Ele era franzino. Calado e observador. Anônimo passava-se por pessoa que não despertava atenção, pela simplicidade, mas era um gigante em capacidade de trabalho, conhecimento técnico e poder de convencimento.O empresário Edson de Souza do Ó , falecido no dia de ontem após uma enfermidade tenaz e insistente, deixa uma lacuna impreenchível em nosso meio.
Não concluiu o curso de engenharia civil na antiga Escola Politécnica da Ufpb, por uma incompatibilidade com certo professor, para desgosto dos seus pais, Isaias e Alice de Souza do Ó. Deixou a vida de estudante para ser empresário, um pequeno e teimoso empresário, ao construir uma Olaria no longínquo bairro das Três Irmãs. Sem transporte próprio, transportava em um “carro de praça”, hoje um táxi, as garrafas de oxigênio e acetileno para poder fabricar tijolos. Da Olaria para a Construtora Edson de Souza do Ó.
Daí se descortinava o tirocínio do empresário da construção de grandes obras, importantes obras como a Wallig Nordeste, Muller Nordeste, Arbame-Mallory, Edifício João Rique, Nortelas, Compel, Jornal e TV O Norte, Hotel Tropicana, Hotel Ouro Branco, entre inúmeras outras de igual importância.
Foi sócio-fundador da Caulisa – Industria de Caulim S/A em parceria com a Industria de Papel Simão , então, o maior grupo fabricante de papel da América Latina. Foi Diretor-Técnico do Banco Industrial de Campina Grande, foi o fundador da Norpel – Companhia Distribuidora de Papel em Recife-PE., foi diretor de uma Cooperativa de Crédito aqui em Campina Grande e depois liquidante da mesma junto ao Banco Central, foi sócio-fundador da TBS – Transportadora Bons Serviços Ltda., fundador da Metalouças – Industria de Artefatos de Ágata, foi interventor do Banco do Nordeste do Brasil S/A junto à indústria Artefatos Metalúrgicos Muller Nordeste S/A, diretor e conselheiro da FIEP – Federação das Industrias do Estado da Paraíba e, muitas outras participações em negócios e empreendimentos.
Adquiriu o complexo imobiliário da antiga Anderson Clayton. Criou a Seresta , uma grande serraria que fabricava engradados para os fogões Wallig (produzidos em Campina Grande), além de cabos de vassoura e pegadores de roupa, vendidos para todo o Brasil. Foi um grande empregador, empresário sério, bem sucedido nos negócios, de visão futurista, um dos grandes empreendedores da Paraíba.
Fui seu funcionário aqui em Campina e em São Paulo. Participei de inúmeros trabalhos e me sentia um aluno durante as reuniões de cunho eminentemente técnico. Aqui , em Recife ou São Paulo, em qualquer parte do Brasil, mesmo sendo um empresário de nome, envolvido em muitos projetos simultâneos, era incansável e a todos ouvia com especial atenção.
Não era vaidoso, muito menos orgulhoso. Vivia alheio às badalações da mídia. Perdemos um grande homem, do mesmo nível do seu irmão, o ex-reitor Edvaldo de Souza do Ó, de saudosa memória.
À família enlutada, aos amigos e conterrâneos, nossos sentimentos e nossas,
Saudações Rotárias
Hiram Ribeiro dos Santos
Secretário do R. C. Campina Grande
Secretário do R. C. Campina Grande
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