DIA DE FINADOS
A dor, sem consolação, por uma perda irreparável , Gertrudes, fez Camões, o maior poeta da língua portuguesa, escrever seu mais belo soneto :
“Alma minha gentil, que te partiste
tão cedo desta vida, descontente,
repousa lá no Céu eternamente,
e viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
memória desta vida se consente,
não te esqueças daquele amor ardente
que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
alguma cousa a dor que me ficou
da mágoa, sem remédio, de perder-te,
roga a Deus, que teus anos encurtou,
que tão cedo de cá me leve a ver-te,
quão cedo de meus olhos te levou.”
( Luiz Vaz de Camões )
Luiz Vaz de Camões é o maior poeta da língua portuguesa. Expressão acabada das glórias de sua terra e do homem renovado pela Renascença, ele consolidou sua língua e conferiu-lhe amplitude universal.
Quer na lírica, quer na épica, o gênio Camões magnetiza o leitor e o eleva, de súbito, a um outro estado de percepção.
Como Dante, Petrarca e Shakespeare, Camões foi mestre na arte de escrever sonetos.
Este soneto é o retrato da saudade que sentimos pela perda de um ente muito querido. Portanto, uma sentida homenagem aos nossos que já se foram.
Campina Grande, 30 de outubro de 2008
Rotary Club de Campina Grande
Hiram Ribeiro dos Santos
Secretário
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário