quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

REFLEXÃO ROTÁRIA – 10/12/2009

Fortaleza-Ce, 10 de dezembro de 2009.


Amados Rotarianos Campinenses,
Saudações em Cristo!


DO “CRISTIANISMO” A JESUS!


De todas as religiões dos “deuses pessoais ou únicos”, as três principais religiões monoteístas do Planeta Terra; a saber: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo — estão disparadas na frente de quaisquer outras crenças como as Potestades mais matadoras que a História registra entre as religiões do mundo. Sim, porque não há registro entre as religiões politeístas de guerras feitas em razão de nenhum deus... Quando tais povos guerreavam apenas pediam ao deus [ou deuses] que os favorecessem nas guerras deles mesmos, os homens — o que sem dúvida é algo mais honesto.
Quando Israel saiu da escravidão [...] foi a mão de Deus que de lá o tirou, no Egito. Quando invadiu a terra de Canaã o fez em nome da Promessa de Deus, do Deus único, El, feita a Abraão. E não foi uma invasão de lutas entre deuses; pois eles criam que o Senhor Deus era Deus sobre todas as coisas. Entretanto, tudo foi feito pela fé em Deus...
Os povos invadidos e tomados, fossem eles quem fossem [...] e tivessem os erros que tivessem [...], sentiram-se devastados assim como nós mesmos nos sentiríamos se o mesmo acontecesse conosco.
É algo simples de entender para alguém que creia como Jesus mandou crer e sentir!
Uma vez na terra de Canaã, Israel não mais saiu para invadir nada e nem povo algum; pois, se assim o fizesse, isso seria contra o mandamento de Deus que definiu os “termos de Israel” como sendo os do chão das peregrinações de Abraão; ou seja: entre Dã ao Norte e Berseba ao sul. Qualquer ação para fora desses limites seria contra a vontade do Senhor! Assim, implicitamente, Israel não teria nunca mais permissão de Deus para invadir e tomar nada que não estivesse entre Dã e Berseba. Portanto, por tal limitação, Israel jamais poderia ser um reino que se tornasse um Império.
Depois disso houve “livramentos” de Deus em Israel contra povos invasores... Mas não houve jamais um avanço de Israel contra outros povos [...] e que tivesse a benção de Deus [...]; ainda que Israel nunca tenha mostrado essa vontade expansionista — digo: do ponto de vista territorial...
As “guerras entre deuses” que a Bíblia apresenta no Velho Testamento, ironicamente, são quase sempre decidas pela fraqueza... É o caso da saída do Egito... É o caso do garoto Davi enfrentando o desacatador do Deus de Israel: o gigante Golias, o filisteu... Ou o enfrentamento entre Elias e os profetas de Baal e do Poste Ídolo...
Ou seja: esses confrontos, ainda que violentos, não tinham cara de Jihad, de guerra santa [...], conforme as vimos conhecer posteriormente... Era algo que tinha a ver com a manifestação do poder do deus ou Deus, mas não era demonstração de força entre os exércitos humanos dos deuses implicados.
Depois que Israel foi levado cativo para Babilônia em razão de sua idolatria incurável [...], ao voltar para seus termos entre Dã e Berseba por decreto de Ciro, o Grande, nunca mais fez guerra oficial contra ninguém, exceto como movimentos de revolta ante a invasão de algum Império, como foi o caso dos Seleucidas e dos Ptolomeus; e depois no caso dos Romanos...
Queridos rotarianos, nos ensinos de Jesus não há nenhum espaço para nada que seja violência de nenhuma natureza... No máximo como defesa de outros... Afinal, é Jesus quem ensina que o pai de família sóbrio vigia para que não entre o ladrão...
Entretanto, quando o Caminho de Jesus, a Igreja, virou Cristianismo, ou seja, uma ‘religião’, então, tudo mudou... Sim, pois a antes Igreja, já agora “Igreja Cristã”, abençoada pelo Imperador Constantino, elevado à categoria de o 13º Apóstolo, logo declarou as guerras de Constantino contra qualquer inimigo do Império Romano Cristão como sendo guerras santas... Assim, o conceito de guerra em nome de Deus foi inventado no Ocidente pelo Cristianismo. Não foi o Islã quem inventou tal coisa... Constantino já a praticava em nome do Deus Cristão desde o Século IV.
Maomé não fez nada que os cristãos já não tivessem feito aos montões... E mais que isto: a História das Cruzadas nos mostra que os “Infiéis” [segundo o Cristianismo], o Islâmicos de então... foram muito mais humanos no trato dos prisioneiros de guerra e dos cristãos [...] do que os cristãos foram em relação a eles, seus soldados e suas famílias...
Quando os Islâmicos tomaram Jerusalém dos Cruzados o banho de sangue foi imensamente menor do que quando os Cruzados tomaram Jerusalém do domínio dos Islâmicos um século antes. Daí em diante a História do Islã não é nem um pouco diferente da História do Cristianismo e do Papado em Roma. Sim, até chegarmos aos terrorismos e aos homens bombas de hoje em dia; o que faria Maomé se revolver na tumba!...
Nós, no entanto, não temos nada a ver com isto!... Para nós as guerras da Antiga Aliança acabaram na Cruz! Sim, para nós, que insistimos em ser apenas discípulos de Jesus e nada mais, o próprio Cristianismo não nos diz respeito, tanto quanto não nos diz o Islamismo ou o Budismo ou o Hinduismo... Nós não somos gente da religião, tanto quanto Jesus nunca foi!... Somos apenas gente no Caminho-Jesus [...] andando nos caminhos da existência, buscando ser sal e luz; e não Saleiros e Torres de Néon de nenhum poder geopolítico.
Por isto, amados e mui queridos rotarianos, hoje, especialmente entre Islâmicos e Judeus, os cristãos não têm muito a fazer... Sim, pois o Cristianismo inviabilizou a pregação ante tais grupos humanos, em razão da opressão cristã sobre eles; tudo em nome de Deus ou dos valores cristãos.
Assim, outra vez somos forçados a voltar apenas a Jesus e reconhecer que o único modo de ganhar os homens é sendo servo de todos os humanos, assim como orienta a ética rotariana... O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida!... Desse modo quem quer que queira ser um bom rotariano e amar o próximo, precisa saber que seu único modo de ser nesta existência é o mesmo do Doce Carpinteiro de Nazaré!

Nele,
Em Quem nós podemos confiar!


Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br

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