Como surgiu a Língua Portuguesa?
A Língua Portuguesa é um idioma neolatino, ou seja, é derivada do latim. Sua história começa antes da Era Cristã, quando os romanos dominaram a Península Ibérica (que hoje são Portugal e Espanha) e impuseram seus padrões de vida e sua língua.
As várias etnias que lá existiam acabaram por se misturar ao latim falado pelos soldados romanos: o linguajar do povo, que não possuía forma escrita, um latim vulgar – ao contrário do latim erudito, mais rígido. Por não estar preso à forma escrita, o latim vulgar era mais variado e por isto não foi difícil surgirem os novos dialetos, frutos das diferentes combinações em cada região.
Além da dominação pelo Império Romano, a Península Ibérica também sofreu invasões de povos germânicos (os vândalos, suevos e visigodos), no século V da Era Cristã. Daí herdarmos alguns vocábulos, a maioria ligada à área militar, tais como guerra, marechal, general. As invasões dos árabes no século VIII também contribuíram para a incorporação de novas palavras. Você sabia que geralmente as palavras começadas em “al” têm origem árabe? São exemplos: alface, alfinete, álgebra, alfândega. Das que não começam com “al”: garrafa, quintal, xarope.
As influências germânica e árabe não foram tão intensas quanto a dos romanos e por isto as raízes latinas foram as que continuaram sustentando a cultura da península. A região que hoje ocupa Portugal se destacou do restante da península no ano de 1143, quando foi declarada a independência da Nação Portuguesa, com o idioma galego-português. No sul, predominava o português, e, no norte, o galego. Esta parte foi anexada pelo povo castelhano alguns anos depois e, em 1290, o idioma português foi declarado oficial na Nação Portuguesa.
Variações da Língua Portuguesa
A língua oficial do nosso país é a Língua Portuguesa, imposta pelos colonizadores portugueses quando chegaram à costa brasileira. Aqui já se falavam vários dialetos indígenas, porem a maioria foi extinta para dar lugar ao idioma português. Se você leu com atenção sobre o Dia do Índio, vai lembrar que, dos 1.300 dialetos falados pelas diversas tribos indígenas em 1500, só persistem hoje cerca de 180.
Mesmo tendo adotado o idioma do seu colonizador, o Brasil possui modos de escrever e de falar que foram surgindo e caracterizando nosso povo com o passar do tempo. A Língua Portuguesa aqui é bem diferente da que encontramos em Portugal, além das variações que encontramos de região para região dentro do nosso país. Isso tudo porque um idioma não é algo estático, parado no tempo. Se fosse, ainda estaríamos falando como em Portugal no século XVI, como tempos “d`antes”... Reparou como o poema de Fernando Pessoa mostra esta transformação?
Nossa língua muda de acordo com a época e com os costumes. Mesmo em curtos espaços de tempo – pense numa propaganda, por exemplo, e perceba como certos slogans acrescentaram novas palavras e expressões. E os neologismos? Até o ministro Rogério Magri, da época do governo Collor, ninguém usava o termo imexivel (por saberem que tal palavra não existia ou porque não gostavam de inovar?). Muita coisa mudou e, acredite, cada um de nós contribuiu para que assim fosse!
Viram como temos várias línguas em torno da Língua Portuguesa? Temos o português de Portugal, o português do Brasil e suas inúmeras variações regionais. E ainda o português de várias colônias portuguesas (mas isto é outra história...). Não é tão complicado, porque, no final das contas, todas estão sujeitas às regras e formalidades do idioma, representadas pela Gramática da Língua Portuguesa.
A Mistura no Brasil
A chegada dos portugueses no Brasil trouxe nosso idioma oficial, mas não impediu que o contato com outras culturas absorvesse expressões dos dialetos indígenas, africanos e europeus (lembre-se que os franceses e holandeses ocuparam o Nordeste brasileiro) e ainda os trazidos de outros países, através da imigração.
Atualmente, a incorporação dos vocábulos estrangeiros não só é comum como também tem preocupado alguns defensores da Língua Portuguesa, que acham um exagero o uso de palavras em outro idioma quando é possível utilizar seu equivalente em português.
Temos alguns exemplos de palavras que são amplamente usadas no nosso cotidiano. Muitas delas nem sabíamos de onde vinham! Exemplo de Ubirajara, Iracema, Ipanema, Copacabana, tatu, arara, caju, maracajá, influência da Língua Tupi; Acarajé, dendê, fubá, quilombo, moleque, caçula... de dialetos Africanos; Níquel, gás... do Alemão; Bolero, castanhola... do Espanhol; Karaokê, camicase... do Japonês; Paletó, boné, matinê, abajur, batom, cabaré... do Francês; Macarrão, piano, soneto, bandido, ária, camarim, partitura, lasanha... do Italiano e Show, software, hamburguês... do Inglês.
A Polêmica dos Estrangeirismos
Existem pessoas que levantam a bandeira da nossa língua nacional e a defendem intransigentemente da invasão de palavras de outras línguas, os estrangeirismos. Esta discussão é antiga mas não perde a atualidade, principalmente em dias de Internet e computadores a mil. A linguagem da informática é praticamente toda em inglês e muitas das palavras, embora tenham equivalentes em português, são utilizadas no original. Basta prestar atenção no seu computador agora: você usa um mouse, está visitando nossa home-page no site do IBGE. Agora mesmo está na página do IBGE Teen, com links para um sem-número de outras sites, que você visualiza através de um browser, que nada mais é do que um software de navegação.
Agora tente “traduzir” o texto acima. Veja como é estranho chamar um mouse de rato, site de sitio e links de ligações. Em Portugal, as pessoas já se acostumaram e usam os termos em português tranquilamente. No Brasil, se estas palavras ainda soam esquisitas, você pode começar pelas mais comuns: home-page pode ser substituída por página, browser por navegador, software por programa.
Conhecendo melhor osso Idioma
Instituto Camões – Esta belíssima página de Portugal tem várias seções com poemas, prosa e estudos sobre a Língua Portuguesa. Vale a pena dar uma passeada!
Na Nossa Língua Portuguesa, há tira-dúvidas, jogos, dicas e curiosidades! Com a participação do Professor Pasquale.
Na página “Sua língua”, quem responde é Cláudio Moreno. Também traz curiosidades, expressões em latim, artigos, testes...
Uma ótima Gramática da Língua Portuguesa pode ajudá-lo a qualquer momento, nesta edição on-line!
E dicionários? Não dispense um bom dicionário. Na hora do aperto, sempre tem algum on-line também: este e este são dois bons exemplos – e de graça!
A Academia Brasileira de Letras disponibiliza um especial sobre os 500 anos de Língua Portuguesa, fruto de uma série de palestras em junho de 2000.
Saudações Rotárias
Hiram Ribeiro dos Santos
1º Secretário do RC Campina Grande
1º Secretário do RC Campina Grande
Nenhum comentário:
Postar um comentário