quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

REFLEXÃO ROTÁRIA – DIA 04/12/08

Eusébio-Ce, 04 de dezembro de 2008.


Queridos Rotarianos,
Saudações em Cristo!

COMER E BEBER A PALAVRA DO EVANGELHO!


Depois de haver multiplicado pães e de ter dado de comer a grandes multidões, e de eles terem vindo no dia seguinte, interessados apenas em comer mais pão, Jesus não desejava alimentar neles a idéia de que Deus daria pão aos homens sem ser através da dignidade do suor do nosso trabalho e do nosso rosto, desacostumando-os da idéia de que o reino de Deus e a presença do Espírito Santo na nossa vida significaria um permanente estado de contravenção, de modo que a gente não precisará mais trabalhar, porque os pães cairão na nossa cabeça, e destruindo também na mente deles a idéia fetichista de que seria extremamente interessante uma relação com Jesus que se traduzisse nesse tipo de facilitação material da vida, numa seqüência ininterrupta e industrializada de milagres, a qual os imbecilizaria para o resto de suas existências.
Ao contrário, Jesus estava desejoso de chamá-los para o que é, para o que tem sentido, para o que dura, para o que permanece, para o pão que não perece; pelo contrário, nos remete para a vida eterna, a qual é Ele mesmo, é a palavra dEle, é o ensino de Jesus, é a obediência ao que Jesus pavimentou como chão para nós. É, sobretudo, esse andar em amor constrangido diante de Deus, pela convicção que nos vem de que Ele nos amou primeiro, sendo nós ainda pecadores, e que produz em nós um constrangimento de graça, que é o único poder mediante o qual se pode, de fato, viver para Deus e agradá-lo, porque todas as outras iniciativas, sejam as amparadas no temor da Lei, na fobia da Lei, no legalismo, nas presunções morais, no virtuosismo, nas boas obras autônomas e arrogantes... Todas essas coisas não nos levam a lugar nenhum, a não ser a nos deixar falir em estado de presunção e de ignorância total acerca da nossa própria carência essencial de Deus.
Jesus, então, vem e diz a eles: “Vocês têm que trabalhar não pelo pão que perece, mas do que subsiste para a vida eterna, o qual é o meu Pai que vos dá. O pão sou Eu, vocês terão que comer a minha carne, terão que beber do meu sangue.” Comer a carne do verbo encarnado significa comer a palavra de Deus. No princípio era o verbo, era a palavra... O verbo se fez carne, e o verbo que se fez carne disse: “quem quiser ter parte comigo, vai ter que comer da minha carne e do meu sangue”. E como havia algumas pessoas no ambiente que imaginaram que aquilo poderia significar um convite inaceitável para um banquete antropofágico, Jesus disse: “a carne, para nada aproveita, as palavras que Eu vos tenho dito são espírito e são vida.” E disse: “vinde e comei a minha carne e bebei o meu sangue, porque quem de mim se alimenta, por mim viverá”.
Aí o que é comer a carne e beber o sangue do Senhor senão comer Deus, comer Jesus, apanhar tudo o que diz respeito a Jesus, a palavra que Ele falou, os ensinos dEle, imitar o seu olhar de amor, os seus gestos de misericórdia, seu caminhar de justiça e verdade, sua liberdade de amar o Pai, sua total liberdade de acolher os homens, sua convicção absoluta de que a finalidade da existência humana é ser em Deus, assim como Ele, o filho, era no Pai, e o Pai era no filho, desejava, Ele, que nós fôssemos no Pai, a mesma coisa que Ele em Deus era, de modo que o grande chamado dEle era para que nós comêssemos dEle a tal ponto que passássemos a viver por Ele e a tal ponto que a vida dEle em nós absorvesse a nossa própria vida, e nós viéssemos a nos tornar um dia como Ele é.
Rotarianos amados, esse é o processo! E começa na simplicidade de dizer: eu quero comer o Espírito da Verdade, eu quero comer a palavra da vida, eu quero comer tudo o que concerne a Jesus, a graça eterna da cruz, do Cordeiro que levou sobre si os meus pecados, a ressurreição que me justifica contra a morte e para a vida eterna, a palavra que me ensina a amar os inimigos, a palavra que me ensina que sim é sim e não é não e o que disso passar vem do maligno, a palavra que me ensina a não julgar para que eu não seja julgado, a palavra que me ensina que bem aventurados são os que não perdem a possibilidade de se condoer, de se emocionar.
Bem-aventurados são os que são ensináveis a vida inteira, porque são humildes de espírito. Bem-aventurados são os que carregam no coração a vontade de exercitarem o poder da mansidão e não da violência que atropela, é a bem aventurança daqueles que julgam que o grande privilégio da vida é construir pontes entre os separados, é diminuir fossos e abismos, é aproximar irmãos e até inimigos.
Bem-aventurados são aqueles que andam em justiça e bem aventurados são também aqueles que mantém o coração e guardam-no limpo de maldade, de justiça, de maquinação, porque esses, tanto mais quanto tenham o coração purificado da malícia, tanto mais terão os olhos limpos para verem, dia a dia, a face de Deus. E se forem perseguidos por causa da injustiça travestida de justiça, ou se forem perseguidos por causa de darem razão ao Evangelho e de terem comigo o pão da vida, e de se alimentarem da palavra da vida, e de não quererem outra vida que não seja a vida de Jesus, bem-aventurados são, porque assim perseguiram também os profetas que viveram antes de vós.
Esse é o convite! É desse pão que a gente deve comer, é desta palavra, a Bíblia, que vivifica a gente. Agora, para que isso aconteça hoje, modernamente, nessa época em que a Bíblia anda abandonada, a Sociedade Bíblica vende milhões de Bíblias; contudo, os que as compram não as lêem. Ninguém lê mais a palavra.... Se você deseja comer desse pão e beber desse sangue, em vez de você complicar dizendo a Deus que lhe envie uma revelação, por que você não lê o que já está revelado? Coma, mastigue, role em cima da palavra, chore em cima da palavra, medite, deixe a palavra rodar como um software na sua mente, confira cada ação sua com a palavra, suas motivações, seus sentimentos, suas intenções... Aí a Palavra vai crescendo na sua vida, vai se encorpando e vai nos libertando.
O convite é para a mesa do Senhor. “Eu sou o pão da vida" – disse Jesus. “O verdadeiro pão quem vos deu não foi Moisés. Aquele pão, quem dele comeu, pereceu. O verdadeiro pão da vida quem vos dá é o meu Pai. Aquele que vem a mim, jamais terá fome, e quem crê em mim, jamais terá sede” - disse Jesus. O convite é para comer da carne e beber do sangue. É para a comunhão visceral, é para um enxertamento radical da natureza de Deus, e que acontece quando a gente come a palavra da vida, porque é ela que tem o poder da semente regeneradora que re-genera, ou seja, gera de novo, produz uma geração de ser novo em nós, num processo contínuo pela palavra da vida.
E o processo pode se tornar acelerado, se você não se tornar apenas um ouvinte, mas alguém que ouve, lê e pratica. Aí a Palavra vai virando chão, segurança, estabilidade, paz, confiança, certeza, coragem de ser, ousadia para viver, e vai nos marcando todo dia com esse selo profundo de Deus, que é o único que pode nos marcar com o ardente desejo de morrer, acerca desse assunto, eu tenho falado há mais de 5 anos, de que a gente chegaria numa hora em que haveria um ardente desejo de morrer.
A palavra de Deus diz, no Apocalipse, que a gente só sobreviveria se trouxesse o selo de Deus nas nossas frontes, essa marca do Cordeiro na nossa mente, a presença do penhor do Espírito Santo. Não dá mais para brincar; os vampiros estão soltos no ar. Ou você anda cheio do Espírito Santo de Deus e da palavra da vida no coração, ou então você vai “dançar”. Não é hora para a gente brincar e nem dançar, dando bobeira na consciência. É hora de andar olhando para o coração, checando, porque nunca antes o inimigo, o diabo, nosso adversário, rondou como leão tão perto, procurando gente para tragar, comer vivo!
Portanto, coma o pão, beba o vinho, coma a palavra da vida e deixe ela entrar no seu coração.


Pr. Hiram Ribeiro dos Santos Filho
Pastor das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus em Eusébio / Ceará

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