quinta-feira, 23 de outubro de 2008

HOMENAGEM DO ROTARY CLUB DE CAMPINA GRANDE AO TRANSCURSO DO DIA DO AVIADOR AO COMPANHEIRO VALDY GAMA E AO PAI DA AVIAÇÃO

Antes de prestarmos nossa homenagem ao companheiro e aviador Valdy Gama, faremos breve intróito em homenagem ao Pai da Aviação, Alberto Santos Dumont.

No Dia do Aviador cultivamos a memória de uma das nossas mais valiosas figuras histórias – Alberto Santos Dumont, um brasileiro reconhecido e condecorado em vários países.

Este gênio criativo nasceu em 20 de julho de 1873, em Palmira, hoje chamada Santos Dumont, em Minas Gerais. Ele viu pela primeira vez um balão aerostático numa feira, na cidade de São Paulo, em 1888. Ali mesmo sentiu a sensação de subir com um balão às alturas, que somente aos pássaros era possível.

Depois da morte de seu pai, em 30 de agosto de 1892, mudou-se para Paris, na França. Correu atrás dos seus sonhos e conseguiu em 22 de março de 1898, em sua primeira ascensão aerostática.

Decidido a aperfeiçoar seus balões, fez em julho sua primeira ascensão livre com o balão de nome “Brasil”, que mandou construir para seu uso pessoal. No mesmo ano, ainda em 18 de setembro, realizou a primeira experiência com o seu balão dirigível nº 01, sendo a primeira vez que um motor à explosão, adaptado a um veículo aéreo, funcionava no ar.

Na primeira tentativa de decolagem, chocou-se contra as árvores, pois decolou a favor do vento, conforme foi convencido pelas pessoas que assistiam.

Dois dias depois, a 20 de setembro de 1898, decolou contra o vento, conforme sua concepção. Para espanto da assistência, pela primeira vez na história da humanidade, um balão evoluiu no espaço, propulsionado por um motor a petróleo. Após este evento, aperfeiçoou sua criação nos dirigíveis 2 e 3.

Até o balão dirigível nº 14, houve uma infinidade de experiências diversas que o deixaram famoso. A sua hélice e o motor serviram para as primeiras experiências com o aeroplano nº 14 Bis.

Entre os dias 25 de julho e 23 de outubro de 1898, no Campo de Bagatelle, em Paris, voou perante a Comissão Fiscalizadora do Aeroclube da França, ganhando a taça ARCH-DEACON, por realizar o primeiro vôo de aparelho mais pesado que o ar. Posteriormente, ele criou o nº 16, usando um motor.

Santos Dumont subvencionava suas atividades aeronáuticas com seu próprio dinheiro. Em 1901, encher um balão de 620 metros cúbicos com hidrogênio custava-lhe aproximadamente US$ 500,00.

Mais tarde foi transformado em biplano. No nº 18, a principal experiência foi um deslizador aquático e a tentativa foi demonstrada no Rio Sena.

Ele estava inclinado a crer que a verdadeira função dos veículos aéreos consistiria no transporte rápido de passageiros, correspondências e cargas. Santos Dumont tentou levar o mundo a partilhar suas idéias em vão.

Os homens mais eminentes não as aceitavam e a imprensa, noticiando os seus desastres, apelidava-o de “Santos Desmonta”. Em 1902, entretanto, o Príncipe de Mônaco se ofereceu para construir um hangar, caso Santos Dumont quisesse levar os seus dirigíveis para Monte Carlo, durante o inverno.
Santos Dumont aceitou. O jovem brasileiro, com o seu ar afável e negligente, era visto em jantares com o Príncipe de Mônaco e em ceias com os grandes banqueiros. No mar, as embarcações faziam cortejo em sua honra. Célebres corredores de automóvel aceleravam os seus cargos na estrada do litoral, chegando a ultrapassar 60 quilômetros por hora, para acompanhar o seu vôo.

Depois de muitas experiências com aparelhos que eram metade avião, metade balão, Santos Dumont galgou novos êxitos. Em 1906 deu ao mundo a primeira demonstração pública de vôo num aparelho “mais pesado que o ar”. (Os irmãos Wright só vieram a voar publicamente em 1908).

Criou depois os primeiros monoplanos bem sucedidos, construídos de bambu e seda japonesa que não pesavam, incluindo motor e aviador, mais que 110 quilos, os Libélulas.

Em 1909, resvalando pelas cercas e pelas copas das árvores na sua segunda Libélula, bateu um novo recorde, ao alcançar 95 quilômetros num percurso de oito quilômetros. Foi seu último triunfo.

Ainda em 1909, a aviação começava a escapar das mãos dos inventores para as dos engenheiros e mecânicos. Nos hangares, Santos Dumont encontrava homens mal-educados.

Os homens da aviação só pensavam em corridas e pequenos concursos para ganhar prêmios. Para um homem com a educação requintada e os ideais de Santos Dumont, isso era intolerável. E, por este motivo, retirou-se da arena.

Como ganhador do prêmio Nobel, Santos Dumont acreditava que as suas invenções haviam de tornar tão terrível a guerra, que os homens não pensavam mais nelas. Tal convicção sofreu um rude golpe quando foi declarada a Primeira Grande Guerra Mundial. O aeronauta isolou-se na sua casa, nos arredores de Paris, onde sofreu acessos de neurastenia, atribuindo a si a responsabilidade pelo conflito.

Nos anos que se seguiram ao Armistício, cada desastre de aviação avivava a sua crença de que a dádiva que fizera ao mundo era, na realidade, uma invenção infernal.

Voltando de navio para o Brasil, em 1928, ele presenciou um avião da Condor caindo no mar, matando seus tripulantes. Santos Dumont assistiu aos funerais e, depois, encerrou-se por vários dias num quarto de hotel.

Quando aconteceu o desastre do dirigível R.101, tentou se suicidar. Desde então, os parentes e amigos passaram a exercer estreita vigilância à sua volta. Durante a Revolução Paulista de 1932, Santos Dumont via passar, pelos céus de sua terra natal, a máquina concebida por ele, sendo utilizada como poderoso instrumento de destruição.

Aquele era o mesmo tipo de aeroplano que, um dia, dera a triunfante volta na Torre Eiffel! Um dos sobrinhos que sempre o acompanhava deixou-o sozinho por alguns momentos. Ao voltar, não mais o encontrou com vida.

Santos Dumont morreu no dia 23 de julho de 1932, no Guarujá. Desistiu da vida com a mágoa de ver seu invento, criado para servir, sendo usado para destruir o homem.

Seu coração se encontra no salão nobre da Academia da Força Aérea, em Pirassununga, em artístico escrínio de ouro, para que os oficiais que lá se formam possam sentir sua nobreza e seu pulsar indefinidamente, nos corações de todos os brasileiros.

Passemos a homenagear o companheiro Valdy Araújo Gama, sócio-representativo do Rotary Club Campina Grande Sul, nosso ex-governador assistente. Casado com Iolanda Maria de Castro Gama, pai de quatro filhos, sendo um deles, Fernando Gama, piloto comercial e instrutor de vôo, e avô de nove netos. De origem humilde, fez Escola de Sargento das Armas e prestou serviço militar ao Exercito Brasileiro durante oito anos. Fez concurso para funcionário do Banco do Brasil, prestando-lhe serviços durante 24 anos. Brevetou-se como piloto de aeronaves no Aero Clube de Campina Grande em 1964, ou seja, é aviador há 44 anos, amadoristicamente. Diz enfaticamente que as coisas mais importantes da vida são: saúde, amigos e paixão, nem que seja por avião.



Assíduo e muito participativo nos movimentos de Rotary. É muito amigo, atencioso, correto e responsável com tudo que faz. Depois de 31 anos fora de nossa cidade, voltei e encontrei Gama nas lides rotárias. Hoje sou com orgulho e muita satisfação seu mais humilde e neófito companheiro de Rotary, além de seu admirador.

Vejamos as palavras de um apaixonado pela aviação: “Gama, o pai, simpático e aglutinador, e o filho Fernando, apesar de jovem, bastante experiente (PLA) e extremamente talentoso na arte de instrução de vôo. A eles devo o pouco que sei sobre aviação" – Ricardo César Nóbrega Chaves.



Sendo um homem muito humilde em razão de sua simplicidade, modéstia e não afeito a homenagens, evita que estendamos considerações a respeito de sua larga e bem dotada folha de serviços prestados em Rotary e na aviação, notadamente no Aero Clube de Campina Grande, em todo o estado da Paraíba e nos estados vizinhos. Não precisa estar voando para conquistar as pessoas com sua presteza, simpatia e a generosidade com que nos cativa.

No dizer de Juan Pinheiro, nosso companheiro de Rotary e piloto: “Gama é considerado um ícone da aviação no estado da Paraíba. É reconhecido em todo o Nordeste como um renomado piloto na aviação aero-desportiva”. Deu seu primeiro vôo com Valdy Gama e entusiasmou-se ao ponto de se inscrever para o curso e se brevetar piloto.

Fernando Gama ia ainda criança, pelas mãos do pai passear no Aero Clube desta cidade e entre um vôo e outro foi tomando gosto pela aviação. Aos 17 anos foi instado pelo pai se queria ser piloto de aviação, a resposta foi positiva. Queria ser e o foi em 1980 sob os auspícios e instruções do próprio pai, seu ídolo e grande incentivador até hoje. Não pensava em ser profissional da aviação. Ia para o Aero clube por prazer de voar e por lazer, tanto que concluiu o curso de Fisioterapia na Universidade. Como a profissão não era muito valorizada na época, Fernando Gama partiu para a aviação comercial e nas horas vagas é instrutor no Aero Clube da Paraíba em João Pessoa.

Além de piloto e instrutor de vôo, Valdy Gama profere palestras sobre Prática de Vôos em Universidades, Escolas e Cursos preparatórios em mecânica aeronáutica.

Ao mestre da aviação, ao companheiro amigo, ao exemplar pai, esposo e avô, nossas

Saudações Rotárias.

Hiram Ribeiro dos Santos
Secretário do Rotary Club de Campina Grande

Campina Grande-Pb., 23 de outubro de 2008



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