quinta-feira, 27 de novembro de 2008

REFLEXÃO ROTÁRIA

REFLEXÃO ROTÁRIA – DIA 27/11/08



O “POLITICAMENTE CORRETO” É DO DIABO!


A pessoa “politicamente correta” é aquela que aprendeu e pratica a moral da civilização pós-moderna. Ser “politicamente correto” é ser diplomático sempre. É não enfrentar nada, sempre em nome da boa educação — mas que pára o fluxo da sinceridade em amor.
Ser “politicamente correto” é seguir o fluxo civilizatório como dogma religioso. É ser contra falar qualquer coisa sobre qualquer tema controvertido. Têm suas opiniões, mas em público nada dizem sobre nada. Quando o tema é política, votam, mas jamais dizem o que pensam. E quando o tema é a fé, rebelam-se apenas contra os fanáticos estereotipados, mas não são capazes de dizer ao Dalai Lama o que pensam sobre Jesus, pois, para eles, seria deselegante.
A pessoa “politicamente correta” é mestre em comer galinha enquanto desmaia se vir cortarem-lhe a cabeça para preparar a panelada. Comem carne de animal, desde que não vejam a “maldade” da morte dele. Assim, são grandes estetas. Vivem de aparências e de elegâncias. Controlam tudo o que dizem a fim de não serem interpretados como sendo “politicamente incorretos”. São os reis da imagem e do som.
Eu abomino o “politicamente correto”. Sim, porque Jesus não foi “politicamente correto”. Ele dizia tudo o que era importante, e só não o dizia quando não era importante. E disse: “Vós sois aqueles que recebeis glória uns dos outros”. E acrescentou: “Aquilo, porém que é elevado entre os homens, é abominação diante de Deus”. Em Jesus vemos a liberdade de ser e crer em plena ação. Ele manda amar o inimigo e tratar a todos como gostaríamos de ser tratados. Porém, Nele não há média, nem política relacional, nem agrados a serem feitos conforme o que as pessoas queriam ouvir. Também Nele não vemos nem esbanjamento de palavras e nem a sonegação ou omissão em relação a elas quando os tempos e circunstancias pediam que Ele se manifestasse.
Eu abomino o “politicamente correto” porque quem o pratica enfraquece, se torna bobão, perde o tutano da alma, e vira um ser belamente mimético.
Queridos rotarianos, eu abomino o “politicamente correto” porque se Jesus o praticasse, não haveria Evangelho, ou Cruz, ou a coragem para ser. Jesus ensina a verdade, não a média. Assim, Seu grande prazer era fazer o bem, mas não tinha nenhum problema em dizer “não”. Não há em Jesus qualquer gestão que seja “politicamente correta”. Sim, porque as ações Dele que parecem ser “politicamente corretas”, de fato não são; sendo apenas a verdade; daí terem tido a anuência de Jesus. Entretanto, não são “politicamente corretas” apenas porque em outra ocasião (seja ela qual tenha sido) Jesus tenha feito algo que se assemelhasse a tal. Não! Muitas vezes o que se vê é Jesus fazendo a coisa oposta em relação àquela outra que Ele antes havia feito; pois, para Ele, havia o justo (justiça); e, o que é justo é sempre o que é justo. De tal modo que às vezes o que Jesus diz atende aos preceitos morais dos “politicamente corretos” — para, então, logo a seguir, Jesus desmontar outra alegria de anuência em relação a algo em relação a que se esperava Dele uma outra ação. Mas quando, em alguma outra circunstancia, Ele toma um partido em relação à vida, contra as etiquetas relacionais e contra as expectativas “politicamente corretas”, os seres “politicamente corretos” chamam a isto de gesto suicida.
Todo ser “politicamente correto” é frouxo. Não se pode contar com tais pessoas para nada. Elas só estão ao seu lado se der prestígio, pois, se algo acontecer de ruim a você, logo o espírito de auto-preservação deles haverá de se manifestar. Além de que eles mesmos haverão de demonstrar seu moralismo “politicamente correto”, o qual, é contra o moralismo dos antiquados, mas é moralismo assim mesmo. Sim, trata-se de um moralismo educado, porém igualmente judicioso; só que manifesto com carinhas sorridentes e simpáticas.
Além disso, o “politicamente correto” é uma ideologia poderosa. Por exemplo, a mídia mundial gosta de tentar ser “politicamente correta”. Ora, tomemos como exemplo o que aconteceu a Israel há pouco tempo atrás. O mundo todo estava contra Israel e nem sabia a razão. Eu ouvia na tevê: “O Hesbollah atacou Israel e 23 pessoas morrem. Israel, porém, retaliou, e apenas matou três militares, mas matou 13 civis”. Ora, quando se trata dos palestinos, diz-se que três militares foram mortos, e 13 civis inocentes. Entretanto, em Israel, parece não existir criança e nem civis, pois, tudo o que de lá se reporta tem a ver com números gerais, como se todo o país fosse militar... Sim! Até as mães e as crianças brincando no parque!
Já entre os palestinos, a mídia trata a questão com uma simpatia “politicamente correta”, ainda que alienada e injusta no report. Ora, isto é fruto de uma atitude da “mídia politicamente correta” do mundo todo, a qual, não olha fatos e nem enxerga a história, vendo apenas questões tópicas e recentes. Além disso, eles olham a situação já com a predefinição de que Israel é o agressor. Sim! Mesmo quando Israel não agride, e quando nada faz, eles assim julgam. E mais: digo isto até para o ser mais fanático, estúpido e anti-Israel que exista — mas sempre em resposta... pois sei o que digo; e estou aceitando sair no “pau dialogal” com todo aquele que pense diferente. Assim, a mídia está sempre vendo os árabes e palestinos como as vítimas que são oprimidas por Israel. Todos os que assim dizem, são jornalistas contaminados pela moda da própria mídia. Sim, eles cultuam no alienante altar do “politicamente correto”, e que têm na mídia seus mais importantes sacerdotes e profetas.
Vejo o “politicamente correto” fazer uma perversão total do sentido de verdade. A verdade agora é a diplomacia. E toda verdade que não seja diplomática, é feia; e, portanto, deixada de lado. Eu gostaria muito que os países detentores de mídia formadora de opinião mundial fossem expostos, em seus países, às mesmas coisas que acontecem em Israel, e, logo que tal se desse, veríamos essa horda de “politicamente corretos” tomarem posições muito mais radicais do que Israel pratica.
O ser “politicamente correto” vive como aquele que nada sente, posto que pimenta nos olhos dos outros é refresco!
O 11 de setembro, que foi mais espetacular do que calamitoso (calamidades acontecem todos os dias no mundo todo, mas sem show de pirotecnia, não impressionam), ainda não deu aos americanos e à sua mídia nem de longe a noção do que é viver a vida dos cidadãos de Israel. Porém, bastou o show de 11 de setembro para os americanos “politicamente corretos” dizerem: “é um absurdo” — pois, tais pessoas, são “politicamente corretas” apenas no quintal dos outros.
No Brasil há pastores e padres “politicamente corretos”. Ora, quem são eles? São os que são camaradas de todos, que ouvem todas as barbaridades em silencio, que não batem de frente com nada, e que vivem para evitar qualquer enfretamento. Em público são generosos até com o diabo. Sim! Apenas alisam e fazem cafuné. Mas, no particular, expõe o que sentem. Então, eu me pergunto: Como conseguem viver assim? Pastores e padres “politicamente corretos”, literalmente dizem: “Não precisando de mim, disponha”. São bons amigos enquanto você é um sucesso. Mas se algum mal lhe acontecer, eles, os “politicamente corretos”, desaparecem como névoa. Temem ser identificados com o que é incorreto no momento. Se a tal pessoa se levantar, então, eles voltam. Mas só são amigos do sucesso e da aparência dele.
O espírito “politicamente correto” não teria trazido o Evangelho até nós. O “politicamente correto” é a doutrina dos fariseus aplicada ao comportamento irreligioso dos pós-modernos. Assim, não jejuam, mas comem com elegância. Não oram, embora digam: “Estou torcendo por você”. E mais: se dizem crer no Evangelho, só fazem tal revelação quando o interlocutor já disse que crê também. Do contrário, ficam sempre sorridentes e calados, não importando a loucura que lhes faça companhia mediante a presença de alguém.
Rotarianos amados, p “politicamente correto” é um sentir escatológico. Sim, porque quem lê Mateus 25 logo vê que aqueles que não viram Jesus na História — são os “politicamente corretos”. Eles é que vêem, mas só fazem algo se for seguro. Eles é que sabem, mas se o que sabem não lhes toca a porta da casa, então não lhes concerne.
Ser “politicamente correto” é chamar para si o status que permite não se envolver com nada que doa, ou que seja potencialmente controverso.
O “politicamente correto” é a ética dos que romperam com a moral careta e assumiram uma outra moral, com fachada sofisticada, com atitude de natureza psicologicamente evoluída, com mil etiquetas relacionais, com modos brandos e finos, e com total busca de isenção em relação a tudo o que lhes roube o chão.
Ser “politicamente correto” é decidir não correr riscos jamais! Os seres “politicamente corretos” em geral são gentilmente arrogantes, e são mestres em fazer discretas caretas de desprezo para aqueles que eles consideram “caretas”. Quem se torna “politicamente correto” por convicção, acaba se tornando discípulo do diabo, e fazendo algo que o diabo ama: a evasão da vida comum, exceto da própria vida (egoísmo), enquanto a pessoa se assenta soberana, julgando que está num nível superior ao dos demais.
Desse modo, a Síndrome de Lúcifer se torna algo que é essencialmente ligado à presunção dessa superioridade dos “politicamente corretos”. Portanto, quanto mais ideologia do “politicamente correto” existe em alguém, mas fria, descomprometida e alheia da existência a pessoa se torna. O diabo, quando não cria monstros, cria bonecos de etiqueta. E tal etiqueta produz evasão da vida, das convicções, e da coragem para aceitar e lidar com a contradição. Por isto o diabo ama o “politicamente correto”, pois, por tal ideologia o mundo acaba cheio de etiquetas, mas morto de vida.
O Evangelho é completamente politicamente incorreto. Pois, como disse, se tal ideologia estivesse presente em Jesus, o que se teria seria apenas uma sabedoria de sobrevivência, mas nunca a coragem de dar a vida pelo que é Vida, não importando as conseqüências. Afinal, no “politicamente correto” não há paixão, mas apenas avaliação da vantagem ou da auto-preservação pessoal.
Se Jesus fosse “politicamente correto”, todos ainda estaríamos em nossos próprios pecados. A história, todavia, nunca foi feita pelos discípulos dessa ideologia de mimetismo e diplomacia. Os profetas poderiam ser qualquer coisa — menos “politicamente corretos”. Ora, é por tudo isto que abomino o “politicamente correto”, pois é a ideologia da elegância do diabo. Sim, o “politicamente correto” é o desfile das elegâncias do inferno!
No “politicamente correto” o Sim não é necessariamente sim, e o Não também não é necessariamente não. Pois, em tal ideologia de religiosidade secular, o que é, pode ser, dependendo das circunstancias; posto que se as circunstancias não forem favoráveis, qualquer que seja a verdade, mesmo sendo, na prática não será assim tratada. Afinal, o ser “politicamente correto” só diz que o que é, é, se isto lhe for conveniente e bom para o culto à elegância.

Nele, que me dá de Seu Espírito e não me permite fazer médias, pois, para Ele o que é, é, e não é objeto de nenhum tipo de barganha ou de escolha de conveniência,



Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
Pastor das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus em Eusébio / Ceará
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br
HOMENAGEM DO ROTARY CLUB DE CAMPINA GRANDE AO

DIA MUNDIAL DO LIVRO


Livro é um volume transportável, composto por páginas, sem contar as capas encadernadas, contendo texto manuscrito ou impresso e/ou imagens e que forma uma publicação unitária (ou foi concebido como tal) ou a parte principal de um trabalho literário, científico ou outro.

Em ciência da informação o livro é chamado monografia, para distingui-lo de outros tipos de publicação como revistas, periódicos, teses, documentários, etc.

O livro é um produto intelectual e, como tal, encerra conhecimento e expressões individuais ou coletivas. Mas também é nos dias de hoje um produto de consumo, um bem, e sendo assim a parte final de sua produção é realizada por meios industriais (impressão e distribuição). A tarefa de criar um conteúdo passível de ser transformado em livro é tarefa do autor. Já a produção dos livros, no que concerne a transformar os originais em um produto comercializável, é tarefa do editor, em geral contratado por uma editora. Uma terceira função associada ao livro é a coleta, organização e indexação de coleções de livros, típica do bibliotecário.

A história do livro é de renovações técnicas que permitiram a melhora da conservação dos volumes e do acesso à informação, da facilidade em manuseá-lo e produzi-lo. Esta história é intimamente ligada às contingências políticas e econômicas e à história de idéias e religiões.

Na Antiguidade surge a escrita, anteriormente ao texto e ao livro. A escrita consiste de código capaz de transmitir e conservar noções abstratas ou valores concretos, em resumo: palavras. É importante destacar aqui que o meio condiciona o signo, ou seja, a escrita foi em certo sentido orientada por esse tipo de suporte; não se esculpe em papel ou se escreve em mármore.

Os primeiros suportes utilizados para a escrita foram tabuletas de argila ou de pedra. A seguir veio o khastés (volumen para os romanos, forma pela qual ficou mais conhecido), que consistia em um cilindro de papiro, facilmente transportado. O “volumen” era desenrolado conforme ia sendo lido, e o texto era escrito em colunas na maioria das vezes (e não no sentido do eixo cilíndrico, como se acredita). Algumas vezes o mesmo cilindro continha várias obras, sendo chamado então de tomo. O comprimento total de um “volumen” era de c.6 ou 7 metros, e quando enrolado seu diâmetro chegava a 6 centímetros.

O papiro consiste em uma parte da planta, que era liberada, livrada (latim libere, livre) do restante da planta – daí surge a palavra líber libri, em latim, e posteriormente livro em português. Os fragmentos de papiros mais “recentes” são datados do século II a.C.. aos poucos o papiro é substituído pelo pergaminho, excerto de couro bovino ou de outros animais. A vantagem do pergaminho é que ele se conserva mais ao longo do tempo. O nome pergaminho deriva de Pérgamo, cidade da Ásia menor onde teria sido inventado e onde era muito usado. O “volumen” também foi substituído pelo códex, que era uma compilação de páginas, não mais um rolo.

O códex surgiu entre os gregos como forma de codificar as leis, mas foi aperfeiçoado pelos romanos nos primeiros anos da Era Cristã. O uso do formato códice ou e do pergaminho era complementar, pois era muito mais fácil costurar códices de pergaminho do que de papiro. Uma conseqüência fundamental do códice é que ele faz com que se comece a pensar no livro como objeto, identificando definitivamente a obra com o livro. A consolidação do códex acontece em Roma, como já citado. Em Roma a leitura ocorria tanto em público (para a plebe), evento chamado recitatio, como em particular, para os ricos. Além disso, é muito provável que em Roma tenha surgido pela primeira vez a leitura por lazer (voluptas), desvinculada do senso prático que a caracterizava até então. Os livros eram adquiridos em livrarias. Algumas obras eram encomendadas pelos governantes, como a Eneida, encomendada a Virgilio por Augusto. Acredita-se que o sucesso da religião cristã se deve em grande parte ao surgimento do códice, pois a partir de então tornou-se mais fácil distribuir informações em forma escrita.

Na idade Média o livro sofre um pouco, na Europa, as conseqüências do excessivo fervor religioso, e passa a ser considerado em si como um objeto de salvação. A característica mais marcante da Idade Média é o surgimento de monges copistas, homens dedicados em período integral a reproduzir obras, herdeiros dos escribas egípcios ou dos libraii romanos. Nos monastérios era conservada a cultura da Antiguidade. Apareceram nessa época os textos didáticos, destinados à formação dos religiosos.

O livro continua sua evolução com o aparecimento de margens e páginas em branco. Também surge a pontuação do texto, bem como o uso de letras maiúsculas. Também aparecem índices, sumários e resumos, e na categoria de gêneros, além do didático, os florilégios (coletâneas de vários autores), os textos auxiliares e os textos eróticos. Progressivamente aparecem livros em língua vernácula, rompendo com o monopólio do latim na literatura. O papel passa a substituir o pergaminho. Mas a invenção mais importante, já no limite da Idade Média, foi a impressão, no século XIV. Consistia originalmente da gravação em blocos de madeira do conteúdo de cada página do livro; os blocos eram mergulhados em tinta, o conteúdo transferido para o papel, produzindo várias cópias. Em 1405 surgia na China, por meio de Pi Sheng, a máquina impressora de tipos móveis, mas a tecnologia que provocaria uma revolução cultural moderna foi desenvolvida por Johannes Gutemberg.

No Ocidente, em 1455, Johannes Gutemberg inventa a imprensa com tipos móveis reutilizáveis, o primeiro livro impresso nessa técnica foi a Bíblia em latim. Houve certa resistência por parte dos copistas, pois a impressora punha em causa a sua ocupação. Mas com a impressora de tipos móveis, o livro popularizou-se definitivamente, tornando-se mais acessível pela redução enorme dos custos da produção em série. Com o surgimento da imprensa desenvolveu-se a técnica da tipografia, da qual dependia a confiabilidade do texto e a capacidade do mesmo para atingir um grande público. As necessidades do tipo móvel exigiam certo desenho de letras; caligrafias antigas, como a Carolíngia, estavam destinadas ao ostracismo, pois seu sucesso de detalhes e fios delgados era impraticável, tecnicamente.

Uma das figuras mais importantes do inicio da tipografia é o italiano Aldus Manutius. Ele foi importante no processo de maturidade do projeto tipográfico, o que hoje chamaríamos de design gráfico ou editorial. A maturidade desta nova técnica levou, entretanto, cerca de um século.

Em Portugal, a imprensa foi introduzida no tempo do rei D. João II. O primeiro livro impresso em território nacional foi o Pentateuco, impresso em Faro em caracteres hebraicos no ano de 1487. Em 1488 foi impresso em Chaves o Sacramental de Clemente Sánchez de Vercial, considerado o primeiro livro impresso em língua portuguesa, e em 1489 e na mesma cidade, o Tratado de Confissom. A impressão entrava em Portugal pelo nordeste transmontano. Só na década de noventa do século XV é que seriam impressos livros em Lisboa, no Porto e em Braga.

Na idade Moderna aparecem livros cada vez mais portáteis, inclusive os livros de bolso. Estes livros passam a trazer novos gêneros: o romance, a novela, os almanaques. Cada vez mais aparece a informação não-linear, seja por meio de jornais, seja da enciclopédia. Novas mídias acabam influenciando e relacionando-se com a indústria editorial: os registros sonoros, a fotografia e o cinema. O acabamento dos livros sofre grandes avanços, surgindo aquilo que conhecemos como edições de luxo.

Enciclopédia. De acordo com a definição dada no início deste artigo, o livro deve ser composto de um grupo de páginas encadernadas e ser portátil. Entretanto, mesmo não obedecendo a essas características, surgiu em fins do século XX o livro eletrônico, ou seja, o livro num suporte eletrônico, o computador. Ainda é cedo para dizer se o livro eletrônico é continuador do livro típico ou uma variante, mas como mídia ele vem ganhando espaço, o que de certo modo amedronta os amantes do livro típico – os bibliófilos. Existem livros eletrônicos disponíveis tanto para computadores de mesa quanto para computadores de mão, os palmtops. Uma dificuldade que o livro eletrônico encontra é que a leitura num suporte de papel é cerca de 1,2 vez mais rápida do que em suporte eletrônico, mas pesquisas vêm sendo feitas no sentido de melhorar a visualização dos livros eletrônicos.

Biblioteca Moderna. A criação do conteúdo de um livro pode ser realizada tanto por um autor sozinho quanto por uma equipe de colaboradores, co-autores e ilustradores. Tendo o manuscrito terminado, inicia a busca de uma editora que se interesse pela publicação da obra (caso não tenha sido encomendada). O autor oferece ao editor os direitos de reprodução industrial do manuscrito, cabendo a ele a publicação do manuscrito em livro. As funções do editor são intelectuais e econômicas: deve selecionar um conteúdo de valor e que seja vendável em quantidade possível de gerar lucros ou mais-valias para a empresa. Modernamente o desinteresse de editores comerciais por obras de valor mas sem garantias de lucros tem sido compensado pela atuação de editoras universitárias (pelo menos no que tange a trabalhos científicos e artísticos).

Cabe ao editor sugerir alterações do autor, com vista a ajustar o livro no mercado. Essas alterações podem passar pela editoração do texto, ou pelo acréscimo de elementos que possam beneficiar a utilização/comercialização do mesmo pelo leitor.

Os livros atualmente podem ser classificados de acordo com seu conteúdo em duas grandes categorias: livros de leitura seqüencial e obras de referência: anuário, bibliografia, dicionário, manual, enciclopédia, guia turístico, livro didático, relatório, vade mecum, poesias. Não é raro que se procure uma indicação de clássicos da literatura. Em 1994, o crítico americano Harold Bloom publicou a obra O Cânone Ocidental, em que discutia a influência dos grandes livros na formação do gosto e da mentalidade do ocidente. Bloom considera a tendência de se abandonar o esforço em se criar cânones culturais nas universidades, para evitar problemas ideológicos, problemática para o futuro da educação.

A Bíblia é o livro mais vendido do mundo. O Guiness World of Record é o segundo livro mais vendido no mundo.

O livro é fascinante, encantador, orientador, educador, instrutor, influenciador, companheiro, amigo e conselheiro. No dizer de Steven Spielberg: “É mais importante e instrutivo ler um bom livro do que assistir a um grande e memorável filme”

“Um país se faz com homens e livros”, célebre frase de José Bento Renato Monteiro Lobato, autor de O Saci Pererê, Urupês, Cidades Mortas, Negrinha, Idéias de Jeca Tatu, O Escândalo do Petróleo, O Presidente Negro ou O Choque das Raças. Criador do Sitio do Pica Pau Amarelo, Fábulas, Peter Pan, Reinações de Narizinho, Viagem ao Céu , Caçadas de Pedrinho e outras inumeráveis obras infantis e para adultos. Há livros que perscruta o futuro, antevê o que está em oculto e é incrivelmente premonitório.

“O Presidente Negro” é um livro assustador. Assustador em vários sentidos. Primeiro pelo caráter premonitório da obra. Em 1926, Lobato prevê a invenção de um tipo de radio transmissão de dados que possibilitaria o ser humano a cumprir suas tarefas da própria casa sem a necessidade de se deslocar para o trabalho. Fala também do desaparecimento do jornal impresso porque as notícias serão “radiadas” diretamente para a casa dos indivíduos e aparecerão em caracteres luminosos numa tela – exatamente como acontece com quem está lendo esse texto. Em uma palavra atual: internet.

Mas as premonições não param por aí. Às vésperas de viajar para os Estados Unidos como adido comercial da embaixada brasileira, Monteiro Lobato preconiza a eleição de um presidente negro nos EUA. O momento político (no ano 2228) que possibilitaria isso viria da raça branca, entre um candidato do Partido Masculino (Kerlog) e uma candidata do Partido Feminino (Evelyn Astor). A neofeminista Evelyn Astor está com a vitória praticamente garantida e eis que surge o líder negro Jim Roy, que acaba eleito presidente.

Uma assustadora semelhança entre o que aconteceu agora nas eleições nos EUA. Será Barack Obama o Jim Roy de Lobato?

No ano de 2007 fizemos uma homenagem a Monteiro Lobato quando comemorávamos o Dia do Escritor. Voltamos a novamente citar Monteiro Lobato nesta semana em que o mundo inteiro comemora o Dia do Livro, em razão das semelhanças de suas idéias premonitórias. Primeiro quando falou sobre o petróleo existente em abundância em nosso país e na época ninguém lhe deu o mínimo crédito. Agora veio a eleição de Barack Obama vencendo as primárias do partido democrata para a senadora Hillary Clinton e posteriormente a eleição presidencial. O que o mundo não gostaria de ver era a repetição (desfecho da obra), quando a raça branca se une para evitar que Roy (Obama?) assuma o poder. Ainda fala que avençando no tempo os asiáticos dominariam o planeta. Falou com muita clareza sobre a eugenia, numa posição de eloqüente purificação racial levada às últimas conseqüências.

Realmente, tanto Monteiro Lobato, quando Orwell e Huxley foram os grandes visionários do Século XX, concebendo um mundo que estamos vivendo intensamente.

Orwell, fascinante autor de 1984, criou um universo que parecia fantasia, utopia; entretanto, quem diria, somos vigiados, em toda parte e em todos os momentos, e nos tornamos prisioneiros do medo e de nós mesmos. Coincidência ou profecia? Alinho-me à última hipótese. Huxley, autor do Admirável Mundo, Verne e tantos outros teceram a realidade vivenciada pelos humanos, de tal sorte que parece estarmos dentro de sua criação.

Finalmente, para quem leu Monteiro Lobato, na infância, e o releu neste momento, sente calafrios, ao terminar a leitura. Não foi preciso esperar o ano 2228. Basta que comparemos a trágica hecatombe provocada por Hitler e a limpeza das raças que pretendeu, para concluirmos que Lobato não brincou em serviço. Sua previsão, com relação à eugenização dos humanos, ocorreu a menos de 60 anos. A semelhança do aparelho concebido pelo escritor com o computador é fantástica e a descrição do choque das raças é assustador pelas previsões que faz. Vale a pena ler e tirar as próprias conclusões, não apressadas é óbvio. Não acho que o autor fosse racista ou defensor de idéias abomináveis. Apenas previu e com muita verossimilhança.

Estes comentários servem para ilustrar a importância do livro na vida de cada pessoa, especialmente daqueles que desde tenra idade iniciaram uma vida inteira abraçada ao livro, seu melhor amigo. Agradeço a atenção de todos em mergulhar no mundo maravilhoso da leitura. Muito Obrigado.


Saudações Rotárias

Hiram Ribeiro dos Santos
Secretário do Rotary Club de Campina Grande


Campina Grande, 27 de novembro de 2008.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

REFLEXÃO ROTÁRIA – DIA 20/11/08

Eusébio-Ce, 20 de novembro de 2008.

Queridos Rotarianos,
Saudações em Cristo!

LUZ DE TEU SER!
A luz do corpo está no olhar. Quando os teus olhos olharem com olhos do bem, o que verás será bom, e, assim, todo o teu ser será luminoso. Mas quando os teus olhos enxergarem com os olhos da maldade, todo o teu ser se tornará tenebroso. Então, cuida para que o teu olhar, que te foi dado para ser luz, não se transforme em gerador de trevas. Pois se o que foi feito para iluminar o ser, tornar-se o oposto; então, aquilo que te seria luz, te será escuridão maior que as próprias trevas. Terás te tornado duplamente cego: já não verás o próximo, e nem verás a ti mesmo; pois, cego estarás para enxergar com verdade que o que vês fora, nada mais é que aquilo que não vês dentro de ti mesmo. Sim! Que grandes trevas serão as tuas! Portanto, vê como tu olhas todas as coisas.
As coisas são somente as coisas. Mas é do coração que nasce a tua luz. Portanto, não te tornes em fonte de trevas para ti mesmo, permitindo que aquilo que em ti foi feito para ser tua fonte de luz, exista como negação de seu chamado original: os olhos são para ver, não para imprimir ou falsificar. Se o permitires, tu jamais conhecerás limites para a tua própria escuridade.
Rotarianos amados, a luz do ser vem dos desígnios de vosso próprio coração! Maus desígnios emanam luz-negra. Assim, vê-se a tudo com o olhar que projeta aquilo que o coração tem dentro de si mesmo. Um olhar que decidiu ver o que é bom e com bondade, iluminará a si mesmo, e verá a tudo mais com a projeção do que é verdadeiro. Assim, até o discernimento exterior daquilo que é mau, corresponderá à própria luz, pois tudo o que se manifesta como é e como tal, também é luz.
A luz chama de bem até aquilo que discerne como mau, pois vê com verdade aquilo à que tal coisa corresponde. E isso é bom.
Por isso, todas as coisas são puras para os puros, pois, os puros de coração são os que vêem as coisas como elas são, e não projetam nelas nenhuma falsificação: seja tentando fazer o bem ficar melhor; ou tentando fazer o mal ficar menor, ou mesmo pior.
Queridos rotarianos, o que ilumina o ser é a verdade, não a ignorância e nem a malícia. A ignorância, subtrai da realidade. A malícia, aumenta ou falsifica a realidade.
O ser que bem-vê a vida, carrega uma luz que é identificada tanto pelos homens—até os antagonistas—, como também pelo mundo espiritual. É buscando sempre as melhores alternativas para as pessoas expressarem o que de melhor pode haver nelas, que construímos um caminho luminoso para nós e para os outros. Por outro lado, é buscando encontrar o pior das pessoas, que construímos um caminho tenebroso para o nosso ser e uma vereda escabrosa para o próximo.
Então, dependendo do olhar... Os homens podem até chamar-te de esperto, mas Deus pode estar apenas te chamando de maldoso.
Então, dependendo do olhar... Deus pode estar te chamando de filho da luz, mesmo que os homens possam te julgar como a um ridículo esperançoso pela obsessão de encontrar o melhor nas pessoas.
Então, dependendo do olhar... Cada um que diga quem é!
Dize quem tu és mediante a expressão de um olhar ancorado na verdade, na realidade e no discernimento, mas nunca na malícia, no auto-engano e na tentativa de desconjuntar o ser de teu próximo, arruinando, assim, também a ti próprio.
Que os homens e os anjos vejam que tu sempre chegas e sais com o coração sem o olhar das trevas. Olha sempre com o olhar da luz. E assim, que grande luz emanará de teu ser!


Nele,
Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
Pastor das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus em Eusébio / Ceará
e-mail: hiramfilho@yahoo.com.br

HOMENAGEM DO ROTARY CLUB CAMPINA GRANDE A ZUMBI DOS PALMARES


Busto de Zumbi dos Palmares em frente ao Setor de Diversões Sul, em Brasília.
Zumbi (Alagoas, 165520 de novembro de 1695) foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares.
A palavra Zumbi, ou Zambi, vem do africano
quimbundo "nzumbi", e significa, grosso modo, "duende". No Brasil, Zumbi significa fantasma que, segundo a crença popular afro-brasileira, vagueia pelas casas a altas horas da noite;
Histórico

O Quilombo dos Palmares (localizado na atual região de União dos Palmares, Alagoas) era uma comunidade auto-sustentável, um reino (ou república na visão de alguns) formado por escravos negros que haviam escapado das fazendas brasileiras. Ele ocupava uma área próxima ao tamanho de Portugal e situava-se onde era o interior da Bahia, hoje estado de Alagoas. Naquele momento sua população alcançava por volta de trinta mil pessoas.
Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de
1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco', Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.
Por volta de
1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o Quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita, mas Zumbi rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder do quilombo de Palmares.
Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o
bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.
Em
14 de março de 1696 o governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares."
Zumbi é hoje, para determinados segmentos da população brasileira, um símbolo de resistência. Em
1995, a data de sua morte foi adotada como o dia da Consciência Negra. É também um dos nomes mais importantes da Capoeira[1].

A polêmica da escravidão pelas mãos de Zumbi

Alguns autores levantam a possibilidade de que Zumbi não tenha sido o verdadeiro herói de Palmares e sim Ganga-Zumba:
"Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniqüidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia.[...]"
[2]
Segundo alguns estudiosos Ganga Zumba teria sido assassinado, e os negros de Palmares elevaram a categoria de chefe, Zumbi:
"Depois de feitas as pazes em 1678, os negros mataram o rei Ganga-Zumba, envenenando-o, e Zumbi assumiu o governo e o comando-em-chefe do Quilombo"
[3]
Seu governo também teria sido caracterizado pelo despotismo:
"Se algum escravo fugia dos Palmares, eram enviados negros no seu encalço e, se capturado, era executado pela ‘severa justiça’ do quilombo"
[4]

Cronologia

Mais ou menos em 1600: negros fugidos do trabalho escravo nos engenhos de açúcar, onde hoje são os estados de Pernambuco e Alagoas no Brasil, fundam na serra da Barriga o Quilombo dos Palmares. Os quilombos, eram povoados de resistência, seguiam os moldes organizacionais da república e recebiam escravos fugidos da opressão e tirania. Para muitos era a terra prometida, um lugar para fugir da escravidão. A população de Palmares em pouco tempo já contava com mais de 3 mil habitantes. As principais funções dos quilombos eram a subsistência e a proteção dos seus habitantes, e eram constantemente atacados por exércitos e milícias.
1630: Começam as
invasões holandesas no nordeste brasileiro. O que desorganiza a produção açucareira e facilita as fugas dos escravos. Em 1644, houve uma grande tentativa holandesa de aniquilar com o quilombo de Palmares, que como nas investidas portuguesas anteriores, foi repelida pelas defesas dos quilombolas.
  • 1654: Os portugueses expulsam os holandeses do nordeste brasileiro.
  • 1655: Nasce Zumbi, num dos mocambos de Palmares, neto da princesa Aqualtune.
    Por volta de 1662 (data não confirmada): Criança ainda, Zumbi é aprisionado por soldados portugueses e levado a
    Porto Calvo, onde é "dado" ao padre jesuíta António Melo. Este o batizou com o nome de Francisco. Zumbi passou a ajudar nas missas e estudar português e latim.
  • 1670: Zumbi aos quinze anos de idade foge e regressa a Palmares. Neste mesmo ano de 1670, Ganga Zumba, filho da Princesa Aqualtune, tio de Zumbi, assume a chefia do quilombo, então com mais de trinta mil habitantes.
  • 1675: Na luta contra os soldados portugueses comandados pelo Sargento-mor Manuel Lopes, Zumbi revela-se grande guerreiro e organizador militar. Neste ano, a tropa portuguesa comandada pelo Sargento-mor Manuel Lopes, depois de uma batalha sangrenta, ocupa um mocambo com mais de mil choupanas. Depois de uma retirada de cinco meses, os negros contra-atacam, entre eles Zumbi com apenas vinte anos de idade, e após um combate feroz, Manuel Lopes é obrigado a se retirar para Recife. Palmares se estendia então da margem esquerda do São Francisco até o Cabo de Santo Agostinho e tinha mais de duzentos quilômetros de extensão, era uma república com uma rede de onze mocambos, que se assemelhavam as cidades muradas medievais da europa, mas no lugar das pedras haviam paliçadas de madeira. O principal mocambo, o que foi fundado pelo primeiro grupo de escravos foragidos, ficava na Serra da Barriga e levava o nome de Cerca do Macaco. Duas ruas espaçosas com umas 1500 choupanas e uns oito mil habitantes. Amaro, outro mocambo, tem 5 mil. E há outros, como Sucupira, Tabocas, Zumbi, Osenga, Acotirene, Danbrapanga, Sabalangá, Andalaquituche.
  • 1678: A Pedro de Almeida, governador da capitania de Pernambuco, mais interessava a submissão do que a destruição de Palmares, após inúmeros ataques com a destruição e incêndios de mocambos, eles eram reconstruídos, e passou a ser economicamente desinteressante, os habitantes dos mocambos faziam esteiras, vassouras, chapéus, cestos e leques com a palha das palmeiras. E extraiam óleo da noz de palma, as vestimentas eram feitas das cascas de algumas árvores, produziam manteiga de coco, plantavam milho, mandioca, legumes, feijão e cana e comercializavam seus produtos com pequenas povoações vizinhas, de brancos e mestiços. Sendo assim o governador propôs ao chefe Ganga Zumba a paz e a alforria para todos os quilombolas de Palmares. Ganga Zumba aceita, mas Zumbi é contra, não admite que uns negros sejam libertos e outros continuem escravos. Além do mais eles tinham suas próprias Leis e Crenças e teriam que abrir mão de sua cultura.
    1680: Zumbi assume o lugar de Ganga Zumba em Palmares e comanda a resistência contra as tropas portuguesas. Ganga Zumba morre assassinado com veneno.
    1694:
    Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo comandam o ataque final contra a Cerca do Macaco, principal mocambo de Palmares e onde Zumbi nasceu, cercada com três paliçadas cada uma defendida por mais de 200 homens armados, após 94 anos de resistência, sucumbiu ao exército português, e embora ferido, Zumbi consegue fugir.
    1695, 20 de Novembro: Zumbi foi traído e denunciado por um antigo companheiro, ele é localizado, preso e degolado aos 40 anos de idade. Zumbí ou "Eis o Espírito", virou uma lenda e foi amplamente citado pelos
    abolicionistas como herói e mártir.

    Tributo

Escultura em homenagem a Zumbi dos Palmares em Poá - SP.
Atualmente, o dia 20 de novembro, feriado em mais de 200 cidades brasileiras, é celebrado como Dia da Consciência Negra. O dia tem um significado especial para os negros brasileiros que reverenciam Zumbi como o herói que lutou pela liberdade e como um símbolo de liberdade. Hilda Dias dos Santos incentivou a criação do Memorial Zumbi dos Palmares.
Várias referências nas artes fazem tributo a seu nome:

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

HOMENAGEM DO ROTARY CLUB CAMPINA GRANDE AO DIA DO MÚSICO

A música (do grego μουσική τέχνη - musiké téchne, a arte das musas) constitui-se basicamente de uma sucessão de sons e silêncio organizada ao longo do tempo. É considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana. Actualmente não se conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua manifestações musicais próprias. Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser considerada como uma forma de arte, considerada por muitos como sua principal função.

A música expandiu-se ao longo dos anos, e atualmente se encontra em diversas utilidades não só como arte, mas também como a militar, educacional ou terapeutica (musicoterapia). Além disso, tem presença central em diversas atividades coletivas, como os rituais religiosos, festas e funerais.

Há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história. Provavelmente a observação dos sons da natureza tenha despertado no homem, através do sentido auditivo, a necessidade ou vontade de uma actividade que se baseasse na organização de sons. Embora nenhum critério científico permita estabelecer seu desenvolvimento de forma precisa, a história da música confunde-se, com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humanas.

Definição

Definir a música não é tarefa fácil porque apesar de ser intuitivamente conhecida por qualquer pessoa, é difícil encontrar um conceito que abarque todos os significados dessa prática. Mais do que qualquer outra manifestação humana, a música contém e manipula o som e o organiza no tempo. Talvez por essa razão ela esteja sempre fugindo a qualquer definição, pois ao buscá-la, a música já se modificou, já evoluiu. E esse jogo do tempo é simultaneamente físico e emocional. Como "arte do efêmero", a música não pode ser completamente conhecida e por isso é tão difícil enquadrá-la em um conceito simples.

Um dos poucos consensos é que ela consiste em uma combinação de sons e de silêncios, numa sequência simultânea ou em sequências sucessivas e simultâneas que se desenvolvem ao longo do tempo. Neste sentido, engloba toda combinação de elementos sonoros destinados a serem percebidos pela audição. Isso inclui variações nas características do som (altura, duração, intensidade e timbre) que podem ocorrer sequencialmente (ritmo e melodia) ou simultaneamente (harmonia). Ritmo, melodia e harmonia são entendidos aqui apenas em seu sentido de organização temporal, pois a música pode conter propositalmente harmonias ruidosas (que contém ruídos ou sons externos ao tradicional) e arritmias (ausência de ritmo formal ou desvios ritmicos).

E é nesse ponto que o consenso deixa de existir. As perguntas que decorrem desta simples constatação encontram diferentes respostas, se encaradas do ponto de vista do criador (compositor), do executante (músico), do historiador, do filósofo, do antropólogo, do linguista ou do amador. E as perguntas são muitas:

• Toda combinação de sons e silêncios é música?
• Música é arte? Ou de outra forma, a música é sempre arte?
• A música existe antes de ser ouvida? O que faz com que a música seja música é algum aspecto objetivo ou ela é uma construção da consciência e da percepção?

Mesmo os adeptos da música aleatória, responsáveis pela mais recente desconstrução e reformulação da prática musical, reconhecem que a música se inspira sempre em uma "matéria sonora", cujos dados perceptíveis podem ser reagrupados para construir uma "materia musical", que obedece a um objetivo de representação próprio do compositor, mediado pela técnica. Em qualquer forma de percepção, os estímulos vindos dos órgãos dos sentidos precisam ser interpretados pela pessoa que os recebe. Assim também ocorre com a percepção musical, que se dá principalmente pelo sentido da audição. O ouvinte não pode alcançar a totalidade dos objetivos do compositor. Por isso reinterpreta o "material musical" de acordo com seus próprios critérios, que envolvem aquilo que ele conhece, sua cultura e seu estado emocional.

Da diversidade de interpretações e também das diferentes funções em que a música pode ser utilizada se conclui que a música não pode ter uma só definição precisa, que abarque todos os seus usos e gêneros. Todavia, é possível apresentar algumas definições e conceitos que fundamentam uma "história da música" em perpétua evolução, tanto no domínio do popular, do tradicional, do folclórico ou do erudito.

O campo das definições possíveis é na verdade muito grande. Há definições de vários músicos (como Schönberg, Stravinsky, Varèse, Gould, Jean Guillou, Boulez, Berio e Harnoncourt), bem como de musicólogos como Carl Dalhaus, Jean Molino, Jean-Jacques Nattiez, Célestin Deliège, entre outros. Entretanto, quer sejam formuladas por músicos, musicólogos ou outras pessoas, elas se dividem em duas grandes classes: uma abordagem intrínseca, imanente e naturalista contra uma outra que a considera antes de tudo uma arte dos sons e se concentra na sua utilização e percepção.

A abordagem naturalista

De acordo com a primeira abordagem, a música existe antes de ser ouvida; ela pode mesmo ter uma existência autônoma na natureza e pela natureza. Os adeptos desse conceito afirmam que, em si mesma, a música não constitui arte, mas criá-la e expressá-la sim. Enquanto ouvir música possa ser um lazer e aprendê-la e entendê-la sejam fruto da disciplina, a música em si é um fenômeno natural e universal. A teoria da ressonância natural de Mersenne e Rameau vai neste sentido, pois ao afirmar a natureza matemática das relações harmônicas e sua influência na percepção auditiva da consonância e dissonância, ela estabelece a preponderância do natural sobre a prática formal. Consideram ainda que, por ser um fenômeno natural e intuitivo, os seres humanos podem executar e ouvir a música virtualmente em suas mentes sem mesmo aprendê-la ou compreendê-la. Compor, improvisar e executar são formas de arte que utilizam o fenômeno música.

Sob esse ponto de vista, não há a necessidade de comunicação ou mesmo da percepção para que haja música. Ela decorre de interações físicas e prescinde do humano.

A abordagem funcional, artística e espiritual

Para um outro grupo, a música não pode funcionar a não ser que seja percebida. Não há, portanto, música se não houver uma obra musical que estabelece um diálogo entre o compositor e o ouvinte. Este diálogo funciona por intermédio de um gesto musical formante (dado pela notação) ou formalizado (por meio da interpretação). Neste grupo há quem defina música como sendo "a arte de manifestar os afectos da alma, através do som" (Bona). Esta expressão informa as seguintes características: 1) música é arte: manifestação estética, mas com especial intenção a uma mensagem emocional; 2) música é manifestação, isto é, meio de comunicação, uma das formas de linguagem a ser considerada, uma forma de transmitir e recepcionar uma certa mensagem, entre indivíduos considerados, ou entre a emoção e os sentidos do próprio indivíduo que entona uma música; 3) utiliza-se do som, é a idéia de que o som, ainda que sem o silêncio pode produzir música, o silêncio individualmente considerado não produz música.

Para os adeptos dessa abordagem, a música só existe como manifestação humana. É atividade artística por excelência e possibilita ao compositor ou executante compartilhar suas emoções e sentimentos. Sob essa óptica, a música não pode ser um fenômeno natural, pois decorre de um desejo humano de modificar o mundo, de torná-lo diferente do estado natural. Em cada ponta dessa cadeia, há o homem. A música é sempre concebida e recebida por um ser humano. Neste caso, a definição da música, como em todas as artes, passa também pela definição de uma certa forma de comunicação entre os homens. Como não pode haver diálogo ou comunicação sem troca de signos, para essa vertente a música é um fenômeno semiótico.

Definição negativa

Uma vez que é difícil obter um conceito sobre o que é a música, alguns tendem a definí-la pelo que não é:

• A música não é uma linguagem normal. A música não é capaz de significar da mesma forma que as línguas comuns. Ela não é um discurso verbal, nem uma língua, nem uma linguagem no sentido da linguística (ou seja uma dupla articulação signo/significado), mas sim uma linguagem peculiar, cujos modos de articulação signo musical/significado musical vêm sendo estudados pela Semiótica da Música.

• A música não é ruído. O ruído pode ser um componente da música, assim como também é um componente (essencial) do som. Embora a Arte dos ruídos teorizasse a introdução dos sons da vida cotidiana na criação musical, o termo "ruído" também pode ser compreendido como desordem. E a música é uma organização, uma composição, uma construção ou recorte deliberado (se considerarmos os elementos componentes do som musical). A oposição que normalmente se faz entre estas duas palavras pode conduzir à confusão e para evitá-la é preciso se referir sempre à ideia de organização. Quando Varèse e Schaeffer utilizam ruídos de tráfego na música concreta ou algumas bandas de Rock industrial, como o Einstürzende Neubauten, utilizam sons de máquinas, devemos entender que o "ruído" selecionado, recortado da realidade e reorganizado se torna música pela intenção do artista.

• A música não é totalizante. Ela não tem o mesmo sentido para todos que a ouvem. Cada indivíduo usa a sua própria emotividade, sua imaginação, suas lembranças e suas raízes culturais para dar a ela um sentido que lhe pareça apropriado. Podemos afirmar que certos aspectos da música têm efeitos semelhantes em populações muito diferentes (por exemplo, a aceleração do ritmo pode ser interpretada frequentemente como manifestação de alegria), mas todos os detalhes, todas as sutilezas de uma obra ou de uma improvisação não são sempre interpretadas ou sentidas de maneira semelhante por pessoas de classes sociais ou de culturas diferentes.
• A música não é sua representação gráfica. Uma partitura é um meio eficiente de representar a maneira esperada da execução de uma composição, mas ela só se torna música quando executada, ouvida ou percebida. A partitura pode ter méritos gráficos ou estéticos independentes da execução, mas não é, por si só, música.


Definição social

Por trás da multiplicidade de definições, se encontra um verdadeiro fato social, que coloca em jogo tanto os critérios históricos, quanto os geográficos. A música passa tanto pelos símbolos de sua escritura (notação musical), como pelos sentidos que são atribuídos a seu valor afetivo ou emocional. É por isso que, no ocidente, nunca parou de se estender o fosso entre as músicas do ouvido (próximas da terra e do folclore e dotadas de uma certa espiritualidade) e as músicas do olho (marcadas pela escritura, pelo discurso). Nossos valores ocidentais privilegiam a autenticidade autoral e procuram inscrever a música dentro de uma história que a liga, através da escrita, à memória de um passado idealizado. As músicas não ocidentais, como a africana apelam mais ao imaginário, ao mito, à magia e fazem a ligação entre a potencialidade espiritual e corporal. O ouvinte desta música, bem como o da música folclórica ou popular ocidental participa diretamente da expressão do que ouve, através da dança ou do canto grupal, enquanto que um ouvinte de um concerto na tradição erudita assume uma atitude contemplativa que quase impede sua participação corporal, como se só a sua mente estivesse presente ao concerto. O desenvolvimento da notação musical e a constituição artificial do sistema de temperamentos consolidou na música, o dualismo corpo-mente típico do racionalismo cartesiano. E de tal forma esse movimento se fortaleceu que mesmo a música popular ocidental, ainda que menos dualista, se rendeu à sistematização, na qual se mantém até hoje.

Música - um fenômeno social

As práticas musicais não podem ser dissociadas do contexto cultural. Cada cultura possui seus próprios tipos de música totalmente diferentes em seus estilos, abordagens e concepções do que é a música e do papel que ela deve exercer na sociedade. Entre as diferenças estão: a maior propensão ao humano ou ao sagrado; a música funcional em oposição à música como arte; a concepção teatral do Concerto contra a participação festiva da música folclórica e muitas outras.
Falar da música de um ou outro grupo social, de uma região do globo ou de uma época, faz referência a um tipo específico de música que pode agrupar elementos totalmente diferentes (música tradicional, erudita, popular ou experimental). Esta diversidade estabelece um compromisso entre o músico (compositor ou intérprete) e o público que deve adaptar sua escuta a uma cultura que ele descobre ao mesmo tempo que percebe a obra musical.

Desde o início do século XX, alguns musicólogos estabeleceram uma "antropologia musical", que tende a provar que, mesmo se alguém tem um certo prazer ao ouvir uma determinada obra, não pode vivê-la da mesma forma que os membros das etnias aos quais elas se destinam. Nos círculos acadêmicos, o termo original para estudos da música genérica foi "musicologia comparativa", que foi renomeada em meados do século XX para "etnomusicologia", que apresentou-se, ainda assim, como uma definição insatisfatória.

Para ilustrar esse problema cultural da representação das obras musicais pelo ouvinte, o musicólogo Jean-Jacques Nattiez (Fondements d’une sémiologie de la musique 1976) cita uma história relatada por Roman Jakobson em uma conferência de G. Becking, linguista e musicólogo, pronunciada em 1932 no Círculo Línguístico de Praga:

Um indígena africano toca uma melodia em sua flauta de bambu. O músico europeu terá muito trabalho para imitar fielmente a melodia exótica, mas quando ele consegue enfim determinar as alturas dos sons, ele está certo de ter reproduzido fielmente a peça de música africana. Mas o indígena não está de acordo pois o europeu não prestou atenção suficiente ao timbre dos sons. Então o indígena toca a mesma ária em outra flauta. O europeu pensa que se trata de uma outra melodia, porque as alturas dos sons mudaram completamente em razão da construção do outro instrumento, mas o indigena jura que é a mesma ária. A diferença provém de que o mais importante para o indígena é o timbre, enquanto que para o europeu é a altura do som. O importante em música não é o dado natural, não são os sons tais como são realizados, mas como são intencionados. O indígena e o europeu ouvem o mesmo som, mas ele tem um valor totalmente diferente para cada um, porque as concepções derivam de dois sistemas musicais inteiramente diferentes; o som em música funciona como elemento de um sistema. As realizações podem ser múltiplas, o acústico pode determiná-las exatamente, mas o essencial em música é que a peça possa ser reconhecida como idêntica. Nattiez


História da música

História da música é o estudo das origens e evolução da música ao longo do tempo. Como disciplina histórica insere-se na história da arte e no estudo da evolução cultural dos povos. Como disciplina musical, normalmente é uma divisão da musicologia e da teoria musical. Seu estudo, como qualquer área da história é trabalho dos historiadores, porém também é freqüentemente realizado pelos musicólogos.

Este termo está popularmente associado à história da música erudita ocidental e freqüentemente afirma-se que a história da música se origina na música da Grécia antiga e se desenvolve através de movimentos artísticos associados às grandes eras artísticas de tradição européia (como a era medieval, renascimento, barroco, classicismo, etc.). Este conceito, no entanto é equivocado, pois essa é apenas a história da música no ocidente. A disciplina, no entanto, estuda o desenvolvimento da música em todas as épocas e civilizações, pois a música é um fenômeno que perpassa toda a humanidade, em todo o globo, desde a pré-história. Em 1957 Marius Schneider escreveu: “Até poucas décadas atrás o termo ‘história da música’ significava meramente a história da música erudita européia. Foi apenas gradualmente que o escopo da música foi estendido para incluir a fundação indispensável da música não européia e finalmente da música pré-histórica."

Há, portanto, tantas histórias da música quanto há culturas no mundo e todas as suas vertentes têm desdobramentos e subdivisões. Podemos assim falar da história da música do ocidente, mas também podemos desdobrá-la na história da música erudita do ocidente, história da música popular do ocidente, história da música do Brasil, História do samba, história do fado e assim sucessivamente.

Teoria musical

Teoria musical é o nome que é dado a qualquer sistema destinado a analisar, compreender e se comunicar a respeito da música. Assim como em qualquer área do conhecimento, a teoria musical possui várias escolas, que podem possuir conceitos divergentes. Sua própria divisão da teoria em áreas de estudo não é consenso, mas de forma geral, qualquer escola possui ao menos:

• análise musical, que estuda os elementos do som e estruturas musicais e também as formas musicais.
• estética musical, que inclui a divisão da música em gêneros e a Crítica musical.
• Notação musical.

Análise musical

Apesar de toda a discussão já apresentada, a música quando composta e executada deliberadamente é considerada arte por qualquer das facções. E como arte, é criação, representação e comunicação. Para obter essas finalidades, deve obedecer a um método de composição, que pode variar desde o mais simples (a pura sorte na música aleatória), até os mais complexos. Pode ser composta e escrita para permitir a execução idêntica em várias ocasiões, ou ser improvisada e ter uma existência efêmera. A música dos pigmeus do Gabão, o Rock and roll, o Jazz, a música sinfônica, cada composição ou execução obedece a uma estética própria, mas todas cumprem os objetivos artísticos: criar o desconhecido a partir de elementos conhecidos; manipular e transformar a natureza; moldar o futuro a partir do presente.

Qualquer que seja o método e o objetivo estético, o material sonoro a ser usado pela música é tradicionalmente dividido de acordo com três elementos organizacionais: melodia, harmonia e ritmo. No entanto, quando nos referimos aos aspectos do som nos deparamos com uma lista mais abrangente de componentes: altura, timbre, intensidade e duração. Eles se combinam para criar outros aspéctos como: estrutura, textura e estilo, bem como a localização espacial (ou o movimento de sons no espaço), o gesto e a dança.

Na base da música, dois elementos são fundamentais: O som e o tempo. Tudo na música é função destes dois elementos. É comum na análise musical fazer uma analogia entre os sons percebidos e uma figura tridimensional. A sinestesia nos permite "ver" a música como uma construção com comprimento, altura e profundidade.

O ritmo é o elemento de organização, frequentemente associado à dimensão horizontal e o que se relaciona mais diretamente com o tempo (duração) e a intensidade, como se fosse o contorno básico da música ao longo do tempo. Ritmo, neste sentido, são os sons e silêncios que se sucedem temporalmente, cada som com uma duração e uma intensidade próprias, cada silêncio (a intensidade nula) com sua duração. O silêncio é, portanto, componente da música, tanto quanto os sons. O ritmo só é percebido como contraste entre som e silêncio ou entre diversas intensidades sonoras. Pode ser periódico e obedecer a uma pulsação definida ou uma estrutura métrica, mas também pode ser livre, não periódico e não estruturado (arritmia). Também é possível que diversos ritmos se sobreponham na mesma composição (polirritmia). Essas são opções de composição. Enfim é interessante lembrar que, embora pequenas variações de intensidade de uma nota à seguinte sejam essenciais ao ritmo, a variação de intensidade ao longo da música é antes de tudo um componente expressivo, a dinâmica musical.

A segunda organização pode ser concebida visualmente como a dimensão vertical. Daí o nome altura dado a essa característica do som. O mais agudo, de maior freqüência, é dito mais alto. O mais grave é mais baixo. O elemento organizacional associado às alturas é a melodia. A melodia é definida como a sucessão de alturas ao longo do tempo, mas estas alturas estão inevitavelmente sobrepostas à duração e intensidade que caracterizam o ritmo e portanto essas duas estruturas são indissociáveis. Outra metáfora visual que freqüentemente é utilizada é a da cor. Cada altura representaria uma cor diferente sobre o desenho rítmico. Não é à toa que muitos termos utilizados na descrição das alturas, escalas ou melodias também são usados para as cores: tom, tonalidade, cromatismo. Também não deve ser fruto do acaso o fato de que tanto as cores como os sons são caracterizados por fenômenos físicos semelhantes: as alturas são variações de freqüências em ondas sonoras (mecânicas). As cores são variações de freqüência em ondas luminosas (eletromagnéticas). Assim como o ritmo, a melodia pode seguir estruturas definidas como escalas e tonalidades (música tonal), que determinam a forma como a melodia estabelece tensão e repouso em torno de um centro tonal. O compositor também pode optar por criar melodias em que a tensão e o repouso não decorrem de relações hierárquicas entre as notas (música atonal).

A terceira dimensão é a harmonia ou polifonia. Visualmente pode ser considerada como a profundidade. Temporalmente é a execução simultânea de várias melodias que se sobrepôem e se misturam para compor um som muito mais complexo, como se cada melodia fosse uma camada e a harmonia fosse a sobreposição de todas essas camadas. A harmonia possui diversas possibilidades: uma melodia principal com um acompanhamento que se limite a realçar sua progressão harmônica; duas ou mais melodias independentes que se entrelaçam e se completam harmonicamente; sons aleatórios que, nos momentos que se encontram formam acordes; e outras tantas em que sons se encontram ao mesmo tempo. O termo harmonia não é absoluto. Manipula o conjunto das melodias simultâneas de modo a expressar a vontade do compositor. As dissonâncias também fazem parte da harmonia tanto quanto as consonâncias. Adicionalmente, pode-se criar harmonias que obedeçam a duas ou mais tonalidades simultaneamente (politonalismo - usado com freqüência em composições de Villa-Lobos).

Cada som tocado em uma música tem também seu timbre característico. Definido da forma mais simples o timbre é a identidade sonora de uma voz ou instrumento musical. É o timbre que nos permite identificar se é um piano ou uma flauta que está tocando, ou distinguir a voz de dois cantores. Acontece que o timbre, por si só, é também um conjunto de elementos seqüenciais e simultâneos. Uma série infinita de freqüências sobrepostas que geram uma forma de onda composta pela freqüência fundamental e seu espectro sonoro, formado por sobretons ou harmônicos. E o timbre também evolui temporalmente em intensidade obedecendo a uma figura chamada envelope. É como se o timbre reproduzisse em escala temporal muito reduzida o que as notas produzem em maior escala e cada nota possuísse em seu próprio tecido uma melodia, um ritmo e uma harmonia próprias.

Segundo o tipo de música, algumas dessas dimensões podem predominar. Por exemplo, o ritmo bem marcado e fortemente periódico tem a primazia na música tradicional dos povos africanos. Na maior parte das culturas orientais, bem como na música tradicional e popular do ocidente, é a melodia que representa o valor mais destacado. A harmonia, por sua vez, é o ideal mais elevado da música erudita ocidental.

Estes elementos nem sempre são claramente reconhecíveis. Onde estará o ritmo ou a melodia no som de uma serra elétrica incluída em uma canção de rock industrial ou em uma composição eletroacústica? Mas se considerarmos apenas o jogo dos sons e do tempo, a organização do seqüencial e do simultâneo e a seleção dos timbres, a música nestas composições será tão reconhecível quanto a de uma cantata barroca.

Gêneros musicais

Assim como existem várias definições para música, existem muitas divisões a agrupamentos da música em gêneros, estilos e formas. Dividir a música em gêneros é uma tentativa de classificar cada composição de acordo com critérios objetivos que não são sempre fáceis de definir.

Uma das divisões mais freqüentes separa a música em grandes grupos:

• Música erudita - a música tradicionalmente dita como "culta" e no geral, mais elaborada. É erroneamente conhecida como "música clássica", pois a música clássica real é a música produzida levando em conta os padrões do período musical conhecido como Classicismo(Pré- classico - Rococó) Pode ser dito também de música clássia, obras que são bem familiares e conhceidas, ao ponto deserem assoviadas pelas pessoas, algo mais popular assim como a literatura. Seus adeptos consideram que é feita para durar muito tempo e resistir a moda e tendências. Em geral exige uma atitude contemplativa e uma audição concentrada. Alguns consideram que seja uma forma de música superior a todas as outras e que seja a real arte musical. Porém, deve também ser lembrado que mesmo os compositores eruditos várias vezes utilizaram melodias folclóricas (determinada região) para que em cima dela fossem compostas variações. Alguns compositores chegaram até a apenas colocar melodias folclóricas como o segundo sujeito de suas músicas (como Villa-Lobos fez extensamente). Os gêneros eruditos são divididos sobretudo de acordo com o períodos em que foram compostas ou pelas características predominantes.

• Música popular - associada a movimentos culturais populares. Conseguiu se consolidar apenas após a urbanização e industrialização da sociedade e se tornou o tipo musical icônico do século XX. Se apresenta atualmente como a música do dia-a-dia, tocada em shows e festas, usada para dança e socialização. Segue tendências e modismos e muitas vezes é associada a valores puramente comerciais, porém, ao longo do tempo, incorporou diversas tendências vanguardistas e inclui estilos de grande sofisticação. É um tipo musical frequentemente associado a elementos extra-musicais, como textos (letra de canção), padrões de comportamento e ideologias. É subdividida em incontáveis gêneros distintos, de acordo com a instrumentação, características musicais predominantes e o comportamento do grupo que a pratica ou ouve.

• Música folclórica ou [[música nacionalista] - associada a fortes elementos culturais de cada grupo social. Tem caráter predominantemente rural ou pré-urbano. Normalmente são associadas a festas folclóricas ou rituais específicos. Pode ser funcional (como canções de plantio e colheita ou a música das rendeiras e lavadeiras). Normalmente é transmitida por imitação e costuma durar décadas ou séculos. Incluem-se neste gênero as cantigas de roda e de ninar.

• música religiosa, utilizada em liturgias, tais como missas e funerais. Também pode ser usada para adoração e oração ou em diversas festividades religiosas como o natal e a páscoa, entre outras. Cada religião possui formas específicas de música religiosa, tais como a música sacra católica, o gospel das igrejas evangélicas, a música judaica, os tambores do candomblé ou outros cultos africanos, o canto do muezim, no Islamismo entre outras.

Cada uma dessas divisões possui centenas de subdivisões. Gêneros, subgêneros e estilos são usados numa tentativa de classificar cada música. Em geral é possível estabelecer com um certo grau de acerto o gênero de cada peça musical, mas como a música não é um fenômeno estanque, cada músico é constantemente influenciado por outros gêneros. Isso faz com que subgêneros e fusões sejam criados a cada dia. Por isso devemos considerar a classificação musical como um método útil para o estudo e comercialização, mas sempre insuficiente para conter cada forma específica de produção. A divisão em gêneros também é contestada assim como as definições de música porque cada composição ou execução pode se enquadrar em mais de um gênero ou estilo e muitos consideram que esta é uma forma artificial de classificação que não respeita a diversidade da música. Ainda assim, a classificação em gêneros procura agrupar a música de acordo com características em comum. Quando estas características se misturam, subgêneros ou estilos de fusão são utilizados em um processo interminável.

Os estilos musicais ao entrar em contato entre si produzem novos estilos e há uma miscigenação entre culturas para produzir gêneros transnacionais. O blues e jazz dos Estados Unidos da América, por exemplo tem elementos vocais e instrumentais das tradições anglo-irlandesas, escocesas, alemãs e afro-americanas que só podem ser fruto da produção do ??século XX??.

Outra forma de encarar os gêneros é considerá-los como parte de um conjunto mais abrangente de manifestações culturais. Os gêneros são comumente determinados pela tradição e por suas apresentações e não só pela música de fato. O Rock and roll, por exemplo, possui dezenas de subgêneros, cada um com características musicais diferentes mas também pelas roupas, cabelos, ornamentação corporal e danças, além de variações de comportamento do público e dos executantes. Assim, uma canção de Elvis Presley, um heavy metal ou uma canção punk, embora sejam todas consideradas formas de rock, representam diversas culturas musicais diferentes.

Também a música erudita, folclórica ou religiosa possuem comportamentos e rituais associados. Ainda que o mais comum seja compreender a música erudita como a acústica e intencionada para ser tocada por indivíduos, muitos trabalhos que usam samples, gravações e ainda sons mecânicos, não obstante, são descritas como eruditas, uma vez que atendam aos princípios estéticos do erudito. Por outro lado, uma trecho de uma obra erudita como os "Quadros de uma Exposição" de Mussorgsky tocado por Emerson, Lake and Palmer se torna Rock progressivo não só por que houve uma mudança de instrumentação, mas também porque há uma outra atitude dos executantes e da platéia.


Métodos de composição

Cada gênero define um conceito e um método de composição, que passa pela definição de uma forma, uma instrumentação e também um "processo" que pode criar sons musicais. A gama de métodos é muito grande e vai desde a simples seleção de sons naturais, passando pela composição tradicional que utiliza os sistemas de escalas, tonalidades e notação musical e varia até a música aleatória em que sons são escolhidos por programas de computador, obedecendo a algoritmos programados pelo compositor.

Crítica musical

Crítica musical é uma prática utilizada, sobretudo pelos meios de comunicação para comentar o valor estético de uma obra, intérprete ou conjunto musical. Um texto crítico freqüentemente refere-se a um espetáculo ou álbum na época de seu lançamento. O assunto é complexo e polêmico, pois, desde os tempos em que a sua prática era levada a cabo por curiosos freqüentadores da vida social e, conseqüentemente, dos espetáculos musicais, nunca se tornou claro qual o seu objetivo principal, nem mesmo quais os destinatários - o público, o artista ou ambos.

Ao longo do século XX, notou-se que, mesmo sem finalidade ou utilidade aparente, a crítica musical passou a despertar forte curiosidade nos que não freqüentavam os espetáculos musicais e assim se apropriavam dos pontos de vista emanados nas críticas. Com o estabelecimento do comércio musical, os músicos e produtores musicais, em nome da captura das platéias e dos compradores, passaram a manipular seu conteúdo com diversos tipos de favorecimento aos críticos. Com a vulgarização desta prática, a isenção da crítica passou a ser questionada. Ainda assim, ela consegue influenciar o público e uma crítica em um veículo respeitado pode, dentro de certos limites, promover o sucesso ou o fracasso dos artistas, álbuns e espetáculos.

A indústria cultural além de lançar tendências através de bandas pagas, agrupadas por redes de comunicação, também faz uso da crítica para vender sua mercadoria com artigos pagos, manipulação dos meios de comunição e a massificação de determinados estilos musicais. A prática de comprar a execução de uma música em horários de grande audiência é chamada no Brasil de "jabaculê" ou simplesmente "jabá".


Educação musical

Educação musical é o conjunto de práticas destinadas a transmitir através da vivencia musical a teoria e prática da música nas correntes gerações. Inclui:

• Musicalização - métodos destinados a inicição ao estudante na prática vocal ou instrumental . Há muitos métodos de musicalização e os mais conhecidos são: Método Orff, Ritmica de Dalcroze e Kodály.

• Prática instrumental - ensino e treinamento de técnicas específicas de cada instrumento de forma grupal , voltados a audição, prática, treinamento auditivo, percepção...

• Prática vocal - ensino e treinamento de técnicas vocais. Inclui o canto coral e o canto orfeônico.

• Teoria musical - ensino da teoria musical, escalas, rítmica, harmonia e notação musical.

• Percepção auditiva - treinamento da percepção melódica (alturas e intervalos, harmônica e rítmica.

• Composição: uma obra musical ou um curso voltado para pessoas que gostariam de ser compositores.

• e regência - movimentos gestuais das maos, com o intuito de auxiliar os grupos instrumentais (orquestra) ou vocais (coros); è também um Curso superior destinado à formação de regentes.

A educação musical acontece também na escola junto às demais disciplinas, normalmente como parte da grade Artes educação artística, na escola específica de músicaConservatório de música, escola superior, um ensino especializado na area de música e artes cênicas. Universidade.

Atuação / Performance

A música só existe quando executada ou reproduzida, por isso a atuação é seu aspecto mais importante. Enquanto não executada a música é apenas potencial. É na execução que ela se torna um existente. A atuação pode se estender da improvisação de solos às bem organizadas apresentações repletas de rituais, como o moderno concerto clássico, o concerto de rock ou festividades religiosas. O executante é o músico, que pode ser um instrumentista ou cantor.

Solos e conjuntos

A execução pode ser feita individualmente e neste caso é chamada de solo, palavra que vem do italiano e significa "sozinho". O extremo oposto é a execução em conjuntos vocais, instrumentais ou mistos.
Muitas culturas mantêm fortes tradições nas atuações de solos como, por exemplo, na música clássica indiana, enquanto que outras, como em Bali, têm ênfase nas atuações de conjuntos. Mas o mais comum é uma uma mistura das duas. Conjuntos podem ter solistas permanentes (como o vocalista ou guitarrista principal da banda de rock) ou ocasionais (como o solista do concerto erudito).

A variedade de conjuntos existentes é imensa e as combinações possíveis são ilimitadas. É comum classificar os grupos pelo número de participantes: duos, trios, quartetos, quintetos, sexteto, heptetos e octetos são os mais comuns. Grupos com mais de oito executantes são classificados por sua função: coros, grupo de câmara, bandas, orquestras. Certos grupos têm um nome específico, como o gamelão, conjunto instrumental típico da música de Bali. Outros podem partilhar o nome com outros conjuntos e neste caso são identificados geralmente pelo gênero: Orquestra sinfônica, orquestra de baile, banda de blues, banda de jazz.

O evento musical

A execução musical pode ocorrer em um contexto íntimo ou mesmo solitário, mas é comum que ocorra dentro de um evento ou espetáculo. Entre os eventos mais comuns estão as festas, concertos, shows, óperas, espetáculos de dança, entre outros. Cada evento tem características próprias e normalmente obedece a um ritual específico. Eventos mais teatrais como o concerto e a ópera exigem do público uma atitude contemplativa e silenciosa enquanto que um show de rock ou uma roda de samba presumem a participação ativa do público na forma do canto e dança.

Festivais de música

Além dos próprios shows e eventos feitos por algumas bandas e grupos isolados, existem também os festivais de música, onde são apresentados diversos grupos e artistas, na maioria das vezes com o mesmo gênero, mas muitas vezes com gêneros diversos. Podem ocorrer uma única vez ou periodicamente. Um dos festivais mais conhecidos foi o de Woodstock, tradicional festival de rock nos EUA. Alguns festivais como o Live 8 têm abrangência global, outros são limitados à região em que ocorrem, como os brasileiros Chivas Jazz Festival, Abril Pro Rock e Festival Pré Amp e o português Super Bock Super Rock. Em alguns casos, um evento planejado para ter abrangência local ganha importância e é extrapolado para outras localidades, como o famoso Rock in Rio que após três edições no Rio de Janeiro passou a ter edições no exterior, como a de 2004 em Lisboa e as edições previstas para 2006 e 2007 em Lisboa e Sydney.

Existem muitos festivais de música que celebram gêneros particulares de música. Um dos melhores exemplos é o Festival de Bayreuth que se dedica exclusivamente às operas de Richard Wagner. Também podem ser considerados festivais eventos que englobam outras manifestações, como o Carnaval do Brasil ou o Mardi-Gras em Nova Orleans.





Composição audiovisual

Composição audiovisual é um tipo específico de composição musical que envolve recursos cênicos ou visuais, tais como a música para dança, a ópera, videoclipe, a banda sonora (ou trilha sonora),entre outras.

Banda sonora

Chama-se Banda sonora ou trilha sonora ao conjunto das peças musicais usadas num filme. Pode incluir música original, criada de propósito para o filme, ou outras peças musicais, canções e excertos de obras musicais anteriores ao filme.

Príncipais Gêneros Musicais

As composições musicais são classificados em três grandes grupos:

• Música Instrumental (solos de instrumento ou duos, trios, quartetos, etc., é chamada também de música de câmara).
• Vocal (cantada)
• Mista (Instrumental e Vocal)


Suite

Conjunto de danças antigas emergindo do Barroco, no mesmo tom ou em tons diferentes, em diversos carateres dançantes das regiões europeias. A palavra suite é francesa; As partes da suíte (danças), são de acordo com uma determinada região exemplo: Partita, sarabanda, gigue, alemande. J. S. Bach escreveu várias suites, como as Suites Francesas e Suites Inglêsas para cravo, e para outros instrumentos, como para Violoncelo solo, Partitas para Violino solo, etc. Um exemplo desse conjunto de danças e sua organizzação nas suites francesas (ex. Suites para violoncelo): preludio, allemande, courante, sarabanda, minueto e giga.

Prelúdio

Peça musical de forma livre que antecede alguma outra obra, dando a continuidade da música completa. Serve, comumente, de introdução para óperas, bailados, oratório, música de cena e musicais. Musicalmente se caracteriza pela curta duração, com cerca de 5 minutos, e a exposição e desenvolvimento de, no máximo, três temas. Na ópera há dois tipos de prelúdio: aberto e fechado. O prelúdio aberto é aquele que se liga ao início da ópera como os prelúdios de Os Mestres Cantores de Nuremberg e Tristão e Isolda, ambas de Wagner. Já o prelúdio fechado tem início, meio e fim não se ligando ao início da ópera, como o prelúdio da Carmen de Bizet e o de A Dama de Espadas de Tchaikovsky. Tanto na ópera quanto no bailado ele pode ser usado para iniciar cada ato ou cena, caso a ópera seja assim organizada. La Traviata, de Verdi, abre o 3º ato com um célebre prelúdio que caracteriza o sofrimento, a doença e o abandono de Violetta.

Sonata

A forma músical mais elevada da música erudita, isso é, na era Clássico]]. Geralmente divide-se em 3 ou 4 partes chamadas movimentos,tempos andamentos. Os movimentos de uma sonata são de características bem diferentes. Na sonata clássica obedecem à seguinte ordem:

• 1º Movimento: Allegro, um movimento bem rápido;
• 2º Movimento: Adagio, um movimento mais lento e tranqüilo;
• 3º Movimento: uma dança, que pode ser um Menuetto, uma Valsa, ou até exemplos mais raros como uma Sarabanda (ver abaixo);
• 4º Movimento: um movimento com caráter majestoso que transmita a idéia de final deste movimento.

Algumas Sonatas não obedecem a essa regra e são denominadas Sonatas-Fantasias, como por exemplo, a conhecidíssima Sonata ao Luar de Beethoven. Quase todos os compositores têm escrito sonatas para piano, violino, flauta, violoncelo, e etc. Destacam-se compositores de sonatas como Beethoven, Mozart, Haydn e J. S. Bach. Há sonatas que são escritas para mais de um instrumento que tem o nome de: duo, trio, quarteto e etc, porém a estrutura é sempre a mesma.

Quando a peça é escrita para uma orquestra, chama-se Sinfonia, ou quando é escrita para orquestra, mas com um instrumento principal solando chama-se Concerto, obedecendo sempre o número de movimentos que para o concerto são somente três e para sinfonia variam de três movimentos a cinco movimentos.

Fuga

É uma composição musical de estilo complexo que reúne arte, ciência e matemática. A Fuga Consiste no desenvolvimento do tema príncipal (Sujeito), de acôrdo com determinadas leis (regras, teorias de composição contrapontistica) teórias, e com a qual tudo se relaciona direta ou indiretamente. Pela aprição sucessivas do tema príncipal, sempre em vozes se diferem, tem-se a impressão de que as vozes procuram fugir e perseguem umas ás outras, vindo aí a designação, nomeação e origem da Fuga (linguistica). Diversos compositores de vários períodos e principalmente do Barroco, escreveram fugas para diversos instrumento, destacando-se as obras A Arte da Fuga e as "Toccatas" do grande e fabuloso mestre J. S. Bach.

Música Religiosa

Neste gênero músical encontram composições como Missas, Oratórios, Orações em latim como Ave Maria, Salutaris e etc, guardando caráter de religiosidade acentuada.

Balé

É um gênero musical que desde a Idade Média é muito apreciado, e consiste da dança acompanhada da música, o gênero é muito parecido com a ópera, porem é diferente, pois os bailarinos não falam nenhuma palavra e tem que se expressar pela encenação, balés de Tchaikovsky (O Lago dos Cisnes, A Bela Adormecida e O Quebra-Nozes), Léo Delibes (Coppélia) e Adolphe Adam (Giselle) e muitos outros são considerados Balés de Repertório, na qual são encenados em várias casa de balés.

Ópera

É uma grande composição que exige muita força de vontade do compositor para ser criada, pois o compositor deve criar uma música para cada instrumento da orquestra, e ainda fazer a música para o libreto, criando assim uma música harmoniosa. A ópera geralmente é dividida em atos, e pode ser séria, dramática, ou cômica (ópera bufa). O inventor deste grande gênero musical que envolve encenação, teatro, canto, música, iluminação, e até às vezes balé, foi o compositor italiano renascentista Cláudio Monteverdi com a sua ópera L'Orfeo, ópera de 5 atos. Outros compositores dedicaram a vida inteira à ópera, como: Verdi (óperas como Aida, Um Baile de Máscaras, Rigoletto), Puccini (óperas como Madame Butterfly, Turandot, La Bohème), Rossini (O Barbeiro de Sevilha, La Cenerentola, Guglielmo Tell, L'Italiana in Algeri), Mozart (óperas como O Rapto do Serralho, As bodas de Fígaro, A Flauta Mágica) e centenas de outros compositores.