terça-feira, 27 de janeiro de 2009

HOMENAGEM DO ROTARY CLUB CAMPINA GRANDE AO DIA DA SAUDADE

Saudade é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular, “saudade”, só conhecida em galego-português[Galaica(Espanha)], descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor. A palavra vem do latim “solitas, solitatis” (solidão), na forma arcaica de “soedade, soidade e suidade” e sob influência de “saúde” e “saudar”.

Diz a lenda que foi cunhada na época dos Descobrimentos e no Brasil colônia esteve muito presente para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, longe de entes queridos. Define, pois, a melancolia causada pela lembrança; a mágoa que se sente pela ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou ações. Provém do latim “solitáte”, solidão.

Uma visão mais especifista aponta que o termo saudade advém de solitude e saudar, onde quem sofre é o que fica a esperar o retorno de quem partiu, e não o indivíduo que se foi, o qual nutria nostalgia. A gênese do vocábulo está diretamente ligada à tradição marítima lusitana.

Recentemente, uma pesquisa entre tradutores britânicos apontou a palavra “saudade” como a sétima palavra de mais difícil tradução.

Pode-se sentir saudade:

- de alguém falecido.
- de alguém que amamos e está longe ou ausente.
- de um amigo querido.
- de alguém ou algo que não vemos há imenso tempo.
- de alguém que não conversamos há muito tempo.
- de situações.
- de um amor.

A expressão “matar a saudade” (ou “matar saudades”) é usada para designar o desaparecimento (mesmo temporário) desse sentimento. É possível “matar a saudade”, relembrando, vendo fotos ou vídeos antigos, conversando sobre o assunto, reencontrando a pessoa que estava longe, etc. “Mandar saudades”, por exemplo, no sul de Portugal, significa o mesmo que mandar cumprimentos.

A saudade pode gerar sentimento de angústia, nostalgia e tristeza, e quando “matamos a saudade” geralmente sentimos alegria.

Em Portugal, o Fado está diretamente associado com este sentimento. Do mesmo modo, a sodade cabo-verdiana está intimamente ligada ao gênero musical da morna (dança insular tocada por instrumentos acústicos).

De repente, ausência, saudade, dor, nostalgia. Perder alguém querido é uma das mais traumáticas experiências por que se pode passar um ser humano. A vida parece cinza e um véu de tristezas recai sobre os que ficam.

Saudade é uma espécie de lembrança nostálgica, lembrança carinhosa de um bem especial que está ausente acompanhado de um desejo de revê-lo ou possuí-lo. A todo o momento uma saudade revive em nosso coração para torturá-lo. Aqui uma cadeira, ali o guarda-chuva deixado na sala de espera, seu chapéu junto ao porta-espelho, seu copo que a criada deixou de retirá-lo! E em todos os cômodos encontram-se coisas esparsas: suas tesouras, uma luva, seus óculos, um livro cujas folhas foram viradas por seus dedos, um vestido, umas sandálias, seu lugar preferido à mesa, um grande número de pequenas coisas que assumem um significado doloroso, porque lembram mil pequenos acontecimentos.

Tenho razão de sentir saudade. Tenho razão de fazer uma acusação. Houve um acordo que foi rompido, e sem a formulação do distrato. Você foi embora. Tenho saudade do nosso tempo, do tempo que vivemos juntos. Tenho saudade do que e quando você me ensinou. Tenho saudade dos lugares onde fomos e das pessoas que lá encontramos. Tenho saudade de uma época que vivenciamos, lembranças de um tempo que faz parte do meu passado, marcou presença e deixou legado.

Tenho saudade de não poder estar ao seu lado, de amar e não poder lhe tocar, de sentir o seu cheiro, de me lembrar do seu sorriso, lembrar do seu rosto e ter que esperar pelo dia que o verei de novo, dos seus gestos, de suas atitudes, fechar os meus olhos e sentir você a um centímetro do meu rosto, abri-los e ver que tudo isso é saudade.

O amor e a saudade são sentimentos que vão se encontrar um dia. O amor é infinito e não há distância que o diminua. A morte é apenas a separação do corpo, mas continuamos ligados pelos laços de afetividade e o reencontro será inevitável.

Estou entre um soluço e o silêncio; o soluço da saudade e o silêncio da angústia. A maior dor não é a saudade dos que já se foram, é a saudade dos que não podem ser vistos, estando presente entre nós, sentindo-os, mas não podemos nem vê-los, nem ouvi-los e muito menos abraçá-los.

Queiram receber afetuosamente minhas,

Saudações Rotárias
Hiram Ribeiro dos Santos
1º Secretário do RC C. Grande

Campina Grande, 29 de janeiro de 2009

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