram contratados engenheiros e técnicos franceses para montar a Usina (que era encravada no paredão do canyon do rio) não editaram em tentar recuar sendo barrados por Delmiro que o obrigaram a descer em um elevador improvisado por cordas trançadas de couro, debaixo da mira de uma arma. Como a casa de máquinas da usina ficaria no paredão do canyon do São Francisco, local de difícil acesso, houve quem duvidasse do sucesso da obra.

Turismo

Passeio de catamaran pelo canyon do Rio São Francisco, com seus paredões de rochas graníticas, com altura aproximada de 80 metros.

Passeio ao Mirante do Teleférico construído acima de uma plataforma de rochas graníticas, à margem superior sobre o rio São Francisco a 100 metros de altura. Acesso difícil por escadaria ou por um carro puxado por cabos de aço sob tração elétrica.

Visita à Cachoeira de Paulo Afonso e de um mirante avista-se o chamado Véu da Noiva.

Visita à barragem da Cachoeira com seu gigantesco lago, tendo seu nível permanentemente monitorado.

Visita à Casa de Máquinas com 4 unidades geradoras de 60.000 KW, acionadas por turbinas Kaplan, cujo acesso é feito descendo-se uma escada de 180 degraus que termina numa cachoeira. Atualmente para o público existe um fácil acesso por uma rampa em decline até chegar-se a uma plataforma com proteção. Ao fundo se vê uma piscina formada pelas águas com suas unidades geradores submersas.


Campina Grande-Pb, 15 de abril de 2009

Hiram Ribeiro dos Santos
Responsável pela pesquisa e relatório in loco
1º Secretário do R. C. Campina Grande

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